O perigo da maternidade

Tenho percebido, com base em recente levantamento feito pela União Geral dos Trabalhadores, nova central sindical brasileira, que as mulheres continuam sendo vítimas de discriminação, as mais diversas. Todavia, a Organização Mundial do Trabalho aponta que as mulheres ainda estão recebendo salários menores que dos homens, embora desenvolvam as mesmas atividades.
Neste ano, no Brasil, as mulheres conseguiram o direito de ficarem afastadas do trabalho por cerca de seis meses, enquanto acompanham os primeiros dias de seus bebês. Uma conquista? Não se pode dizer que não. Sim, houve uma conquista, mas, a que custos?
Por causa dessa conquista, muitas empresas, embora ainda não haja nada oficial acerca do assunto, estão deixando de contratar mulheres para seus quadros. Preferem os homens, porque nós não ficamos grávidos. Conheço um caso, aqui em Belém, de um empresário, do ramo hoteleiro, que disse não ter intenção de colocar mulheres em seus quadros funcionais, porque, se uma mulher resolver ter três filhos, automaticamente ficará ausente da empresa por quase dois anos, ou seja, dezoito meses. Com os homens, disse categoricamente o empresário, isso não acontece.
Fica até parecendo que teria havido má-fé na efetivação dessa lei, fechando as portas para as mulheres. Eu, no entanto, vislumbro uma saída: como estamos vivendo na época das cotas, cotas para negros, cotas para deficientes, cotas para isso, cotas para aquilo, acho bom, também, que nossos políticos criem cotas para dois setores que estão sendo defenestrados das oportunidades de ingresso no mercado de trabalho. Seriam as cotas para mulheres e as cotas para quem já ultrapassou a barreira dos quarenta anos, pessoas estas discriminadas das empresas que, também, tem usado o recurso de usar estagiários com salários super baixos, para exercer funções técnicas, profissionais, deixando quem de fato labutava há anos no mercado, no ostracismo.
Então, criadas as cotas, as empresas teriam de manter em seus quadros funcionais um determinado número de mulheres, assim como, profissionais competentes da faixa etária dos 40 anos em diante.
Acho isso um absurdo, até um atentado contra a democracia, mas não vejo outra maneira de se acabar com essas discriminações e esses métodos esdrúxulos agora aplicados por empresas para fugirem ao cumprimento de deveres baseados em conquistas sociais. São mecanismos que não tem controle, já que o empresário admite ou demite quem quer, sem critérios de justiça, daí se observar tantos profissionais competentes no ramo da informalidade, com grandes evasões de cifras para os cofres da nação, além do aumento desenfreado dos índices de criminalidade.
Mas, voltando para a questão das mulheres, que sempre foram e continuam sendo massacradas em seus direitos de cidadãs, devo lembrar que todas tem o direito, o livre arbítrio para escolher entre o dom da maternidade e o direito de trabalharem e se sustentarem dignamente. Ninguém sabe se os patrões vão agüentar essa carga ou se irão dar bilhete azul, mas acho que todos devemos continuar na busca de um Brasil bem melhor, mais justo, mais digno.

SALADA
º Tem muito político viajando nos fins de semana, fazendo explícita propaganda extemporânea que, sabe-se, é considerado crime eleitoral.
º Mas isso, os tribunais regionais eleitorais não estão observando e nem tem mecanismos para fazer controle, o que é uma pena.
º No final de semana que se aproxima, acredito que ainda haverá muita gente fugindo para os balneários, afinal, as férias só acabam oficialmente no sábado. Quem é que vai perder?
º Jogo de chantagens e ameaças no Senado, entre partidos que apóiam o governo e Sarney, presidente da casa, e a oposição, mostram o quanto a Casa está desgastada e fugindo de seu papel constitucional.
º Mas os envolvidos, protagonistas desta vergonhosa história, usam palavras bonitas, como processo democrático, para ludibriar o opinião pública.
º De qualquer maneira, é quase certa a aceitação de uma das muitas denúncias contra o senador José Sarney pelo Conselho de Ética e que redundem na sua cassação pelos senadores.
º Registro, com carinho, o aniversário natalício de meu filho Lauro Patrick Barbosa, hoje completando 17 anos.
º Profissionais de imprensa que tem acompanhado a governadora Ana Júlia Carepa comentam que ela é pouco expressiva e dizem que quase nada tem no seu discurso que possa empolgar as pessoas a lhe darem uma nova chance de continuar à frente do executivo paraense.

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