"Desgaste gerado impacta resultados das ações das ONGs", diz Abong

A Associação Brasileira das ONGs (Abong) tornou pública seu posicionamento em apoio ao fim da jornada de trabalho 6x1, que exige seis dias consecutivos de trabalho com apenas um dia de descanso para o trabalhador no Brasil. Em Nota Oficial, intitulada “Cuidar de si para poder cuidar do outro”, a associação reforça a importância de valorizar os trabalhadores e trabalhadoras que atuam em Organizações Não Governamentais (ONGs) e Organizações da Sociedade Civil (OSCs), defendendo alternativas que promovam o bem-estar e a dignidade no ambiente laboral. De acordo com a Abong, a jornada 6x1 afeta de forma mais severa os grupos historicamente marginalizados, como pessoas pobres, mulheres, negros e LGBTQIAP+, agravando condições de desigualdade e comprometendo a saúde física e mental desses profissionais. “O desgaste gerado pela escala 6x1 não é apenas uma questão de justiça social. Ele também impacta diretamente a qualidade dos serviços oferecidos por ONGs e OSCs em áreas essenciais como assistência social, educação, saúde e defesa de direitos humanos”, destaca a nota. Um estudo recente da Sitawi revelou que o setor de ONGs e OSCs representa 4,27% do PIB brasileiro, evidenciando a relevância deste segmento não apenas social, mas também econômica. Nesse contexto, a Abong propõe modelos de trabalho mais equilibrados, como as escalas 5x2 ou 3x1, e incentiva o diálogo participativo entre as organizações e seus profissionais para construir soluções que considerem especificidades de cada contexto. “É fundamental que os setores público e privado reconheçam o papel essencial das ONGs e OSCs no desenvolvimento do país, apoiando políticas que assegurem condições de trabalho dignas e fortalecendo essas organizações como agentes de transformação social”, afirma a Abong. Para a associação, valorizar os trabalhadores significa também investir na qualidade e na sustentabilidade dos projetos que impactam diretamente os grupos mais vulneráveis da sociedade. Leia a íntegra da Nota Pública: Nota da Abong em apoio ao fim da jornada de trabalho 6x1 e pela valorização dos trabalhadores e trabalhadoras nas ONGs e OSCs Cuidar de si para poder cuidar do outros A Associação Brasileira de ONGs (Abong) manifesta seu apoio ao fim da jornada de trabalho 6x1 e reforça a importância de estabelecer um diálogo contínuo com a classe trabalhadora, especialmente com os profissionais que atuam em Organizações Não Governamentais (ONGs) e Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Reconhecemos o valor inestimável de cada trabalhador e trabalhadora que dedica sua energia e habilidades a causas sociais e humanitárias, muitas vezes em condições desafiadoras e com recursos limitados. A jornada 6x1, que impõe seis dias consecutivos de trabalho com apenas um dia de descanso, prejudica particularmente os grupos historicamente marginalizados, como pessoas pobres, mulheres, pessoas negras e LGBTQIAP+. Estes profissionais, que muitas vezes enfrentam múltiplas opressões e sobrecargas, veem sua saúde física e mental ainda mais impactada por essa rotina exaustiva. O desgaste gerado pela escala 6x1, além de ser uma questão de justiça social, afeta diretamente a qualidade dos serviços oferecidos pelas ONGs e OSCs, que atuam em áreas essenciais como assistência social, saúde, educação e defesa de direitos humanos. Uma pesquisa recente da Sitawi destacou a relevância das ONGs e OSCs na economia brasileira, apontando que esse setor contribui com 1,4% do PIB nacional. Esses dados reforçam o impacto positivo dessas organizações para a sociedade e para a economia, evidenciando a necessidade de criar condições de trabalho dignas e justas para os/as profissionais que atuam nesse campo. A valorização do trabalho nas ONGs e OSCs é não apenas um compromisso ético, mas também um investimento no fortalecimento de um setor que gera transformações sociais significativas. Diante desse cenário, a Abong defende alternativas que promovam uma jornada de trabalho mais equilibrada e sustentável. Modelos como a escala 5x2 (cinco dias de trabalho e dois de descanso) ou 3x1 (três dias de trabalho e um de descanso) podem representar uma solução mais adequada para garantir o bem-estar dos trabalhadores e das trabalhadoras, sem prejudicar a continuidade e a qualidade dos serviços prestados. Além disso, incentivamos o diálogo com os trabalhadores e trabalhadoras das ONGs e OSCs, para que as alternativas sejam construídas de forma participativa, levando em conta as necessidades e especificidades de cada contexto. É fundamental que essa discussão seja ampliada e que os setores público e privado reconheçam o papel essencial das ONGs e OSCs no desenvolvimento do país, apoiando políticas e iniciativas que assegurem condições de trabalho dignas e o fortalecimento institucional dessas organizações. As maiores vítimas da exaustão e das condições precárias de trabalho são, muitas vezes, aquelas que mais precisam desses empregos e que, por isso, enfrentam barreiras para exigir melhores condições. Nosso compromisso com as mudanças sociais se reflete também em nosso desejo de promover ambientes de trabalho saudáveis e justos, onde os profissionais, especialmente aqueles que já vivem sob a pressão das desigualdades, possam exercer seu papel com dignidade, segurança e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A Abong se coloca à disposição para contribuir com esse diálogo e reforça seu compromisso com os direitos trabalhistas e com a construção de alternativas que fortaleçam as ONGs e OSCs enquanto agentes de transformação social, especialmente para os grupos mais vulnerabilizados em nossa sociedade. Abong - Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais Fonte e imagem: Agência Pauta Social

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MP recebe dossiê contra o presidente da Câmara de Vereadores de Tomé-Açu

Eleição em Abaetetuba poderá ter um terceiro turno

Pesquisa Exata que mostra liderança de Claudionor para a Prefeitura de Capanema é liberada pelo TRE após tentativa de impugnação