Polêmica cerca eleição da lista tríplice na Defensoria Pública do Pará
Será realizada amanhã,
sexta-feira, 22, a eleição on-line para formação da lista tríplice a ser
encaminhada ao governador Helder Barbalho para escolha do novo Defensor Público
Geral do Pará, no biênio 2020/2022. Será um pleito atípico, porque ocorrerá de
forma remota, com apenas cinco concorrentes, um dos quais, com possível
impugnação. Inicialmente havia seis postulantes, mas um, Edgar Alamar, teve pedido de impugnação junto à Comissão
Eleitoral e desistiu do pleito. Agora, concorrem os defensores públicos Alessandra
Oliveira Damasceno Guedes, João Paulo Carneiro Gonçalves Ledo, Fernando
Albuquerque de Oliveira, Verena Maués Fidalgo Barros e Célia Symone Filocreão
Gonçalves.
Para a realização da eleição que
elegerá o Conselho Superior da Defensoria Pública, ocorreu todo o processo
normal, com formação de Comissão Eleitoral, presidida pelo defensor público
Fabio Pires Namekata, que publicou os editais dando trâmite ao pleito. Os
eleitores poderiam escolher votação on-line ou presencial, porém, em razão do
lockdown devido a pandemia com o novo coronavírus, muitos daqueles que
pretendiam se dirigir para votar pessoalmente na sede do órgão, desistiram e
tiveram até o último dia 18 para formalizar o pedido com fulcro de exercerem o
voto de dentro de suas casas.
No entanto, nos bastidores da
eleição, há dúvidas quanto à participação no pleito, do defensor público João Paulo Carneiro Gonçalves Ledo. Ele enfrentou penalidade disciplinar de suspensão por três
meses, com decisão publicada no Diário Oficial do Estado em 17 de abril
passado, em razão de apuração feita pela Corregedoria da Defensoria Pública,
após denúncias formais de que praticou advocacia privada, o que é incompatível
com a função de defensor público, irregularidade cometida em seu escritório na
cidade de Capanema, no Nordeste do Pará.
Para
a categoria dos defensores públicos, a acusação torna-se grave, pois a lei que
regulamenta a profissão veta a advocacia particular. O caso já foi até parar na
justiça e João Paulo teve liminar negada em mandado de segurança.
Por sua vez, o defensor Edgar Alamar, desistiu de concorrer
em razão de sua sociedade com a empresa Alamar Comércio e Serviços Ltda.
Conforme consulta ao site Transparência Brasil (http://www.portaltransparencia.gov.br/busca?termo=Edgar%20Alamar), o ex-candidato possui mais de R$ 8
milhões em contratos com órgãos da administração pública, inclusive com a prefeitura municipal
de Belém. Em razão desse fato, o defensor teve pedido de impugnação de sua
candidatura, posto que o exercício de atividade empresarial é incompatível com
a função de defensor público-geral.
A reportagem entrou em
contato com a Defensoria Pública do Estado para e reportar acerca desses dois
casos e foi informada que apenas cinco candidatos continuam na concorrência. Os
dois defensores públicos não foram localizados.
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