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Mostrando postagens de março, 2009

A doença e a obra de Aleijadinho

ROBERTO BARBOSA Combalido por uma crise renal aguda que me irá levar à faca no dia 13 de abril, no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, em Belém do Pará, procuro vencer a dor impelido pela vontade enorme de trabalhar, de passear, de tomar uma cerveja, de namorar, mas, sobretudo, de escrever neste meu espaço-tribuna que disponho diariamente. É assim que, às vezes, nós procuramos entender um pouco dos baixos da vida e para que isso serve, como alicerce, para a gente continuar a lutar em busca de melhoras. Acho que era assim mesmo que se sentia o grande e célebre escultor Aleijadinho, artista por excelência que, mesmo no mais íngreme recanto de sua doença, a lepra, ainda teve forças para fazer tão monumentais obras retratando, ao mesmo tempo, os elementos de sua realidade mineira e a divindade cristológica. Em janeiro, visitei ao lado de minha querida esposa Nazaré Barbosa, a cidade de Congonhas, no alto das montanhas, região metropolitana da Grande Belo Horizonte, onde fiquei fascinado com

Caos na saúde? A saúde é um inferno

ROBERTO BARBOSA Dizer que a saúde está um caos no Brasil não é mais nenhuma novidade. Na verdade, quem está doente, carecendo de tratamento urgente, está vivendo como se estivesse no inferno, porque, não tem para onde correr. Protegido está quem tem dinheiro para bancar o tratamento particular através de planos de saúde. Quem necessita fazer um exame completo, tem de ir para a fila de pacientes do Sistema Único de Saúde. Depois, vai pra outra fila, a do leito, para ser hospitalizado, caso consiga sobreviver até ser finalmente atendido. A desculpa das autoridades da saúde pública é de que há um sistema tripartite no setor, ou seja, funciona em cadeia com os governos federal, estadual e municipal. No entanto, muitas pessoas estão sendo obrigadas a buscar a Justiça para poder ter acesso a determinados medicamentos e, mesmo assim, o Estado, através de seus procuradores, ainda recorre. Deste modo, onde fica a questão constitucional de que todos os cidadãos tem direito a tratamento médico de

Estado realiza Conferência de comunicação

ROBERTO BARBOSA Como jornalista e assessor de Comunicação Social da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Belém, fui convidado a participar, no sábado passado, da Conferência Estadual de Comunicação, onde o tema principal em debate foi a questão da regularização das Rádios Comunitárias, as chamadas “Radicons”. Eu, como meus companheiros de Pascom, percebemos que as questões debatidas não tinham muita coisa a ver com nossos objetivos afins, de pastoral da igreja a serviço do evangelho. As conferências estaduais de Comunicação visam um encontro maior, a nível nacional, que irá se realizar em Brasília, ainda neste ano. Nessa primeira reunião, ocorrida no auditório do Colégio Souza Franco, foi realizado uma espécie de seminário, onde foram apresentadas inúmeras propostas e sugestões visando a regularização definitiva das radicons, cujos responsáveis se dizem perseguidos pela agência reguladora, no caso, a Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, que vive a apreender os equipamen

Rim: muitos pacientes nos PS

ROBERTO BARBOSA Os problemas relativos a insuficiência renal, cálculo renal, retenção de urina, busca por hemodiálises, entre outros são os mais comuns nos prontos socorros do município de Belém. Ontem, vários casos foram registrados no PSM do Guamá, onde, segundo informações na portaria, não existe urologista. Por sorte, para alguns pacientes, havia um urologista na casa, que atendeu aos casos mais emergenciais. Uma fonte no PSM do Guamá comentava que era melhor os pacientes buscarem o Pronto Socorro Municipal da Travessa 14 de Março, no Umarizal, onde, segundo dizia, havia ontem médico urologista, que é o especialista neste tipo de caso. Um jovem de cerca de vinte anos foi internado no Centro de Tratamento Intensivo. Outro paciente, que estava com urina retida e morrendo de dores em função da bexiga estar cheia, depois de ter aliviadas as dores, foi informado que terá de se operar. Como essa cirurgia será feita pelo Sistema Único de Saúde, o paciente terá de aguardar, pacientemente,

