Do jeito que o Diabo gosta

Roberto Barbosa

Desde hoje começa a folia de Momo, que entra na apoteose enquanto coisas escabrosas ocorrem, do jeito que o Diabo gosta. Algumas igrejas já fazem, há alguns anos, motivações carnavalescas para conquistar fiéis para Jesus. Mas a grande maioria prefere mesmo o carnaval popular regado a fantasias e muita bebida alcoólica e drogas.
Agora mesmo presenciamos uma polêmica entre a Igreja Católica e o governo por causa da pílula do dia seguinte, distribuída gratuitamente em algumas cidades pelas prefeituras. Uma nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil mostra que essa pílula é abortiva e causa problemas de saúde à mulher. Segundo a nota, fazer uma apologia para o uso da pílula seria imoral, indecente e um crime, pois o aborto é assassínio.
Mas, tirando de lado a polêmica entre a Igreja e o que o governo defende, acho que quem está no poder poderia cuidar de coisas mais importantes que distribuir pílulas que incitam a prostituição e a natalidade inconseqüente.
Nesses dias, em que todos deixam suas casas em busca de curtir o feriadão que se estende até quarta-feira de Cinzas, mais importante seria colocar a Polícia na rua para combater o crime, dando segurança aos cidadãos que vivem no lugar dos bandidos, o qual seja, atrás das grades de suas casas, de seus estabelecimentos de trabalho, etc.
Concordo seja interessante fazer investimentos nos blocos e escolas de samba, a exemplo do que é feito na maioria das cidades brasileiras. Mas, que tal se fosse feito algo a mais para diminuir o sofrimento da população que passa fome porque o preço da cesta básica subiu a índices inaceitáveis para um salário mínimo podre, sobretudo em Belém, onde, segundo as estatísticas, existe um dos maiores custos de vida entre as grandes capitais brasileiras.
Destarte, milhares de pessoas estarão na avenida a desfilar e encher a cara. Muito mais pessoas estarão em suas casas sem ter nem a passagem do ônibus para dar uma volta. Muitos dos que vão brincar e “extravasar as mágoas”, no outro dia, não terão condições de comprar nem um pedaço de pão para matar a fome.
Muitos vão para a cadeia. Muitos vão para o cemitério, ou ser enterrados ou a enterrar entes queridos vítimas da violência.
Não se trata de pessimismo barato. Trata-se de realidades que vemos a cada ano, sobretudo a quando desses feriadões que não alavancam, mas sim, emperram ainda mais o Brasil no atoleiro e, com ele, sua população. Todos nós, pagadores de impostos, peregrinos em uma nação rica de tudo, mas não para todos.

SALADA

º Hoje entro em um novo empreendimento. Estou lançando o jornal semanário Folha do Povo Pará, onde exerço a função de diretor de redação.

º Trata-se de um projeto avançado de jornal, ousado, diferente de tudo o que se possa imaginar sobre jornal.

º Vou fazer, qualquer dia desses, uma reportagem sobre este jornal que deverá se tornar em um ano, mais um diário no Estado do Pará.

º Foi uma festa na redação, quando recebemos o primeiro número do jornal que trabalhamos durante quinze dias sem parar, para colocar, hoje, nas ruas de Belém, Barcarena, São Miguel do Guamá, Tucuruí, Santa Maria do Pará, Castanhal e Sant’Ana do Araguaia, no sul do Pará.

º Para quem vai curtir o carnaval deste ano em Belém, é bom saber: vai chover à beça.

º São Pedro só vai dar trégua na terça-feira gorda e não será pelo dia inteiro.

º Carnaval da Vigia promete atrair milhares de foliões de várias partes do Estado, sobretudo de Belém.

º Missa da abertura da Campanha da Fraternidade 2008 será no domingo, 10, às 10h, no Ginásio da UEPA. Será presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Orani João Tempesta.

º Ontem à tarde já se via grande movimentação e congestionamento ao longo da Avenida Almirante Barroso, que interliga com a Rodovia BR-316, saída da capital.

º Maioria das pessoas estava seguindo para Salinas, Mosqueiro, Vigia, Bragança e Marudá.

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