Atleta paraense entre as vítimas da tragédia com avião que levava delegação da Chapecoense

Aeronave acidentada na madrugada de hoje provocando as mortes de 76 pessoas entre jogadores, jornalistas e tripulação


ALÉM DE LUCAS GOMES, QUE JOGOU PELA TUNA LUSO-BRASILEIRA, TAMBÉM MORREU BRUNO RANGEL, QUE JOGOU PELO PAYSANDU ESPORTE CLUBE

O paraense Lucas Gomes, natural do município de Bragança, no nordeste do Pará, está entre as vítimas fatais da tragédia envolvendo o avião da LAMIA, empresa aérea da Colômbia que caiu no começo da madrugada de hoje quando estava a pouco mais de trinta quilômetros do aeroporto de Medellin. A família foi comunicada oficialmente nesta manhã pela direção da Chapecoense, cujo plantel jogaria amanhã pela semifinal da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
Além de Lucas Gomes, que jogou pela Tuna Luso-Brasileira, também outro jogador conhecido do paraense, Bruno Rangel, que jogou pelo Paysandu Esporte Clube, faleceu na queda do avião. Em decorrência, o clube paraense também decretou luto oficial.
A notícia da queda da aeronave deixa o mundo esportivo de luto, pois esta é considerada a maior tragédia envolvendo uma delegação de atletas. O presidente Michel Temer decretou luto oficial de três dias e determinou que a Força Aérea Brasileira disponibilize aeronaves para levar familiares das vítimas para a Colômbia, bem como, para fazer o traslado dos brasileiros mortos para serem sepultados em suas terras natais.
Além dos jogadores, também um grupo de 21 jornalistas de vários veículos de imprensa perderam a vida no acidente. A Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ e os sindicatos da categoria em todo o Brasil estão mobilizados em apoio às famílias enlutadas.
Seguem, abaixo, maiores detalhes acerca do acidente, com informações de várias agências de notícias e portais.

AVIÃO DA CHAPECOENSE LEVAVA

21 PROFISSIONAIS DE IMPRENSA

Da Agência Ansa com Agência Brasil
Autoridades colombianas disseram hoje (29) que, entre os 76 mortos do acidente aéreo com o avião da Chapecoense, há 21 jornalistas e representantes da imprensa e nove tripulantes, além dos jogadores e dirigentes esportivos. As equipes de impresa são das emissoras Fox e Globo, além de canais de rádio. As informações são da agência de notícias Ansa.
Ao menos 22 jogadores da Chapecoense estavam no avião que caiu na noite de ontem no município de La Ceja, perto de Medellín, onde a equipe catarinense disputaria a final da Copa Sul-Americana.
Dos atletas, sobreviveram apenas os goleiros Danilo e Jackson Follmann e o lateral Alan Ruschel. Todo o restante morreu na tragédia.
As vítimas do elenco são os laterais Giménez, Dener e Caramelo; os zagueiros Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto; os meio-campistas Josimar, Gil, Sérgio Manoel, Matheus Biteco, Cleber Santana e Arthur Maia; e os atacantes Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.
Alguns atletas não embarcaram com a delegação, como Neném, Hyoran, Martinucico, Nivaldo, Rafael Lima e Demerson, que não vinham sendo usados pelo técnico Caio Júnior, que também faleceu. O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, estava na lista de convidados do clube, mas não viajou.

