Voo MH370: mistério de 4 anos

Da Redação, com agências e portais
Um mistério e, ao mesmo tempo, um desafio: por que, em pleno século XXI, uma ultramoderna aeronave some diante dos radares e dos olhos de experientes controladores de voos do mundo

Nesta data, 8 de março, completam-se 1.460 dias, ou quatro anos, do desaparecimento misterioso do Boeing 777-200ER,  matrícula 9M-MRO, da Malaysia Arlines, que decolou do Aeroporto Internacional de Kuala Lampur, na Malásia, com destino a Pequim, na China com 227 passageiros e 12 tripulantes de diferentes nacionalidades, a maioria, chineses. A aeronave, uma das mais modernas em uso pelas principais companhias aéreas do mundo, evaporou-se sem deixar uma pista sequer, a não ser, indícios de que teria mudado de curso e navegado horas a fio sobre o oceano Índico até desaparecer de vez com 239 almas, cujas famílias aguardam, até hoje, por respostas e pelo resgate dos corpos que poderão, assim, ser sepultados com dignidade, o que, talvez, jamais aconteça.
Em junho deste ano, terão se completado 70.560.000 km² de buscas envolvendo vários países a partir da Austrália no fundo do Oceano Índico. Destroços que seriam de um avião semelhante ao Boeing desaparecido foram localizados em praias da Austrália e da África, porém, o corpo da aeronave é uma incógnita.
Tratava-se do voo MH370, que partiu à meia-noite e 40 minutos de sábado de Kuala Lampur rumo a Pequim. Em Brasília eram, precisamente, 11h40 da manhã de sexta-feira. No comando do moderno jato estava o piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, veterano da Malaysia, onde estava trabalhando desde 1981 e que tinha bastante horas de voo e experiência no Boeing 777-200ER

GRAVAÇÕES
Controle de voo: "Malaysia 370, contate Ho Chi Minh 120 decimal 9. Boa noite".
Piloto: "Boa noite. Malaysia 370".
À uma hora, 24 minutos e quatro segundos, os controladores da Malásia viram, pelo radar secundário, o avião passar pelo ponto fixo Igari. Nove segundos depois, o transponder do avião, crucial para a visibilidade no radar secundário, parou de funcionar.
Segundo as investigações realizadas pelas autoridades malaias, chinesas e australianas, além de técnicos da Malaysia Airlines, os pilotos não fizeram contato com o controle do Vietnã. E o Boeing 777 nunca mais foi visto no radar secundário. Dezessete minutos se passaram até os controladores do Vietnã contarem seus parceiros da Malásia perguntando pelo avião.
Antes desses acontecimentos, os procedimentos decorreram de forma normal:
Controle do voo: "Malaysia 370, solicite o seu nível".
Piloto: "370, estamos prontos. Malaysia solicita nível 350 para Pequim".
Controle do voo: "370, pista 32 direita liberada para decolagem".
Piloto: "OK, pista 32 direita, liberada para a decolagem. Obrigado. Boa Noite".

CUSTOS
No ano passado, as informações davam conta de que esta foi uma das mais caras operações de busca e resgate já realizada na face da terra. Com custo de US$ 159 milhões, o esforço não resultou em nenhuma pista do local da queda. Planos para resgate dos destroços e, eventualmente, dos gravadores de dados de voo e de voz da cabine foram finalizados e envolveram agências malaias e australianas.
As teorias para o ocorrido são as mais diversas. Na verdade, operadores que estiveram à frente das operações se dividem entre aqueles que acreditam que o MH370 sofreu uma falha catastrófica e os que apostam que o Boeing 777-200ER foi desviado de sua rota original, passando a voar sem rumo sobre o Oceano Índico, numa missão suicida.
Uma das hipóteses mais discutidas, é quanto a uma despressurização no avião que teria deixado inconscientes a tripulação e os passageiros, que morreram sem oxigênio e teriam voado em suas posições até acabar o combustível e o Boeing fazer um mergulho sinistro e catastrófico às profundezas em algum ponto remoto do Índico. O aparelho teria navegado por horas sob o piloto automático e dados técnicos comprovam que isso teria, de fato acontecido. A tecnologia, entretanto, não conseguiu, até então, determinar em que ponto o MH370 seguiu feito um avião fantasma.

Navio participa da milionária busca aos destroços ao indícios sobre o Boeing 777-200 da Malaysia Airlines


MAIS BUSCAS

No começo deste ano, Malásia concordou em pagar US$ 70 milhões à empresa Ocean Infinity se achasse os restos do Boeing 777 dentro de 90 dias. A embarcação especializada nesse tipo de trabalho, o navio norueguês Seabed Constructor, reiniciou o trabalho a 23 de janeiro, atuando em uma área de 25.000 km², perto da zona explorada anteriormente, no sul do Oceano Índico. A redução no perímetro de busca se baseia nos dados obtidos com os destroços, como espécies de vida marinha localizadas na superfície dos fragmentos encontrados, aliado a suposta área de maior chance de sobrevoo nos minutos finais.
A Ocean Infinity realizou um contrato de "no cure no pay" (se não salvar, não recebe), comum na indústria de recuperação de navios naufragadas. A missão inclui 90 dias de busca marítima, desconsiderando as paradas de reabastecimento, que ocorrem a cada 26 dias. O Seabed Constructor dispõe de diversos submarinos autônomos e sistemas de mapeamento do leito submarino, a empresa espera obter ao menos alguma pista do local onde se encontra a maior parte dos destroços. O navio completou a primeira etapa das buscas, cobrindo 8.200 km², sem obter nenhum dado novo. Agora a embarcação se desloca para uma nova área. A previsão é que os trabalhos sejam encerrados em meados de junho, quando oficialmente encerra-se a busca pelo avião.

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