Mais uma prova de displicência com o crime

Falava ontem sobre a impunidade que impulsiona o crime neste país e aproveitei para mostrar o quanto temos responsabilidade com essa proliferação malévola por meio das pessoas que elegemos, sem poupar críticas ao judiciário, legislativo e executivo, todos com seus agregados. Hoje volto a carga, agora, em relação a representantes do Ministério Público - não é a instituição em si -, que na ânsia de "cumprir a lei" ou de se fazerem pertinentes com suas decisões, terminam por fazer grandes burradas.
Um certo delegado de Polícia Civil, diretor de uma certa divisão de polícia especializada, investigando um caso de trambique milionário na Grande Belém, envolvendo empresa transportadora, identificou o empresário bandido que aplicou golpes que passam dos R$ 8 milhões.
Incontinenti, o policial pediu a prisão preventiva do indiciado que já prestou depoimento à Polícia. No entanto, o delegado ficou aborrecido, diria decepcionado quando foi informado que um certo promotor de Justiça opinou pela não decretação da prisão, sob alegação de que ainda carecia de mais elementos para que o criminoso fosse posto atrás das grades.
O policial, que não quer seu nome revelado, disse que, diante desse fato, só lhe resta concluir o inquérito e encaminhá-lo para que a Justiça mesma se pronuncie acerca do que deve ser feito contra o acusado.
No entanto, o policial me disse que isso é mais uma prova de que cadeia não foi feita para quem tem dinheiro e que, em caso de estelionato, que também é um roubo sem armas, os criminosos engolem o dinheiro todo, podem até ir para a caceia - o que é muito difícil -, mas ali não vão demorar e as vítimas é que ficarão, realmente, prejudicadas, sem as somas que perderam. É um dos fatos repugnantes que as leis brasileiras permitem e que a gente vê acontecer todos os dias e ficamos sem poder fazer nada, haja vista que o poder está nas mãos de quem não devia, ou seja, de quem só olha para o próprio umbigo.

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