Questão ambiental: dilúvio no Brasil

ROBERTO BARBOSA Parece que está ocorrendo um dilúvio em boa parte do Brasil. Belém, São Paulo e Belo Horizonte mostram cenas de desespero com pontos alagados por toda parte, causando transtornos, aborrecimentos e muitos, mas muitos prejuízos mesmo. É a revolta da natureza? Não me parece; apenas, as águas não tem para onde escolar, pois os bueiros estão entupidos com o lixo que a população joga nas ruas esperando apenas que o poder público faça a limpeza. O copinho descartável jogado por alguém na calçada, e que todos olham, criticam, mas não juntam nem procuram reeducar a pessoa, corre para as valas, para os bueiros e acaba por ajudar a entupir os canais e igarapés – muito comuns não apenas na capital paraense, em plena Amazônia, como em várias cidades do sudeste do País. Por outro lado, não se pode esquecer que, áreas que eram para a fuga das águas, foram aterradas com lixo, terra e tudo o mais, e, em cima, construídas casas. A maioria dessas áreas comporta sobre si, hoje, favelas, co

Festa para Geovanna

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Fatima Barbosa e a pequena Geovanna, em frente ao Copacabana Palace Hotel (Foto: Roberto Barbosa) Hoje é um dia especial para a Geovanna, filha de Fátima e Gustavo. Ela é minha sobrinha que mora no Rio de Janeiro e que, hoje, está livre para pedir, para brincar, para cantar e dançar. A Geovanna completa seus dez aninhos e vai passear nesta tarde, pelas ruas do Rio de Janeiro, onde estive com minha querida Nazaré em janeiro passado e conheci a linda menina, que já trabalha como modelo mirim, para orgulho dos pais e nosso, pois trata-se de uma princesinha, uma graça de criança, comunicativa, brincalhona. A Geovana, que recebe nossos carinhosos parabéns e bênçãos, no nosso profundo desejo que Deus a proteja, ilumine, cuide e guarde, é um doce de menina que Deus colocou no seio de nossa família, o “Clã dos Barbosa”. Felicidades e avante, menina. (Roberto e Nazaré Barbosa)

Zé Mário e São José, em Marudá

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ROBERTO BARBOSA Foi mais ou menos no final da década de 1990 que eu e minha mulher Nazaré começamos a viajar bastante para a vila pesqueira e balneária de Marudá, distrito do município de Marapanim, distante cerca de 160 quilômetros de Belém, na região Nordeste do Estado, chamada, também, de Salgado Paraense. Ficávamos na casa de Dona Margarida Aragão, esposa do comandante Leonel Aragão, no bairro do Alegre, ao lado da Igreja de Nossa Senhora das Graças, erguida pela comunidade católica marudaense à época em que Monsenhor Edmundo Igreja era o Pároco de Marapanim e iniciava o Movimento Providentino, para animar as vocações para o sacerdócio. Lembro da primeira vez que estive na casa citada. Encerrava o período de Santas Missões Populares. O pároco era o Padre João Ventura, hoje, emérito vigário diocesano em Icoaraci. Ele celebrou missa campal em frente à Igreja de Nossa Senhora das Graças, diante de uma multidão de fiéis. Nesse mesmo dia, à noite, iniciaria a festividade em honra à sant

