Lula e o “eixo do mal”


ROBERTO BARBOSA

Desde a época em que o presidente dos Estados Unidos da América se chamava George W.Bush que se fala dos países do “eixo do mal”, envolvendo Coreia do Norte, Irã etc. O termo ficou mais conhecido ainda depois do fatídico 11 de setembro, quando o doido do Osama Bin Laden projetou e executou aquele atentado que derrubou as torres gêmeas do Word Trade Center, em Nova Iorque. Aí, começou aquela guerra contra o Afeganistão que levou ao fim do regime do Taleban, onde as mulheres viviam massacradas por seus homens, uma tirania sem igual. O que eu não concordo, entretanto, é que os americanos não se tivessem incluído no “eixo do mal”, dado que seu governo foi o autor do maior atentado terrorista que se conhece na história, quando jogou a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, causando milhares de mortes de inocentes.
Mas entendo, entretanto, agora, depois dessa polêmica da sentença de morte contra a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, mãe de dois filhos, acusada de praticar adultério com o homem que teria assassinado seu marido. A condenação ocorreu faz quatro anos e agora o Irã diz que ela será morta de qualquer jeito, só que não será mais por apedrejamento. Grande benevolência! Quem tem coragem de se dizer democrata e justo e condena uma pessoa a morte tão cruel não pode se dizer que é gente de bem, que é país de bem, afinal, contraria tudo o que se conhece no mundo contemporâneo sobre justiça e direitos humanos.
Ora, se a mulher planejou a morte do marido para ficar com outro, ela merece pagar por seu crime na cadeia. Mas, há de se considerar o seguinte: essa mulher é mãe e seus filhos vão sofrer com sua morte, como se já não bastasse a perda do pai de forma tão trágica.
Por outro lado, vamos e convenhamos. Quanta hipocrisia desse governo do Irã! Por acaso seus homens também não traem, não cometem adultério nem planejam e matam mesmo suas mulheres para serem felizes com outras? O Irã e todos os países que praticam esses crimes como se fosse justiça ou cultura local são, de fato, estados do “eixo do mal”. Urge que a sociedade intervenha e impeça que crimes hediondos desse tipo continuem a ocorrer.
Também estranho que o presidente Lula, que diz ter um grande prestígio internacional e pretende se tornar um diplomata após deixar o cargo em 31 de dezembro deste ano, não tenha conseguido convencer seu amigo do peito, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, a impedir tamanha crueldade.
Bom, pelo menos uma coisa já é certa. Sakineh não será mais apedrejada. Por benevolência da lei iraniana, poderá ser enforcada ou executada. Quanta piedade! Foi assim, também, por benevolência, que ela pegou apenas 99 das 100 chicotadas a que fora condenada inicialmente. Hipócritas e assassinos! A lei desses países vale menos do que aquilo que o gato enterra.

PS – Consta que, na madrugada desta terça-feira, uma mulher foi executada sem dó nem piedade por determinação da Justiça do Irã, acusada de crime de adultério. Se, no Brasil, a moda pega...

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