Dilma e Cunha são dois tubarões agonizantes

Na próxima terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, vai definir o nome do relator do processo instaurado por quebra do decoro parlamentar pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha, acusado de crime de corrupção, cujo benefício foi depositado em paraísos fiscais na Europa. O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), adiantou ontem que não há prejulgamento e nem acusação contra o presidente da Casa, mas sim, contra o deputado que exerce o cargo no momento. Disse também que, quando se trata de um processo desta envergadura, o prestígio do presidente da Câmara é zero.
Mas, há um outro fato. O jornal "O Estado de São Paulo", em sua edição de hoje, noticia que o governo encurralou a bancada do PT a não fazer prejulgamento de Eduardo Cunha. Para a sociedade brasileira, este posicionamento do governo está bem claro: é nas mãos de Cunha que está neste momento o imbróglio da abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Ou seja, o destino da nação e da população mais afetada, que são os trabalhadores, pobres e sem direito a nada, está nas mãos de dois tubarões agonizantes, ambos querendo salvar a própria pele, pelo que, farão de tudo, passarão por cima de leis, de escrúpulos, de critérios de moral etc para se manterem no poder e impunes pelos crimes e desmandos praticados.
Enquanto isso acontece, a inflação continua galopante, sem controle, com preços subindo a todo instante, especialmente de combustíveis que impulsionam todo o restante da economia por assim dizer.
Salários não têm aumento. São controlados com mão de ferro pelo governo, com apoio das categorias dominantes. Mais pessoas estão sendo demitidas. No trimestre, já passa de um milhão o número de pessoas que perderam emprego de carteira assinada, taxa de 8,7% de agosto até o momento, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Apesar desses números e fatos estarrecedores, no momento, deputados, senadores e o governo estão mais preocupados com o andar da carruagem na Câmara, para ver como ficará a situação de Eduardo Cunha, e no Palácio do Planalto, onde muitos sonham com a cassação de Dilma Rousseff. Ironicamente, Cunha, que vinha atacando o governo, agora depende deste para se manter no poder e vice-versa. O povo, agora, é um mero detalhe, parafraseando o saudoso Chico Anísio, imitando uma certa ministra da Fazenda.

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