Invasores de fazendas da BBF, no Acará, continuam agindo livremente e polícia silencia

Lideranças quilombolas da região do Acará, no nordeste do Estado, vêm fortalecendo sua atuação criminosa no furto de frutos de dendê, matéria prima do biodiesel, em áreas de propriedade da empresa Brasil BioFuels (BBF). No último dia 31 de janeiro, por volta das 18h30, um caminhão carregado com frutos de dendê furtados estava em deslocamento pela via principal da Fazenda Paraíso, pertencente à BBF. Além do caminhão, um comboio com dois veículos escoltava o trajeto. Nos veículos, aproximadamente sete criminosos portavam armas de fogo de tipos diversos como espingarda calibre 12, revólveres e pistolas.

A equipe de segurança privada da BBF foi acionada e constatou que o caminhão prestava serviços aos criminosos e tinha como destino a empresa Marborges. O ponto de origem da carga furtada era a Fazenda Vera Cruz, também de propriedade da BBF.

O objetivo, segundo informado pelo condutor do caminhão, era atravessar a carga roubada a mando dos invasores quilombolas, por meio da balsa clandestina ancorada em porto privado da BBF, para concluir a entrega da carga sem chamar a atenção das autoridades policiais pelas rodovias estaduais, fato já comunicado pela BBF diversas vezes aos órgãos públicos, incluindo a Marinha do Brasil.

A empresa fez o registro em boletim de ocorrência na Delegacia do Acará e aguarda a apuração do caso (boletim de ocorrência número 00167/2023.100143-7).

No dia seguinte, 01 de fevereiro, a situação se repetiu. Porém, os invasores se fortaleceram e fizeram o trajeto em maior comboio de veículos, com 25 pessoas dentro dos veículos, com posse de armas de fogo no estilo das facções criminosas “bondão/RJ”. 

Ao avistarem a equipe de segurança privada da BBF, os criminosos agiram com extrema violência, abordando e agredindo fisicamente os trabalhadores, além de subtraírem suas armas de fogo e demais pertences, como celulares, malas e uniformes. Os trabalhadores passaram por exame de corpo de delito, tendo sido constatadas diversas lesões corporais. A BBF realizou novamente o registro de ocorrência (boletim de ocorrência número 00167/2023.100152-8), na mesma delegacia do Acará, onde foi instaurado o inquérito policial pelo crime de roubo qualificado e associação criminosa armada.

O grupo criminoso foi além. No dia 02 de fevereiro, Josias Dias dos Santos (vulgo “Jota”), juntamente com seus parceiros, praticaram mais um crime de roubo de frutos de dendê, envolvendo a subtração de três conteiners carregados da BBF. Na sequência, os criminosos rasgaram todos os pneus do caminhão da prestadora de serviço que realizava o transporte para a empresa. O crime foi registrado em boletim de ocorrência número 00167/2023.100158-5.

Dentre os parceiros de “Jota” nestes crimes, está Laelson Siqueira de Souza e Wemerson Vanildo Santos Silva, ambos condenados por extorsão e roubo qualificado (Processo 0000041-10.2016.8.14.0076 do TJPA). No julgamento, Laelson e Wemerson tiveram decretada a pena de 12 anos de reclusão em regime fechado, mas continuam andando livremente e praticando os mesmos tipos de crime há mais de 10 anos.


POLÍCIA CALADA


A reportagem entrou em contato com o delegado Gustavo, da Delegacia de Polícia do Acará, por meio de whatsapp, perguntando por que Laelson Siqueira de Souza e Wemerson Vanildo Santos Silva continuam circulando livremente na cidade de Acará, a cometerem os mais diversos crimes, mas ele respondeu que as respostas só poderiam ser dadas pela Delegacia Geral. Assim, entramos em contato com a DG, via assessoria de imprensa por meio de mensagem de whatsapp, ligações e e-mails. Os endereços da assessoria constam na lista de contatos fornecida pela Agência Pará, no entanto, não houve qualquer resposta, da Polícia Civil, sobre os questionamentos. Agora, a sociedade e a empresa vitimadas aguardam uma solução dos casos. A BBF informou que segue prestando todo apoio às investigações no local.

Fotos: Reprodução

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