Celular: para quem recorrer?

Roberto Barbosa

Algumas instituições criadas para defender os interesses da população caminham a passos de cágados enquanto os desmandos correm frouxos. Advogado de algumas marcas produtoras de aparelhos de telefone celular revela que as audiências para conciliação, já concluíram todas as lotações para até o próximo ano.
Em outras palavras, quem fizer qualquer queixa na Justiça de Pequenas Causas sobre problemas relacionados com telefone celular, só irá ter agendada a audiência de conciliação para 2009. Até lá, se quiser, a pessoa já terá comprado diversos outros aparelhos.
O conselho do advogado, é que o consumidor que se sinta prejudicado, procure imediatamente o Procon, pois apesar da burocracia, é o órgão que oferece atendimento com maior agilidade.

Novo júri para matadores dos irmãos Novelino

Já era de se esperar que os acusados das mortes dos irmãos Ubiraci e Uiraquitan Novelino, empresário Chico Ferreira, radialista Luiz Araújo, ex-fuzileiro naval José Augusto Marroquim e o ex-policial Sebastião Cardias fossem condenados com os rigores da lei, dado terem cometido assassinatos triplamente qualificados. Contudo, a legislação brasileira determina novo julgamento para réus que tenham recebido pena acima de 21 anos. Desta forma, é claro que a sentença ontem proferida pelo juiz Raimundo Moisés Flexa, ainda não é definitiva. Isto acontecerá em um segundo julgamento. Qualquer que seja a pena que os seis réus irão pegar, vão cumprir, em cana, um terço. Por bom comportamento, poderão, depois, ser liberados. Alguns deles, entretanto, já estão com idades bem avançadas, como é o caso do radialista Luiz Araújo. Portanto, é possível que termine sua vida na cadeia. De qualquer forma, para os microfones, não volta nunca mais.

Quem for para Marudá, leve seu peixe

Antigamente podia-se dizer que a vila de Marudanópolis, no município de Marapanim, Nordeste do Estado, a 160 quilômetros de Belém, era uma vila de pescadores, tanto que São Pedro é o padroeiro do povoado. Entretanto, atualmente, o morador nativo e os visitantes não encontram mais peixes de espécie alguma na vila. Se querem, têm de viajar por cerca de doze quilômetros até Marapanim para comprar peixe no mercado municipal e isso tem de ser bem cedo, pois o produto acaba rapidamente.
Desta forma, em Marudá, que antes era aprazível pela boa cozinha regada a peixes, camarões, caranguejo e sarnambi, deve se contentar com os pratos convencionais tais como frango, carne e...ovo.
Outra opção é levar o produto comprado nos mercados de Belém ou Castanhal, pois o pescado sumiu das águas costeiras daquela região paraense. Os pescadores reclamam. Dizem que vão todos os dias nos currais e nada encontram.
Alguns arriscam dizer que a “maré não está para peixe”, que não é época, mas muitos responsabilizam a pesca predatória como grande responsável pelo que vem acontecendo, dado que nesse tipo de atividade, os produtores não respeitam o tamanho exato do peixe para retirar do mar. Assim, peixes da região correm, sim, risco de extinção e os órgãos ambientais oficiais devem tomar providências enérgicas, urgentes, caso contrário, não demorará muito, e teremos graves problemas sociais no nordeste paraense.
Há anos a pesca predatória vem sendo denunciada, sobretudo por moradores de Bragança, Pirabas, Salinópolis, Vigia de Nazaré e Marapanim, mas as denúncias nunca são levadas a sério. Os resultados, negativos por sinal, começam a aparecer desta forma, com o desaparecimento do peixe até para a subsistência daqueles que trabalham na atividade pesqueira.
No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi criada uma secretaria especial para a pesca, porém, até o momento, as investidas nas águas oceânicas no Estado do Pará não têm surtido o efeito desejado pelo pescador artesanal, que está caindo no desemprego, sem contar a evasão de cifras para os cofres públicos do Estado, o drama social, o êxodo para as grandes cidades e os danos ao meio ambiente.


º Antigo portinho do bairro do Sossego, em Marudá, continua com as obras paralisadas. Pescadores e barqueiros improvisaram a passagem por cima de tábuas nas armações do antigo trapiche, todavia, o ex-logradouro não atrai mais os turistas.

º Muitas pessoas que freqüentam Marudá passaram a conhecer o portinho por causa do mercado municipal ali existente, onde, antes, havia grande quantidade de peixes.

° Hoje, o local está abandonado e alguns comerciantes desistiram da área, preferindo fechar as portas.

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