MH370, um enigma entre o céu e a terra

Kuala Lampur, Malásia
Agências Brasil, Lusa e Sistema de Notícias

Boeing da Malaysia Airlines sumido com 239 almas a bordo
O desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, dois anos atrás, pouco depois de ter decolado de Kuala Lumpur com destino a Pequim, com 239 pessoas a bordo, ainda é um mistério, indica um relatório publicado hoje. “Até hoje, os destroços do MH370 ainda não foram descobertos, apesar das contínuas buscas no sul do Oceano Índico”, diz um comunicado da equipe internacional de investigação liderada pela Austrália. Pelo segundo ano consecutivo, a equipa de investigadores nada tem para oferecer de novo.
Com o código de voo MH370, o Boeing partiu de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo, com destino a Pequim, na madrugada de 8 de março de 2014 e desapareceu dos radares da Malásia aproximadamente 40 minutos depois de ter levantado voo. O aparelho tinha no comando os experientes pilotos capitão Zaharie Ahmed Shah, de 53 anos, e o copiloto Fariq Abdul Hamid, de 27. “O desaparecimento do [voo] MH370 não tem precedentes e a sua busca tem sido um dos maiores desafios da história da aviação. Equipes de busca trabalham sem descanso numa das zonas mais inóspitas do mundo”, afirmou hoje o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak.
Uma operação - liderada pela Austrália, em que também participa a Malásia e a China -  prevê terminar, em junho, os trabalhos em uma área de 120 mil quilômetros quadrados numa zona remota do oceano Índico. O aparecimento, no ano passado, de um fragmento na ilha francesa de Reunião, perto de Madagascar, figura como o único vestígio confirmado do avião descoberto até ao momento. É a única pista de que o avião realmente caiu com todos a bordo, contrariando o que denunciam familiares das vítimas, que têm esperanças de que seus entes queridos ainda estejam vivos em algum lugar. Ontem, em protestos em Pequim, familiares de passageiros chineses que desapareceram com o gigante Boeing 777 em algum ponto desconhecido e de difícil acesso no sul do Índico, denunciavam que o governo malaio e a própria Malaysia Airlines escondem a verdade sobre o paradeiro do aparelho.
Autoridades francesas na ilha de Reunião, no Índico Sul
Também ontem, as autoridades aeronáuticas de Moçambique entregaram, em Maputo, a um grupo de peritos, uma peça encontrada no sul do país que pode pertencer ao avião da Malaysia Airlines.
O presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique, João Abreu, disse à Agência Lusa que a peça, encontrada por um turista norte-americano, ia seguir para análises na Austrália, considerando prematuro estabelecer uma ligação entre a peça e o avião desaparecido.

CASO ENIGMÁTICO


Boeing da Varig desaparecido em 1979 ao decolar de Tóquio
Este é o segundo caso de avião de grande porte desaparecido sem qualquer vestígio, no que se transformou em um caso enigmático, misterioso.
Em Janeiro de 1979, um Boeing 707 cargo da Varig, deixou o Aeroporto Internacional de Narita, no Japão, com destino ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Havia uma escala prevista para Los Ângeles, nos Estados Unidos. Havia seis tripulantes sob o comando do experiente piloto Gilberto Araújo da Silva, herói sobrevivente do voo RG-820, também da Varig, que fez um pouso de emergência nas proximidades do Aeroporto de Orly, na França, em 1973, por um incêndio a bordo que matou 123 pessoas.
Ao deixar o Japão, o 707 fazia o voo RG 967. Ao lado do comandante Gilberto Araújo estavam os aeronautas comandante Erni Peixoto Mylius, atuando como 1º oficial; 2º oficial Antonio Brasileiro da Silva Neto; 2.º oficial Evan Braga Saunders; e atuando como co-pilotos, José Severino Gusmão de Araújo e Nícola Exposito (mecânicos de voo). Este é um raro caso em que um aeronauta se envolve em dois graves acidentes.
Pois bem, era noite de 30 de janeiro, exatos 38 anos. O aparelho decolou do Aeroporto de Narita com uma carga de 153 quadros do pintor Manabu Mabe, que voltavam de uma exposição naquele país. As pinturas foram avaliadas na época em mais de US$ 1,24 milhão.
Cerca de 30 minutos após a decolagem, o Boeing 707 cargo da Varig desapareceu das telas de radar. Foram feitas buscas, porém, até hoje, o avião nunca foi encontrado, nem destroços, nem tripulação. Um pouco diferente do caso do avião da Malaysia Airlines, que pelo menos um pedacinho da asa foi encontrado na ilha francesa de Reunião, confirmando que o acidente realmente aconteceu.
O Boeing da Varig mergulhou nas profundezas do oceano Pacífico sem que a tripulação houvesse dado qualquer indicativo de problemas. A suspeita - mesma no caso do MH 370, é que tenha ocorrido uma despressurização a bordo. Os tripulantes ficaram impossibilitados de controlar o aparelho que, no piloto automático, voou por muitas horas como um fantasma cheio de cadáveres até o combustível acabar e ele mergulhar para sempre nas profundezas do oceano, tendo apenas Deus por testemunha.

PASSAGEIROS


Dentro do Boeing 777 da Malaysia viajavam, entre as 239 vítimas que já foram dadas oficialmente como mortas pelo governo malaio, 153 chineses e 38 cidadãos da Malásia. Sete eram crianças. Também havia dois passageiros do Irã, EUA, Canadá, Indonésia, Austrália, Índia, França, Nova Zelândia, Ucrânia, Rússia, Taiwan e Holanda.

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