Violência campeia zona metropolitana

Passei muitos de meus 29 anos como jornalista cobrindo o setor policial em jornais de Belém, quando conheci os meandros da Polícia e a situação dos mais diversos bairros da capital. Ao lado de competentes e experientes policiais como os delegados Roberto Monteiro Pimentel, Rafael Bezerra Neto, Lauriston Góes, Bertolino Neto, Alberto Cohen (já aposentado), Manoel Menezes (já falecido), Luiz Fernandes, Waldir Freire Cardoso, Neyvaldo Silva, Sérvulo Cabral, entre tantos outros, pude ver que quando Imprensa e Polícia trabalham juntas, cada uma respeitando suas limitações, é possível se atingir melhores índices no que concerne ao combate à violência.
O delegado Alberto Cohen, que foi chefe de Polícia e esteve à frente das grandes divisões de Polícia Especializada, falava que quando ia fazer operações do tipo “pente-fino”, não era possível fornecer detalhes para a imprensa quanto a local, horário, dia, etc. Afinal, se isso fosse feito, de que adiantaria a operação?
Ladrão também lê jornal, ouve rádio, vê televisão e, se não faz nada disso, alguém a ele ligado o faz e o comunica sobre os passos das autoridades. Assim, operação divulgada, qual é o bandido que vai dar bobeira e ficar na área? Nenhum.
É perda de tempo e dinheiro.
A operação realizada pelas polícias Civil e Militar que começou em agosto deste ano, foi amplamente noticiada pelos jornais, rádio e TV. Bandidos, claro, sumiram.
Enquanto isso, nos bairros do Tapanã, Tocantins, Tenoné, Terra Firme, Sacramenta, Barreiro, Telégrafo e outros, a coisa continua preta, onde o cidadão não tem qualquer direito, a não ser o de se acovardar em casa, isto quando o imóvel não é invadido pelos marginais armados, violentos e nervosos, dispostos a tudo para conseguirem o que pretendem: dinheiro, jóias e outros valores, às vezes até, a vida.
Em dezembro do ano passado, uma casa foi invadida por pivetes na Alameda Jardim das Poncianas, no bairro da Sacramenta. Da casa, depois de humilharem as vítimas, os assaltantes levaram tudo, inclusive presentes para brincadeira de amigo oculto que estava sob a árvore de Natal.
Nesse bairro, ninguém tem qualquer segurança. As denúncias são de tristeza de quem habita a Sacramenta, pois os pivetes estão por toda parte. No Tapanã, idem. Quem mora nos lugares mais distantes, é obrigado a descer do ônibus no fim da linha e seguir de motocicleta até suas casas, do contrário, pode ter que pagar pedágio. E os bandidos estão invadindo casas, segundo as denúncias que recebo da área, onde a falta de infra-estrutura, ruas intransitáveis, facilitam a ação dos bandidos, já que a Polícia não entra nesses locais.

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