Agatha Christie: uma lição de vida

ROBERTO BARBOSA Finalmente terminei de ler o livro que já venho comentando faz algum tempo, a autobiografia da escritora inglesa Agatha Christie. Eu fiquei impressionado com o que li. Acho que foi por isso que levei tanto tempo lendo, pois o fazia devagar, com bem tempo, para poder entender tudo e não perder absolutamente nada. A princípio, parece uma reminiscência sem fim. Que nada! A leitura vai envolvendo a gente de uma forma que se chega ao fim, cada vez com mais interesse, como quem vê uma novela. Em sua autobiografia, Agatha se mostra muito pessoal e diz claramente que, quando resolveu escrever, colocou tudo o que desejou narrar, se demorou no que desejou, recordou o que quis e não teve cronologia e espaço quanto à história de sua vida. A autora, para se ter uma idéia, começou a escrever o livro na década de 1940, pouco depois da II Guerra Mundial, no Oriente Médio, onde se encontrava com o marido, e só terminou de escrevê-lo em outubro de 1965, quando disse que estava se aposent

PT e PTB às turras na AL

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Vista aérea do centro de Belém, hoje de manhã. A cidade amanheceu sob forte temporal que começou pela madrugada, causando grandes congestionamentos no trânsito e alagamentos em vários bairros. Foto: Jorge Nascimento ROBERTO BARBOSA Para começar, eu não gosto daquela sigla que estão dando para a Assembléia Legislativa do Estado de “Alepa”. Eu prefiro a boa e tradicional AL. Pois bem, lá está ocorrendo uma queda de braço entre o Partido dos Trabalhadores, da governadora Ana Júlia Carepa, e o Partido Trabalhista Brasileiro, do prefeito Duciomar Costa. Como é de domínio público, a governadora passou a entregar para os estudantes das escolas públicas do Estado, kits contendo vários utensílios escolares, entre os quais, as camisas do uniforme com a propaganda de seu governo. Até aí, tudo bem. Acho que todo governo faz alguma coisa pelo povo, mas não faz de graça, se promove. Ocorre que esses kits estão sendo alvos de denúncias por um suposto superfaturamento, caso que vem sendo debatido há

Situação econômica é preocupante

ROBERTO BARBOSA O presidente Lula não teve mais como conter a grave situação por causa da crise econômica mundial. No Brasil, a queda no Produto Interno Bruto foi de exatos 3.6 percentuais no quarto trimestre, depois de um crescimento de 5.1 percentuais no ano passado. Ele esteve reunido com a equipe econômica, todavia, os analistas políticos e econômicos são enfáticos num ponto crucial: os juros tem de baixar urgentemente, o que deve acontecer na próxima reunião do Copom. No final do ano passado, a crise já dava sinais de que o Brasil não estava imune, pois as vendas caíram em todos os segmentos, principalmente para as festas de fim de ano. As promoções que foram lançadas e pegaram muita gente, agora foram desmascaradas. Quem comprou demais, já sabe que está encrencado bastante e o remédio, agora, é pagar tudo, apertar tudo e dar um tempo, para se falar num português bem popular. Guido Mantega, ministro da Fazenda, admite, com o apoio de Lula, que o crescimento na economia brasileira

Crise enfia faca no Brasil

ROBERTO BARBOSA Quando a crise econômica mundial estourou em todo o mundo, a partir dos Estados Unidos e Europa, o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva falou que o Brasil não seria atingido, pois nossa economia estava calçada de forma sólida e segura. Ele até estimulou a população a não parar de consumir, para que a moeda continuasse circulando e, deste modo, a economia em movimento permanente. Naquela época, a recessão já dava sinais, com demissões em todos os setores e pouca geração de postos de serviço – exceto no comércio, em função das vendas para festas de fim de ano. O ano novo chegou e a crise começou a dar pontadas na economia brasileira. Hoje, a previsão é de que o crescimento do Produto Interno Bruto fique com uma baixa entre 2.5 e 3 pontos percentuais, como afirmam alguns economistas. Para se ter uma idéia da situação em que se encontra a economia brasileira, a recessão já estimula alguns setores do comércio a investirem em uma espécie de seguro contra o desempre

Bendita são as mulheres!

