As crises de valores

Estive pensando, cá com meus botões, sobre os valores que damos às coisas, a consciência e o futuro da humanidade. De repente, me vi mergulhado numa miscelânea de pensamentos que, à primeira vista, não parecem muito concatenados, porém, se levarmos a questão a fundo, dá para ficar pensando. Senão, vejamos:
Antigamente, no Natal, as pessoas faziam os presépios não apenas para embelezar a casa e dar o clima natalino, mas também como uma grande homenagem a Jesus, o aniversariante. Hoje, o presépio, quando ainda existe, não tem mais outro significado como antigamente. Ao que parece, a montagem da cena de nascimento de Jesus, criada por São Francisco, se transformou em um mero enfeite para a quadra natalina, assim como a árvore de natal, aqueles dizeres todos, papai Noel etc.
Eu faço presépio há 41 anos e, lá em casa, tanto faz eu armar como não, para a juventude que lá vive, é como se não fizesse grande diferença.
Foi a partir daí que, triste, mergulhei nesses pensamentos todos. E lembrei que uma grande parte da juventude está inserida no mundo das drogas, do sexo desenfreado, das curtições mil que o mundo apresenta, e poucos, poucos mesmo, querem realmente estudar. Não concordo, por exemplo, que haja a necessidade de cotas para a sociedade ascender ao ensino superior.
Talvez existam muitas crianças e jovens que não foram estimulados a estudar, porém, uma grande parcela desse pessoal realmente não quer nada com o estudo, apenas sexo, festa, brega, internet, facebook onde dizem besteiras em cima de besteiras, drogas e dinheiro fácil; roupa de marca, tênis de marca.
Se a humanidade e o mundo depender de pessoas assim, então, pode-se acreditar que o mundo terá fim, porque não vai restar muita coisa. O que teremos da história do tempo atual para contar? As aventuras do tresloucado e agora moribundo Húgo Chávez? do Brasil do mensalão do PT? do mensalão do DEM? do mensalão do PSDB? da crise desenfreada que assombrou a Europa por causa da má gestão dos países do velho mundo? da violência que não tem fim e é descabida em toda parte?
Donde surgirão as novas cabeças pensantes, aquelas que vão movimentar a ciência a partir de um estudo que está abandonado?
Antigamente, a religião era importante, Deus era importante. O temor a Deus fazia com que as pessoas freassem um pouco seus instintos muitas vezes impiedosos. Hoje Deus virou algo abstrato, não está mais concreto porque os corações estão fechados. Enfim, as pessoas do mundo globalizado, uma boa parcela das nossas crianças e dos nossos jovens não acredita que Deus existe.
Grande parte da sociedade ficou materialista, existencialista e, assim, não busca outra felicidade que não aquilo que pode ser visto.
Ou seja, as tradições ficaram para quem ainda as conserva. É por isso que muitos idosos ficam com suas lembranças e vão contando essas experiências, mas a sociedade de hoje não tem muita paciência para escutar essas histórias, muitas vezes cheias de detalhes importantes, detalhes que vão se perdendo no tempo.
Estamos muito preocupados com o meio ambiente, com a sustentabilidade do planeta. Acho isso importante, tanto que fiz minha especialização em jornalismo ambiental, mas está na hora de pensarmos na sustentabilidade social enquanto elemento propulsor de garantia de sobrevivência. Afinal, de milhões desses jovens desatinados está difícil de sair o bom médico, advogado, arquiteto, engenheiro, professor, cientista, padre (este, meu Deus!). Se eu levar este pensamento mais adiante, teria de fazer uma tese, um ensaio, e fatalmente, poucos iriam se interessar pelo que estou dizendo, achariam o tema chato, afinal, estamos no mundo da rapidez, inclusive da leitura, que uma grande parcela tem preguiça de fazer.

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