PSM tem 2 meses para corrigir problemas
A Justiça Federal, em
resposta a ação do Ministério Público Federal (MPF), ordenou que
a Prefeitura de Belém regularize em 60 dias o atendimento na Unidade
de Tratamento Intensivo do Pronto Socorro da Travessa 14 de Março (Mário
Pinotti). A prefeitura tem o mesmo prazo para fazer as reformas
emergenciais na sede, principalmente no sistema elétrico, para
cumprir as orientações do Corpo de Bombeiros do Pará. Na ação, o
MPF havia apontado vários problemas no atendimento, que também
precisam de solução. O juiz José Márcio Silva, da 5ª Vara
Federal, determinou que a prefeitura apresente um plano de
regularização que deve ser concluído no prazo de um ano.
A ação do MPF foi
proposta em junho passado, após várias auditorias do
Departamento Nacional de Auditorias do SUS ter feito recomendações de
melhorias que não foram observadas, colocando em risco a vida de
pacientes, trabalhadores e visitantes. Algumas das irregularidades
vêm sendo apontadas desde que o MPF começou a fiscalizar o
Pronto-Socorro, em 2005, sem nenhuma atitude por parte do poder
público municipal.
“São situações
inconcebíveis e pasmosas, mas que ocorrem frequentemente no
hospital, como a falta de materiais simples, tais quais, gaze,
esparadrapo e fios de sutura, e de medicamentos comuns, como a
dipirona, complexo B e solução fisiológica. Chegou-se, nesse rumo,
a uma situação de calamidade, inadmissível às vistas de qualquer
pessoa”, diz a ação, assinada pelos procuradores da República
Melina Tostes e Alan Mansur Silva.
Os problemas vão desde
irregularidades no serviço de UTI e no controle de infecção
hospitalar até a falta de colchões em bom estado nos leitos dos
pacientes. A limpeza hospitalar está precária, as roupas de cama e
para pacientes não são suficientes, há mofo nas paredes, áreas
alagadas, partes do forro do teto quebradas, banheiros deteriorados,
elevadores e ar condicionado que não funcionam, mobiliário em
péssimo estado de conservação e higiene, restos contaminados sem
destinação correta. Dois setores estão entre os mais
problemáticos: o de nutrição e o de farmácia, que exigem reformas
urgentes.
Mas uma das questões
que mais preocupa o MPF é a segurança do prédio onde funciona o
hospital. A rede elétrica precisa ser substituída, porque há risco
concreto de curto-circuito. Para piorar, de acordo com vistoria do
Corpo de Bombeiros do Pará, em caso de incêndio, o prédio tem
problemas de segurança graves que podem causar uma tragédia. Não
há brigada de incêndio, faltam hidrantes e extintores de incêndio,
portas corta-fogo estão com defeito, escadas de emergência sem
corrimão, não há iluminação de emergência nem sinalização de
orientação para caso de pânico.
“A deficiente
estrutura do prédio do Hospital e a existência de fiação elétrica
velha e exposta são deveras preocupantes, visto que possuem
potencial suficiente para causar grave tragédia. Há, nos documentos
acostados, várias ilustrações demonstrando a rede elétrica
precária do nosocômio e constantes alagamentos que ocorrem nas
enfermarias a cada chuva ocorrida na cidade. Isso é tão absurdo,
quanto grave”, diz a ação do MPF.
O órgão deve também deveria fazer uma vistoria no Hospital Universitário João de Barros Barreto, onde pacientes com problemas de cabeça e garganta esperam há anos por uma cirurgia que é marcada e quase nunca acontece por problemas mil alegados às pobres vítimas que dependem desse serviço péssimo da saúde pública.
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