Oriximiná vive dias de terror e revolva

A cidade de Oriximiná, distante 820 quilômetros de Belém em linha reta, no oeste do Pará, passa por momentos difíceis com invasão a prédio público e depredações em residências de funcionários por pessoas revoltadas depois de um incidente que começou na noite de terça-feira passada, cerca das 21h. Naquela oportunidade, um rapaz, sem capacete, foi parado com moto em uma blitz da Coordenadoria Municipal de Trânsito.
O rapaz, identificado como Carlos Diogo Tavares, 18 anos, aluno da Escola Estadual de Ensino Médio Padre José Nicolino de Souza acabou caindo da motocicleta e se ferindo com gravidade, especialmente na cabeça. Em função disso, consta que uma multidão partiu para agressão aos funcionários da Comtran, cuja sede foi invadida, depredada e quase incendiada. Também tocaram fogo em veículos aprendidos, motocicletas foram roubadas e casas de funcionários do órgão também terminaram invadidas e saqueadas.
Segundo informes procedentes de Oriximiná, uma casa chegou a ser queimada pelos vândalos. A Polícia Civil e a Polícia Militar, que têm contingentes pequenos na cidade, pediram reforços, porém, até ontem, a situação era tensa na sede do município.
Carlos Diogo foi transferido do Hospital Municipal de Oriximiná, para atendimentos mais especializados na cidade de Santarém.
Em nota divulgada pela Prefeitura Municipal de Oriximiná, o prefeito Luiz Gonzaga Viana Filho disse que, ontem pela manhã, decidiu afastar todos os agentes da COMTRAN e contratados, “até que se faça uma apuração administrativa dos fatos ocorridos, e quero ressaltar aqui, meus amigos que a prefeitura não tem gasto nenhum centavo das multas que já foram arrecadas. Agora, a Prefeitura tem tido muitos gastos com a manutenção dos prédios, pagamento de funcionários e outros. E, mesmo com este ato ocorrido na nossa cidade, não podemos deixar que a desordem continue. Por isso, vamos manter a ordem no trânsito, mesmo sem o COMTRAN funcionado por enquanto. Vamos solicitar ao Detranpara que possa manter o nosso trânsito em ordem como manda a lei”.
Já a representante do Ministério Público em Oriximiná, Sabrina Mamede Napoleão Kalume, disse que o órgão não se opõe às manifestações populares, mas que essas devem ser organizadas e sem atos de vandalismo. Segundo o MP, os fatos serão apurados e os responsáveis pelos atos de destruição de prédios públicos ou particulares, identificados e penalizados na forma da lei.
Outra informação oriunda de Oriximiná dá conta de que os funcionários da Comtran agiam com grosseria, sem o menor preparo para trabalhar com o público e que havia muitas reclamações na prefeitura contra essas ações e abordagens abusadas contra a população.

As fotos divulgadas nesta matéria foram tiradas por pessoas que presenciaram as cenas de vandalismo e revolta nessa cidade desde a noite de terça-feira.




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