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Um belo momento feminino: a fé, a oração, a magia da mulher, o elo entre ela e Deus ROBERTO BARBOSA Quando o Anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo, saudou-a dizendo que Ela era bendita entre as mulheres. Hoje, refletindo sobre as palavras do Senhor Deus pela boca do Arcanjo São Gabriel, posso vislumbrar que Bendita são todas as mulheres, em cujo seio são gerados os homens, a humanidade. Quando Deus fez Céu e Terra, de tudo criou e viu que era bom. Ele criou também o dia e a noite, o branco e o preto; em nós, de tudo fez um par, como o homem e a mulher. Que seria do homem sem a mulher? Difícil dizer. Fico triste, hoje, em ver que é obrigado ter órgãos para a defesa da mulher, porque ela continua a ser açoitada por uma sociedade injusta e por homens machistas, que acham que a mulher é um ser inferior. Que asneira! Numa sociedade realmente civilizada, de tempos modernos como diz a música de Lulu Santos, com pessoas elegantes, não haveria mesmo a necessidade de d

Dom Orani encerra retiro com o clero de Belém

ROBERTO BARBOSA O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, encerrou hoje ao meio-dia um retiro com todos os padres diocesanos. O encontro com os religiosos ocorreu em um sítio pertencente à Arquidiocese de Belém, no município de Benevides, zona metropolitana. De acordo com o arcebispo, apesar de esse encontro ter tido um sabor de despedida, é comum em determinada época do ano, o clero diocesano se reunir em retiro para orações e reflexões, bem como, para traçar metas a serem seguidas segundo as normas previamente estabelecidas no Plano de Pastoral. Dom Orani João Tempesta foi transferido de Belém para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde tomará posse durante solene Missa na catedral carioca, às 15h do dia 19 de abril. No dia 17, ele celebrará sua última missa como arcebispo de Belém na Co-Catedral Nossa Senhora do Carmo, no centro histórico da capital paraense. Durante entrevista na manhã de hoje à Radio Metropolitana FM, para o jornalista Carlos Baía, Tempesta falo

Forte chuva arrasou Belém nesta tarde

Um forte temporal acaba de cair sobre a capital paraense, deixando inúmeros bairros, desde o centro comercial debaixo d’água, sobretudo em função da maré alta na Baía do Guajará. A meteorologia prevê chuvas à tarde e à noite para todo o decorrer deste mês. Muitas dessas chuvas serão demoradas, mas de pouca intensidade. Outras serão fortes, intensas, como a que caiu há pouco, provocando inúmeros engarrafamentos pela cidade. Segundo ainda a meteorologia, essas previsões são para praticamente todo o Estado do Pará. Fora do período de chuvas ocorrem dezenas de congestionamentos, principalmente em horário de pico. Quando está na fase chuvosa, as coisas pioram, a exemplo do que está acontecendo neste momento. De acordo com a Prefeitura de Belém, tem sido realizados trabalhos de dragagem de canais e foi intensificada a coleta de lixo. No entanto, as águas que estão empossadas pelas ruas do centro de Belém mostram muito acúmulo de lixo, o que é atribuído, também, ao desleixo de parte da popula

Ninguém pensa no sofrimento das vítimas

ROBERTO BARBOSA Quase a metade da população carcerária do País (43% ou 191 mil presos para ser exato) poderá ganhar liberdade sob o argumento da presunção de inocência alegado pelos advogados de defesa diante do novo entendimento do Supremo Tribunal Federal, que garante a regalia da liberdade a qualquer pessoa, condenada ou não, mas cuja sentença não tenha sido transitada e julgada por todas as instâncias da Justiça. É mais uma batalha jurídica e que redunda, em suma, em direitos mil para criminosos perversos, cujo Estado não tem uma política de ressocialização capaz de puni-los e ao mesmo tempo torná-los pessoas de bem. Esta é a verdade. Reportei-me, poucos dias atrás, sobre um comentário da famosa escritora inglesa Agatha Christie, especializada no romance policial. Em sua autobiografia, que ainda estou lendo, muito religiosa e de pensamento crítico formidável, ela externa uma visão que ninguém abriu o verbo nos tribunais. Só se pensa no bem-estar dos criminosos, bandidos impiedosos