Saiba Mais

Entre os 72 passageiros, além dos 22 jogadores, havia 18 membros da comissão técnica, oito da diretoria, três convidados, incluindo o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto Filho, e 21 representantes da imprensa, inclusive o ex-jogador e ex-técnico Mário Sérgio, comentarista dos canais Fox Sports.
Confira a lista de passageiros do voo:
Atletas:
1. Danilo
2. Gimenez
3. Bruno Rangel
4. Marcelo
5. Lucas Gomes
6. Sergio Manoel
7. Felipe Machado
8. Matheus Biteco
9. Cleber Santana
10. Alan Ruschel
11. William Thiego
12. Tiaguinho
13. Neto
14. Josimar
15. Dener
16. Gil
17. Ananias
18. Kempes
19. Follmann
20. Arthur Maia
21. Mateus Caramelo
22. Aílton Canela
Comissão técnica:
22. Caio Júnior
23. Duca
24. Pipe Grohs
25. Anderson Paixão
26. Anderson Martins
27. Dr. Marcio
28. Gobbato
29. Cocada
30. Serginho
31. Serginho
32. Adriano
33. Cleberson Silva
34. Maurinho
35. Cadu
36. Chinho di Domenico
37. Sandro Pallaoro
38. Cezinha
39. Giba
Diretoria:
40. Plínio D. de Nes Filho
41. Nilson Folle Júnior
42. Decio Burtet Filho
43. Edir de Marco
44. Ricardo Porto
45. Mauro dal Bello
46. Jandir Bordignon
47. Dávi Barela Dávi
Convidados:
48. Delfim Peixoto Filho
49. Luciano Buligon
50. Gelson Meisão
Imprensa:
51. Victorino Chermont
52. Rodrigo Gonçalves
53. Devair Paschoalon
54. Lilacio Júnior
55. Paulo Clement
56. Mario Sergio Paiva
57. Guilher Marques
58. Ari Júnior
59. Guilherme Laars
60. Giovane Klein
61. Bruno Silva
62. Djalma Neto
63. Adré Podiacki
64. Laion Espindula
65. Rafael Henzel
66. Renan Agnolin
67. Fernando Schardong
68. Edson Ebeliny
69. Gelson Galiotto
70. Douglas Dorneles
71. Jacir Biavatti

POLÍCIA COLOMBIANA CONFIRMA 76 MORTES NO ACIDENTE
A polícia colombiana confirmou que 76 pessoas que estavam a bordo do avião que levava o time da Chapecoense morreram no acidente ocorrido nesta madrugada (29). As informações são da agência Ansa.
O avião que levava o time da Chapecoense sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29), na Colômbia, com 81 pessoas a bordo, sendo 72 passageiros e nove tripulantes.
Entre as pessoas que estavam na aeronave, havia jogadores, dirigentes esportivos e jornalistas. O avião era um British Aerospace 146, gerenciado pela companhia boliviana Lamia.
Ele teria desaparecido do radar e feito um pouso forçado, devido a uma falha elétrica, em Cerro Gordo, nas proximidades da cidade de La Unión. Fontes locais dizem que a aeronave estava a apenas cinco minutos de voo do aeroporto mais próximo, mas o piloto decidiu arriscar o pouso antes.
Ele teria, inclusive, esvaziado os tanques de combustível para evitar uma explosão. O avião, que havia decolado de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, tinha como destino final o município colombiano de Medellín, onde a Chapecoense disputaria as finais da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, amanhã à noite.

REPERCUSÕES

A imprensa internacional dá hoje (29) grande destaque à queda de um avião em Cerro Gordo, na Colômbia. O avião transportava 81 pessoas. Estavam a bordo 22 jogadores da Chapecoense, time de futebol de Santa Catarina.
Segundo as informações do jornal britânico The Guardian, o avião perdeu o contato com controladores de terra à meia-noite (horário local) e provavelmente tentou fazer uma aterrissagem forçada. Pelas informações ainda não confirmadas, o número de mortos pode passar de 75.
Emissoras de rádio e televisão dos Estados Unidos informaram que o avião vinha da Bolívia para o aeroporto de Medellín, na Colômbia, onde a  Chapecoense iria enfrentar o Atlético Nacional, de Medelin, em dois jogos finais da Copa Sul-Americana.
Cinco pessoas teriam sobrevivido, incluindo o jogador Alan Ruschel e o goleiro Danilo, que estão no hospital. As emissoras observam, porém, que ainda não há dados oficiais sobre o número de sobreviventes.
Vários jornalistas esportivos também estavam no voo, inclusive, o comentarista Mário Sergio, ex-jogador e ex-técnico de futebol.
Fortes chuvas estão dificultando os esforços de resgate, mas cerca de 90 trabalhadores de serviços de emergência estão agora no local do acidente. O prefeito de Medellín disse que o acidente foi "uma tragédia de proporções enormes".

