Igreja sem demagogias baratas

ROBERTO BARBOSA

Participei, no último sábado, de um curso de formação da Paróquia de Sant’Ana da Campina, onde exerço a função de coordenador da Pastoral da Comunicação. O curso debateu os principais pontos do documento de Aparecida (Conferência Episcopal Latino-Americana), elaborado após o importante encontro ocorrido em maio do ano passado.
Coube ao Padre Raimundo Possidônio (Pe. Cid), da Paróquia de São João Batista, de Icoaraci, com doutorado em História da Igreja, fazer uma explanação sobre as conclusões dos bispos e os passos da Igreja neste milênio.
Houve muitas perguntas dos participantes do curso, debates sobre o que a Imprensa publica e o que as pessoas dão mais valor.
Tratou-se, inclusive, do sentimento mórbido da população, que se interessa mais por ver assuntos relativos a desgraças do que coisas boas e o destaque dado pelos jornais, Rádio e TV. Padre Cid me apontou, como jornalista e eu tive de explicar que não é porque a imprensa só quer noticiar essas coisas. Na verdade, as pessoas dão mais importância aos fatos trágicos do que a um debate sobre educação, por exemplo. Veja, agora o caso Isabella Nardonni, as proporções que os fatos tomam a todo instante, e, no entanto, há milhares de crianças sendo açoitadas todos os dias, inclusive por nós, integrantes de uma sociedade em geral omissa.
Pois bem, alguém voltou a falar da história dos crimes da Igreja, como a prática de pedofilia da parte de alguns padres e bispos e que levaram a Igreja a pagar altas indenizações.
Padre Cid, muito sábio e oportuno, disse que a Igreja Católica Apostólica Romana é una, santa e pecadora, e, deste modo, tem, em seu meio, clérigos e leigos que se desviam de suas condutas e praticam seus pecados que acabam por macular a imagem de uma instituição milenar. Todavia, só se observam os pecados, mas não se faz matérias com destaque na Imprensa, para dizer que a Igreja Católica é uma da instituições que mais abraçam a questão da miséria do mundo e das injustiças contra a humanidade. Há padres, leigos e missionários engajados nesses projetos, enfiados pelos locais mais longínquos, miseráveis e esquecidos das civilizações não apenas no Norte como no sertão nordestino brasileiro, além de continentes como África e Ásia. Pessoas que dão suas vidas para o bem da humanidade e que não merecem uma linha nos jornais. Então, discutir os erros da igreja, parece que dá mais Ibop. E os acertos, por que não se noticiam com o mesmo destaque? A indagação é feita, agora, para a sociedade que vive a condenar, e apenas a condenar, as atitudes de clérigos que desviaram de conduta. Será que atitudes isoladas estão prestes a destruir todo um trabalho sério?

SALADA

° São nos erros que se encontram os caminhos para acertar, pois, como diz o ditado popular, ninguém nasce sabendo.

° Jornalista Salete Marinho, uma de nossas fiéis colaboradoras no Oeste do Pará, não gostou nem um pingo da unificação dos horários brasileiros.

° E a unificação vai ocorrer, na verdade, atendendo aos anseios de poderosos grupos de comunicação que não abrem mão de mudanças em suas grades de programações.

° Assim, cada um que dê um jeito no seu relógio, afinal, parece que o homem do poder prefere regular os tempos naturais e que são de Deus...

° Foi-se Miguel Pinho. Quem se habilita a salvar o Paissandu do atoleiro?

° Foram mais de duas décadas de dedicação ao clube do Papão.

° Finalmente a Polícia vai poder pedir, sem erros, a prisão preventiva do pai e da madrasta de Isabella, Alexandre Nardonni e Anna Carolina Jatobá.

° Para a empresária Nazaré Sarmento Barbosa, o casal é realmente culpado e sua família sabe disso, porém, todos estão lutando, a todo custo, no sentido de minimizar a vergonha por tão bárbaro crime.

° Mas dúvidas, mesmo, ninguém jamais teve sobre a culpa dos dois que, ontem, comprovou-se, não tem como mudar o que todos já sabiam.

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