Edmilson pede a retirada de pauta da MPs 664 e 665
O deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL) fez críticas contundentes à retirada de direitos imposta pelas Medidas Provisórias 664 e 665, da reforma previdenciária, que entraram em pauta na Câmara Federal, nesta quarta-feira. "As MPs 664 e 665 atacam os direitos dos mais humildes, dos trabalhadores. É claro que os trabalhadores perderão", destacou o parlamentar. Ele rebateu os argumentos do governo federal, de que a reforma viabilizará o combate à corrupção e economia ao erário.
Na tribuna da Câmara, Edmilson apontou que a melhor solução para o combate da corrupção na Previdência é o aumento da fiscalização em lugar da redução de direitos. "É possível aprimorar os programas de fiscalização para conter os desvios (... ) É verdade que houve fraudes no seguro desemprego. É verdade que não pescadores receberam seguro-defeso para virarem cabos eleitorais. Mas não se pode usar esse discurso para destruir direitos conquistados muito antes do governo do Lula e da Dilma."
Sobre o argumento da suposta economia anual de R$ 14, 5 bilhões a serem proporcionados pelas medidas, Edmilson comparou que esse valor cobre a amortização de apenas cinco dias de juros da dívida externa, que está em R$ 1,3 trilhão conforme o orçamento de 2005 aprovado na Câmara, no mês passado. "Me parece que o governo não pretende só economizar, pois teria outros mecanismos para verdadeiramente ingressarem recursos financeiros capazes de conter e superar a crise financeira a que está submetido o país."
"É uma sinalização aos especuladores do mundo quando veem o Brasil submetido a essa espiral especulativa, transformado num verdadeiro cassino, onde tudo tem que ser transformado em ativo financeiro. É a Petrobrás com 2/3 do capital na mão de especuladores estrangeiros e outros mecanismos de alienação e privatização do Estado para agradar ricos e prejudicar pobres com consequências sociais para a viúva que perde o direito de receber a pensão, para o trabalhador não receber auxílio após sofrer acidente de trabalho ou não receber o seguro desemprego".
Edmilson clamou aos pares que não votem as MPs de forma atabalhoada porque irão impactar negativamente a vida do povo. "Vão (as MPs) trazer problemas sociais, contribuir com a violência crescente. Quando se fragiliza a vida dos pobres, o resultado é a fragilização da vida de crianças e adolescentes e da família como um todo. Há de se regulamentar a taxação das fortunas e heranças, cobrar a contribuição dos bancos que tiveram R$ 80 bilhões de lucro e fazer uma auditoria á dívida pública".
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