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ECONOMIA
FRIGOL já opera a 75% da
produção e prevê crescimento

Grupo do setor frigorífico marca audiência com credores para aprovar plano de recuperação judicial e começar o pagamento das dívidas; empresa já retomou 75% do ritmo de produção normal

O momento mais difícil já passou e ficou para trás. Quando a FRIGOL olha para o futuro, vê um mercado muito promissor para sua atividade e quer estar nele muito mais bem posicionada no mercado do setor frigorífico”. As palavras são do empresário Djalma Gonzaga de Oliveira, diretor do Grupo FRIGOL, sediado em Lençóis Paulista (SP), ao avaliar o desempenho da empresa em seu plano de recuperação.
Está agendada para este mês, dias 23 e 31, as duas convocações da Assembleia de Credores, para votar o plano de recuperação financeira apresentado à Justiça. O plano de recuperação prevê ações da empresa para quitar suas dívidas, hoje calculadas pelo administrador judicial na casa dos R$ 140 milhões.
O otimismo do empresário está alicerçado no desempenho da empresa. Segundo Djalma, o endividamento real da empresa está na casa de R$ 120 milhões (bem abaixo do valor estimado pelo administrador judicial, que estaria superestimado). Boa parte das dívidas trabalhistas já foi paga e a FRIGOL vai para a assembleia de credores com um saldo devedor que representa 17% do seu faturamento anual. A margem de endividamento de outros frigoríficos que pediram recuperação judicial em meio à crise no setor – a partir de 2008 e até o segundo semestre de 2010 - está na casa dos 45% a 50% do faturamento.
Diante da crise mundial, a FRIGOL reduziu produção no período crítico e cortou despesas operacionais para se recompor, mas não interrompeu atividade nas plantas industriais próprias. Essa postura passou a ser um diferencial no mercado, já que a maior parte das empresas do setor arrastadas pela crise paralisou totalmente a linha de produção. “Embora devedora, a empresa continua operante e faturando para pagar seus credores”, avalia o empresário.
O cenário atual é de um a empresa que fatura cerca de 75% do que faturava antes do período da crise. O Grupo FRIGOL chegou a faturar R$ 700 milhões por ano no passado recente. Diante do cenário adverso na crise, a empresa reviu sua posição para um faturamento na casa dos R$ 550 milhões ano. Para 2011, a previsão é de estabilidade operacional na casa dos R$ 550 milhões.
Com esse faturamento previsto, aliado à rentabilidade do mercado da carne neste ano, a FRIGOL prevê cumprir integralmente o plano de recuperação judicial. A empresa também acredita na retomada dos investimentos em suas plantas a médio prazo, operando dentro da sua capacidade produtiva e atenta às oportunidades de ampliar sua participação no mercado.

Emprego

O Grupo FRIGOL tem duas plantas industriais próprias, uma em Lençóis Paulista/São Paulo e outra em Água Azul do Norte/Pará. Incluindo a rede de distribuição, a organização emprega perto de 850 funcionários. O número já foi maior no período anterior à crise, mas também já foi menor logo no início do período crítico. Cerca de 250 funcionários perderam o emprego no momento de ajuste à nova realidade de mercado, em meados de 2010. “Desse pessoal que foi demitido no início da crise, 70% já foram recontratados e estão reintegrados ao quadro da empresa desde que o frigorífico se estabilizou financeiramente”, anuncia o empresário e diretor.
A empresa também está com a folha salarial em dia e retomou o ritmo de abates. Na linha de produção, o abate de animais está em 70% do que a FRIGOL abatia antes de entrar com o pedido de recuperação judicial. “Quem olha para esse mercado, vê que a grande maioria dos frigoríficos de médio porte que concorriam diretamente com a FRIGOL está parada e com dívida de até 50% do faturamento anual. Também vê que nossa posição é de vantagem, pois nosso endividamento é menor (17% do faturamento) e estamos em plena atividade produtiva. E mais: o mercado está reagindo bem, o que melhora as oportunidades de negócios para a empresa se recuperar totalmente”, aposta Djalma de Oliveira Lima, diretor do Grupo FRIGOL.
Outra prova de confiança do mercado na total recuperação da FRIGOL vem de seus parceiros primários, os pecuaristas. Durante a crise no setor frigorífico, muitos pecuaristas deixaram de fornecer animais para abate, reduzindo a oferta de bois para o corte. No caso da FRIGOL, com a apresentação do plano de recuperação judicial aliado aos sinais de reação do mercado, a grande maioria dos pecuaristas voltou a fornecer animais para as plantas da FRIGOL imediatamente, comprovando a confiança do próprio mercado na idoneidade e na capacidade de superação da empresa.

Origem da crise

Até 2008, o mercado mundial da carne e derivados vinha em ritmo positivo. O setor sempre trabalhou com margem de lucro pequena (abaixo de 3%), o que obriga os frigoríficos a atuarem de forma alavancada (utilizando crédito de terceiros, dependendo de capital de giro externo e altamente endividados).
Em 2008, o mundo financeiro entrou em crise de crédito, reduziu as linhas de financiamento e aumentou o custo do dinheiro para as empresas que trabalham alavancadas. Algumas linhas de crédito simplesmente deixaram de existir. A medida estrangulou todas as empresas do setor, pequenas, médias ou grandes. Muitas pararam a produção e entraram com pedido de recuperação judicial. A grande maioria ainda não voltou a operar. A FRIGOL é um caso raro, pois não interrompeu a produção, apesar de ter que fazer ajustes.
No Brasil, a situação se agravou no setor frigorífico. O agente fomentador da indústria nacional (BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) abriu linhas de créditos somente para grandes grupos do setor e fechou o crédito para as empresas de médio e pequeno portes. O cenário - que já era desfavorável - deixou os três maiores grupos do setor frigorífico com caixa robusto, criando uma prática predatória para as demais empresas que disputam este mercado. Resultado: comprometeu toda a cadeia produtiva da carne, prejudicou a oferta de emprego no setor e elevou os preços do produto para o consumidor final.
No período pré-crise, o setor frigorífico brasileiro estava dividido entre três grandes empresas, 15 empresas de médio porte (no qual, enquadra-se a FRIGOL) e outras empresas de pequeno porte. Das 15 empresas de médio do setor, praticamente todas entraram em processo de recuperação judicial. Algumas já encerraram atividades definitivamente. A FRIGOL enfrentou corajosamente as dificuldades da crise desde o final de 2008 e durante todo o ano de 2009.
No primeiro semestre de 2010, como o mercado mundial não reagiu, a empresa se viu obrigada a entrar com o pedido de recuperação judicial em setembro de 2010. É esse processo de recuperação judicial que está sendo elaborado pela empresa no momento e cujo plano de recuperação vai a votação dos credores neste mês.

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