Diretor do Igeprev paga aluguel de balsa que conecta filho de vereador ao tráfico de drogas

Amilton de Queiroz Freitas é servidor público e dono da balsa que fez o transporte de um veículo de Manaus (AM) para Santarém (PA), apreendido pela Polícia Militar, em julho passado, com o porta-malas cheio de drogas e munições. O caso envolve o filho de um vereador, preso dias depois por ordem da Justiça. A embarcação, segundo o inquérito policial que apura o episódio, pertence a Amilton de Queiroz Freitas, 38 anos. Ele é servidor público estadual, lotado no Instituto de Gestão Previdenciária do Pará (Igeprev). Servidor comissionado, Amilton Freitas ocupa o cargo de gerente do Igeprev em Santarém. Ganha salário de R$ 3,3 mil (bruto), conforme o Portal da Transparência do Governo do Pará do mês de julho. A balsa/motor Lady Conceição foi alugada para o servidor e seu sócio junto a um empresário de Óbidos no ano passado. A embarcação faz a linha Manaus-Santarém-Manaus. O embarque e desembarque de carros e cargas em Santarém é feito em uma área portuária localizada no bairro do Uruará. DEPOIMENTO DO PRESO Victor Calebe, em depoimento, diz “ter o cargo de serviços gerais há três meses, quando Amilton Queiroz Freitas o contratou para trabalhar a Ferry Boat Lady Conceição. O seu contrato foi verbal e avulso, não havendo carteira assinada. Disse que a embarcação transporta carga variada e carretas, carro de grande, médio e pequeno portes. Acrescentou que embarcou o veículo Corolla, na cor cinza, placa KYL-5759, dia 26/07/2024, quando fez uma última compra em um supermercado em Manaus para Amilton e também foi à casa da esposa de seu patrão, que enviou uma encomenda, sendo uma sacola branca com algumas coisas dentro que estava localizada no banco de trás do carro. Calebe diz não recordar o nome e nem o bairro que ela reside em Manaus, e que, ao retornar com destino a Santarém, deixou o Corolla na balsa e que não estava carregando drogas e nem algum tipo de caixa; que existe uma filmagem no porto de Manaus do referido veículo Corolla, mostrando que na hora do embarque não tinha nada dentro do veículo. Ainda segundo Calebe, todas vezes que embarca com seu carro, sempre foi autorizado por Amilton de Queiroz Freitas (proprietário da embarcação). Explica que sabe dizer que sempre fazia esses tipos de compras externas para a embarcação e deixava a chave de seu veículo nos atadores de rede, assim, quaisquer outros funcionários também poderiam ter acesso. Que desconhece quem colocou as caixas de drogas em seu carro e que sabe dizer que buscou as munições de 9 mm apreendidas para Amilton. Calebe afirma desconhecer a pessoa que fez as entregas das munições, mas que eram em pontos distintos de Manaus; que entrava em contato por telefone, não sabendo informar o número e sim seguinte as textuais: "Leva a encomenda para o chefe", que era Amilton. Ainda em seu depoimento, Calebe afirma que Hamilton lhe pediu que trouxesse uma máquina de lavar em uma das viagens anteriores. O CRIME Na noite de sexta-feira, dia 28 de junho, por volta das 21 horas, a Polícia Militar do Pará apreendeu uma grande quantidade de drogas e munições no Porto do Quinco. A ação resultou na apreensão de 50 quilos de maconha, 10 quilosde crack e 20 munições de calibre 9 mm, além de um veículo Corolla. Tudo começou com informações repassadas pela 29ª CIPM (Óbidos) à Companhia de Policiamento Ostensivo Tático, dando conta da chegada de dois veículos suspeitos em uma balsa oriunda de Manaus. As viaturas da Companhia se dirigiram ao local e encontraram apenas o veículo Corolla. Conforme disse o gerente da balsa, Sivaldo Magalhães Silva, os veículos estavam sob a responsabilidade de Victor Caleb Monteiro da Silva. Minutos antes da chegada da PM, dois indivíduos teriam levado um veículo CRV, enquanto Calebe retirou o Corolla da balsa e o estacionou nas proximidades. Ao perceber a presença dos policiais, Caleb abandonou o local e fugiu. Diante das circunstâncias, foi solicitado o apoio de um chaveiro para abrir o veículo. No porta-malas, foram encontrados 43 tabletes de substância análoga à maconha, nove tabletes de substância análoga ao crack e 20 munições de calibre 9 mm. Imagens: Reprodução

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