Justiça presenteia assassino de padre

ROBERTO BARBOSA
Mais uma vez estou decepcionado com a Justiça, em especial do Estado do Pará, que, ontem, julgou contra as provas contidas nos autos e levou um assassino frio e cruel a receber, de prêmio, uma esdrúxula condenação de oito anos em regime semi-aberto a ser cumprida na colônia agrícola Heleno Fragoso, no município de Santa Izabel do Pará, a 50 quilômetros de Belém.
Adriano de Jesus Figueiredo, réu confesso do assassinato do padre alemão Wolfjoang Johnnes Shermann, disse o que quis contra a vítima, que não teve como se defender quando foi atacada por ele a golpes de faca e, claro, depois de morto, e sua versão foi aceita, graciosamente, pelo corpo de jurados.
O representante do Ministério Público, Miguel Baía, que sustentou a tese de homicídio triplamente qualificado, ao final da sessão, disse, simplesmente, que não iria recorrer da sentença, que deve transitar e julgado. Deste modo, não demorará muito, e Adriano de Jesus estará novamente em liberdade, pronto para cometer outros crimes, talvez até, mais cruéis.
Acho interessante que, num momento em que se fala tanto em direitos humanos, um Tribunal Popular do Júri tenha julgado baseado em conversa fiada e extremamente discriminatória. Independente da opção sexual de uma pessoa, será que, por isso, ela não merece respeito?
Segundo as leis brasileiras, sim. Mas, com a discriminação que se fez presente no julgamento de Adriano, onde a vítima foi o padre Wolfjoang Shermann, não sei mais o que dizer.
Pior, a própria igreja não mandou nenhum representante, assim como os familiares da vítima. Ninguém mesmo. É como se ninguém, mas ninguém mesmo, quisesse se envolver com um padre acusado por um delinqüente de homossexualidade.
Promotor diz que não vai recorrer. Parece que era um “cadáver barato”, imerecedor de piedade. O advogado de defesa comemorou o resultado com uma vitória. Pode ser uma vitória para ele e a família de seu cliente. Para nós, sociedade, é uma derrota, porque estamos vendo criminosos de verdade sendo absolvidos com o beneplácito da lei.
Parece que a lei do açougue está mesmo instituída. Quem morrer, que se lixe; que vença sempre o mais forte.

SALADA
°Tomara que acabe logo essa campanha política. Não agüento mais ver esses candidatos fazendo do meu ouvido, um penico.
°É tanta aberração que eles falam, que dá tristeza saber que essas pessoas querem ser nossas representantes nas câmaras municipais.
°Tem partidos que continuam fazendo a velha política panfletária, de atacar os opositores com discursos fajutos que não enganam mais a ninguém.
°O pessoal do PT está desesperado, dizendo que fizeram e aconteceram. Coisa nenhuma. Fizeram, sim, um governo ruim e irresponsável, tal qual os outros, que passaram por aí.
°Falar em governo, Lula está comemorando o fato de a economia poder crescer até 5,5% neste ano, através do PIB (Produto Interno Bruto). Todavia, eu prefiro medir o crescimento e a qualidade de vida em um país pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O resto é balela.
°Os índices de criminalidade continuam cada vez mais altos. Mas, perguntar não ofende: por que prender os bandidos, se, depois, eles são postos em liberdade pela Justiça, a exemplo do que chamaram, ontem, de julgamento do assassino do padre Wolfjoang Johnnes Shermann?
°Francamente!

Comentários

Anônimo disse…
Meu caro jornalista,

Desculpe a petulância, mas estou a lhe cobrar o balanço da operação que as Polícias Civil e Militar realizaram nas últimas semanas, denominada de "Paz nas Ruas". Continuo a ler diariamente noticias de assaltos, estupros, e todo tipo de violênia. A pergunta continua no ar: quantos criminosos até agora foram presos na tal operação; quantas toneladas de cocaína e meconha foram apreendidas; quantos fuzis, pistolas e revólveres foram apreendidos; quantos veículos roubados foram recuperados na tal operação (não vale nesta estatística aqueles que são abandonados e que a própria vítima enocntra e vai à delegacia para dar baixa do sistema); quantos homens foram empregados e quantos litos de combustível foram consumidos; bem como outras informações pois, o povo quer saber, eu sou do povo. Aguardo ansioso sua valiosa manifestação.

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