Não dá para acreditar em nada nem ninguém

Eu estava ontem numa dialética com companheiros de trabalho na União Geral dos Trabalhadores – UGT-Pará, onde eu falava que não acredito em mais nada aqui na terra, quando se fala em defender as classes menos favorecidas. O Brasil é o país da injustiça e isso eu falo em todas as esferas.
A cada dia, entra governo, sai governo, quem é rico, fica mais rico; quem é pobre, fica mais pobre. A Justiça não funciona.
Um advogado amigo meu me falava que isso decorre da falta de juízes. Assim, os processos levam anos e anos. Ainda no ano passado, assistindo a um telejornal, vi uma matéria sobre uma pessoa que morreu movendo um processo indenizatório. Quem recebeu o dinheiro da causa foram os herdeiros e a oficial de Justiça ainda disse para a repórter que estava satisfeita porque mostrava, dessa forma, que ainda “se faz justiça neste país”. Qual foi a justiça, se quem movia a causa já havia morrido?
Minha senhora move uma causa por calúnia, injúria difamação, constrangimento ilegal contra o Supermercado Líder, loja do Shopping-Center Castanheira. O crime dos funcionários puxa-sacos dos patrões foi cometido cerca de três anos atrás. Já houve duas audiências e até agora a sentença não foi proferida. Pior: os advogados da empresa chegam como se nós, na Justiça, fôssemos os réus, dizendo que não querem fazer acordo. Mas, quem foi que disse que a gente quer fazer acordo com eles?
Nós vamos até o fim. O caso, lógico, não vai ser publicado na grande imprensa, afinal, eles são os maiores anunciantes e, quando se trata de anunciante, a censura é rígida nas empresas jornalísticas. Mas nós não vamos desistir. Vamos às últimas conseqüências. O problema é saber quando a juíza encarregada do feito vai se pronunciar.
Queriam que nós apresentássemos testemunhas. Mas como, se as coisas aconteceram dentro do supermercado entre minha mulher, meu filho adolescente e meu neto então com 2 anos de idade. Nós é que ficamos reféns dessa extirpe de gente, de funcionários puxa-sacos e a Justiça, através de seus pares, se enchem de plumas para pintar e bordar praticando verdadeiras injustiças contra os cidadãos. Por isso que eu digo que não acredito em nada de Justiça, assim como não acredito em políticos.
Mas, isso já é outra coisa. Viram a questão do salário mínimo? Viram os bandidos dos deputados paraenses votando na miséria de R$ 545,00 que a presidenta Dilma Rousseff ficou pé, apesar de ter sido votada pela grande massa que vai receber essa porcaria?
Onde está o critério de Justiça? Como acabar com a fome desse jeito?
Enquanto isso, a gente vê políticos roubando, políticos mentindo para a população, da qual roubam os votos e nada fazem em seu favor; juízes ganhando fortunas e nada de Justiça; promotores preocupados com o volume do papel higiênico e despreocupados com os crimes desenfreados praticados pela bandidagem convencional e de colarinho branco, etc. É por isso que, em geral, boa parte do povo brasileiro também segue a trilha, cada um querendo tirar uma casquinha, um proveito de tudo. Nos fins de semana, essa mesma gente espoliada, roubada, segue para os estádios para adorar clubes e craques milionários do futebol; ou para encher a cara de cachaça, ficar sem dinheiro, matar ou chegar em casa sem nada, para deixar a família a passar fome.
Não dá pra acreditar. Aqui, quem tem bons estudos, boa formação profissional, recebe menos do que quem nunca concluiu os estudos; aqui, às vezes, dá vergonha de ser honesto.

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