Justiça manda PM desbloquear via e libertar trabalhdores da BBF feitos reféns de bandidos

Terminou a ação criminosa realizada por invasores quilombolas que mantiveram mais de 30 funcionários da empresa BBF (Brasil BioFuels) com reféns em cárcere privado. Na noite de ontem, domingo, 16, uma operação em conjunta da Polícia Militar e Polícia Civil entrou em ação no local, atendendo ordem liminar de Interdito Proibitório com Obrigação de Fazer e Perdas e Danos Morais, deferida pelo Juiz de Direito de plantão no Fórum de Acará, Dr. Giordano Grilo, que mandou desbloquear acessos à propriedade e a libertação de 30 reféns mantidos em situação de cárcere privado. Ao chegar no local, a Polícia Militar dispersou os criminosos e liberou a via de acesso à Fazenda Cruz, propriedade privada da empresa BBF, que já possuía ação de interdito proibitório desde julho de 2022 e proíbe judicialmente a presença e/ou aproximação de quilombolas e indígenas no local, em decisão realizada judicialmente com a presença dos envolvidos e lideranças das comunidades, as quais concordaram e assinaram o termo judicial em questão na época. Porém, a decisão judicial não é respeitada e as invasões, roubos, furtos, ameaças, incêndios criminosos, desmatamentos e agressões contra trabalhadores continuam acontecendo diariamente, como foi o caso desta última semana, segundo relato da própria Polícia Militar e no registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil do Acará. NINGUÉM PRESO Na operação realizada ontem pelas equipes da Polícia, nenhum criminoso foi preso no local, mesmo com a situação de flagrante que se encontravam os invasores que mantinham os funcionários na condição de cárcere privado, já que as vítimas não podiam se locomover, ficaram com sua liberdade restrita a um espaço físico, inclusive, sem alimentos e água por três dias, crime previsto no art. 148 CPB - bem como os invasores embaraçaram o curso normal do trabalho, crime previsto também no artigo 202 do mesmo diploma legal, conforme análise de especialistas consultados pela reportagem. Além deste crime, foi encontrado no local a extração ilegal de troncos de exemplares arbóreos em extinção, onde utilizaram para efetuarem os bloqueios, outro crime, agora na modalidade ambiental. Diante das diligências no local, foi exposto pelos invasores que agiam sob liderança dos criminosos Josias dos Santos (vulgo Jota) e Laelson Siqueira de Souza, um criminoso contumaz que responde por diversos processos criminais, dentre eles extorsão (Processo 0000041-10.2016.8.14.0076 TJPA) e roubo majorado (Processo 0800309-84.2023.8.14.0076 TJPA) e se encontra com medida cautelar, não respeitada. FATOS Na região de Tomé-Açu e Acará, consta que a BBF já registrou mais de 750 boletins de ocorrência noticiando os mais diversos tipos de crimes contra a empresa, tais como roubo, furtos, incêndios criminosos, tentativas de estupro, agressões de trabalhadores, tentativas de homicídio, disparos de armas de fogo, entre outros. Mesmo com dezenas de ofícios enviados aos órgãos de segurança pública do Estado, ninguém foi preso até o momento. Nomes como Paratê Tembé, Lucio Tembé, Adenisio Portilho, Josias dos Santos, Laelson Siqueira, Marques Tembé, Aoliabe Portilho e tantos outros são figurinhas carimbadas nos boletins de ocorrência, inquéritos policiais, dossiês do Ministério Público. RELEMBRE O CASO Desde manhã da última sexta-feira, 14, dezenas de quilombolas armados bloquearam as vias de acesso à sede da fazenda Vera Cruz, que pertence à empresa BBF, proibindo a entrada e saída de funcionários no local. A operação criminosa bloqueou a entrada de alimentos e água potável para os funcionários e o transporte de óleo para geração de energia. Os funcionários permaneceram isolados e sem liberdade de se locomoverem, pois caso viessem a sair seriam mortos pelos invasores. Os funcionários da empresa foram mantidos em cárcere privado pelos invasores que se encontram em uma situação flagrancial, os quais promovem ameaças e disparos de arma de fogo no período noturno, implantaram terrorismo contra os colaboradores. Os criminosos não permitiram sequer a entrada de policiais no local. Uma viatura da Polícia Civil esteve no local na noite de sábado e foi ameaçada de morte caso voltasse novamente. A viatura a Polícia Militar foi revistada pelos criminosos para que pudesse passar e ver as condições das vítimas na sede da empresa. A BBF acionou dezenas de vezes desde a última sexta-feira os órgãos de segurança pública do estado, que diante dos fatos nada fez e sequer se pronunciou. A retirada dos criminosos somente foi realizada após a determinação judicial - liminar de Interdito Proibitório com Obrigação de Fazer e Perdas e Danos Morais, deferida pelo Juiz de plantão no Fórum de Acará, Dr. Giordano Grilo. Os cerca de 30 funcionários da empresa mantidos como reféns pelos invasores enviaram um pedido de socorro que circulou pelos grupos da região. Em sua defesa, os criminosos disseram que faziam aquilo para forçar a BBF a dispensar a guarda patrimonial da empresa e negaram ter impedido a entrada de alimentos e água para suprir as necessidades dos trabalhadores. Imagens: Reprodução

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