COMBUSTÍVEL

O diretor-geral de Aeronáutica Civil (Aerocivil) da Colômbia, Alfredo Bocanegra, afirmou que não há evidência de combustível na aeronave que se acidentou com a equipe da Chapecoense, próximo à cidade de Medellín. A informação foi divulgada por meio do perfil da Aeronáutica Civil da Colômbia (Aerocivil) no Twitter.
Segundo a Aerocivil, no entanto, os dados e informações sobre o acidente ainda estão sendo recolhidos para que seja iniciada uma investigação. De acordo com Bocanegra, a aeronave foi declarada como desaparecida às 21h54, no horário de Medellín (0h54, no horário de Brasília).

HISTÓRICO

A avião que caiu com a delegação da Chapecoense enquanto viajava para Medellín, Colômbia, local do primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana, era um BAe 146 (RJ-85) da empresa venezuelana Lamia (Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación). O avião, que desapareceu do radar nas cercanias da cidade de La Unión, transportava 81 pessoas, sendo 72 passageiros e sete tripulantes.
BAe 146 envolvido no acidente
Foto: Keithnewsome Airport-Data

A Lamia é uma empresa com sede na Velezuela e que possui operações na Bolívia, onde foi registrado o avião envolvido no acidente. A aeronave, matricula CP-2933, realizou o primeiro voo em março de 1999, sendo entregue no mesmo mês para a norte-americana Northwest (Mesaba), onde voou até meados de 2006. No ano seguinte, foi repassado a CityJet, e vendido a Lamia da Venezuela em 2013. Em fevereiro de 2014, a aeronave foi transferida para a Lamia boliviana, onde operava desde então.
O BAe 146 é um avião regional quadrimotor produzido pela British Aerospace entre 1983 e 2002. A aeronave surgiu como uma das pioneiras no segmento, oferecendo capacidade inferior aos 100 assentos, com propulsão a jato e custos operacionais ligeiramente superiores aos grandes turbo-hélices que ainda eram operados na época, como o Lockheed Electra. Ao logo de 17 anos, o fabricante lançou três gerações do modelo, que ao total acumularam 387 aeronaves produzidas.
O BAe 146-200 surgiu em 1982, logo após o primeiro voo do BAe 146-100, contando com uma fuselagem alongada em 2,41 m e impulsionado pelos motores Textron Lycoming LF 507. Em 1993, já dentro da nova estrutura comercial da BAe System, a Avro International redesigna o modelo como RJ85, realizando algumas melhorias de projeto, assim como um novo layout de cabine que pertiu o transporte de até 112 passageiros.
A família BAe 146 não resistiu à chegada de modelos mais econômicos como a série CRJ da Bombardier e posteriormente aos Embraer E-Jets. Embora tivesse uma capacidade ligeiramente superior aos novos rivais, seus quatro motores e as dificuldades de venda dos britânicos levaram ao encerramento do projeto em 2002.
De acordo com informações iniciais, o Chapecoense havia tentado fretar o avião partindo de São Paulo, mas foi vetado pela ANAC. A Lamia é uma pequena empresa com sede em Mérida, Venezuela, sem tradição no transporte aéreo e que opera uma frota composta por três RJ-85, enquanto sua divisão boliviana operava uma aeronave, a que está envolvida no acidente.
No website da empresa existe um alerta para a busca de sócios, demonstrando a falta de recursos da pequena companhia aérea. Atualmente a Venezuela não possui nenhuma empresa de aviação regular expressiva e as poucas que mantém sede no país sofrem com a falta de recursos e com a grave crise econômica.

O acidente

De acordo com as autoridades colombianas, chovia na região de Medellín e a aeronave caiu numa região de montanhas no entorno da cidade. Embora seja uma informação preliminar, as autoridades de aviação não descartam uma queda por pane seca. Por ora, as equipes de buscam afirmam que a aeronave não explodiu na queda e que alguns sobreviventes já foram resgatados.
Embora alguns veículos de comunicação tenham afirmado que o piloto teria "alijado" o combustível, o BAe 146 em todas as suas versões, não conta com o sistema de dump fuel, que permite aliviar a quantidade de combustível presente nos tanques.
Os sobreviventes estão sendo levados para dois hospitais da região próxima ao aeroporto Jose Maria Córdoba, em Rionegro, nas imediações de Medellín.

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