Círio 2013 termina com mais de 8 horas de caminhada

Desde que a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré deixou a catedral metropolitana da Sé, por volta das 6h30 de  hoje, foram mais de oito horas de caminhada feita por mais de dois milhões de fiéis até a Basílica Santuário, onde o bispo auxiliar, Dom Teodoro Tavares Mendes, celebrou a missa de encerramento da procissão. Enquanto isso, o arcebispo metropolitano, Dom Alberto Taveira, aguardava em frente ao Colégio Nazaré, para abençoar os promesseiros que estavam na corda, a qual foi cortada bem antes de a procissão chegar nesse ponto, já na reta final da caminhada de quatro quilômetros, contrariando a campanha liderada pelo religioso para que a corda não fosse cortada.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde, que trabalhou em parceria com a Cruz Vermelha, foram feitos cerca de 1.610 atendimentos nos mais variados postos de saúde espalhados ao longo da procissão. A maioria dos atendimentos ocorreu nos postos localizados na virada da Pedra de Peixe do Ver-o-Peso, na entrada da Presidente Vargas, na dobrada da Presidente Vargas para a Avenida Nazaré e na chegada ao Conjunto Arquitetônico de Nazaré, onde termina o Círio.
De qualquer forma, a Diretoria da Festa acredita que foi mais uma missão cumprida com êxito e que, apesar dos atrasos, a santa chegou na Praça Santuário dentro de um horário ainda razoável. As fotos (de Cristino Martins, da Agência Pará) mostram momentos da 221ª procissão do Círio de Nazaré, tida como uma das mais importantes festas marianas de que se tem conhecimento, especialmente no Ocidente, segundo informa o arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, futuro cardeal e ex-arcebispo de Belém, Dom Orani João Tempesta.
Ao todo, são onze romarias. A primeira delas acontece na sexta-feira que antecede ao Círio, a Romaria Rodoviária, que é a mais longa. Começa na Basílica, percorre boa parte da cidade, vai a Ananindeua e Marituba e depois volta para Ananindeua, onde a santa fica em vigília até a madrugada de sábado. No sábado começa a segunda romaria, que vai de Ananindeua para Icoaraci, onde começa a terceira romaria, desta feita, a fluvial, que neste ano reuniu o maior número de embarcações da história do Círio. A quarta romaria vem sem seguida. É a motoromaria. A Santa é levada da Escadinha do Cais do Porto até o Colégio Gentil Bittencour. Ali começa, ainda no sábado, a quinta romaria, que já é considerada como um Círio Noturno. Trata-se da Trasladação, quando a imagem de Nossa Senhora é levada do Gentil até a Catedral Metropolitana da Sé para, mais uma vez, permanecer em vigília, até a manhã do domingo, Dia do Círio. É a sexta e mais importante, o ápice da festa. A sétima romaria é a romaria dos ciclistas, no sábado seguinte ao Círio. No segundo domingo da festa acontece a oitava romaria, que é o Círio das Crianças. A nona romaria é a Romaria da Juventude, na tarde do segundo sábado da festa. No último dia, acontece a 10ª Romaria, que é a Procissão da Festa, do dia de Nossa Senhora de Nazaré, pelas ruas das adjacências da Paróquia de Nazaré. Na segunda-feira, depois do término da festa, tem a 11ª e última romaria, que é o Recírio, quando a imagem da santa é levada, de andor, da Basílica para o Colégio Gentil Bittencourt, onde a tradição dizia, antigamente, que ela permaneceria até o próximo Círio, o que não acontece mais, haja vista que a imagem peregrina participa de vários outros Círios não apenas no Estado do Pará, como também em outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro e Brasília, abertura esta feita a partir do ex-arcebispo Dom Orani João Tempesta.