O pecado de Valéria

ROBERTO BARBOSA

Em nosso artigo de ontem falávamos sobre a zebra que foi Duciomar Costa, prefeito de Belém, ir para um embate em segundo turno com o candidato de Jader Barbalho à Prefeitura Municipal de Belém, José Benito Priante. “Zebra” porque tudo levava a crer que haveria um segundo turno, onde o atual prefeito enfrentaria e talvez vencesse com certa folga a candidata do DEM, Valéria Pires Franco.
As pesquisas apontavam segundo turno com Duciomar e Valéria, mas deu Priante e Valéria.
Perguntava-se o que teria ocorrido para, pela segunda vez, as pesquisas errarem na capital do Pará.
Conversávamos, ao final da tarde de ontem, com uma analista política, professora e jornalista que já concorreu duas vezes aos cargos de deputada estadual e vereadora por Belém, e ela, com muita propriedade, disse que Valéria “entrou pelo cano” ao aceitar as provocações de José Priante e partir para o ataque ao deputado federal e ex-governador Jader Barbalho, quando deveria ter ignorado as acusações e partido para mostrar seu projeto de trabalho e de governo.
Questionou-se que em Belém, Jader Barbalho não tem a maioria, mas que exerce grande influência no interior do Estado, ao que nossa entrevistada falou da seguinte forma: Jader é um político por excelência, que já exerceu praticamente todos os cargos do legislativo e executivo, exceção de prefeito municipal. Embora não tenha um grande número de eleitores em Belém, ele ainda é detentor de um grande poder de influência, e as pessoas se esquecem que ele tem muitos votos também nos distritos do município de Belém, onde é tido como um líder nato, uma espécie de religião. Falar mal de Jader Barbalho pode significar a degola política de uma pessoa, já que ele é admirado por uma grande maioria de eleitores.
Deste modo, continuou nossa entrevistada, quando Valéria partiu para o ataque à pessoa do deputado federal Jader Barbalho, assinou sua condenação e Priante, que já imaginava essa gafe da candidata do DEM, lhe passou à frente.
Portanto, continuou a jornalista e analista política, “se Duciomar Costa, que já está em campanha desde hoje, assim como José Priante, quer ter maiores chances de vitória nas urnas, não poderá, de forma alguma, partir para ataques pessoais ao seu opositor e, tampouco, ao tio dele, o deputado federal Jader Barbalho. Não aceitar as provocações e partir para mostrar projeto de governo, projeto de trabalho, já é um bom início, até mesmo porque, é o que o eleitor quer saber, afinal, trata-se do futuro da cidade de Belém e seu povo”.

JADER SAI FORTALECIDO NO PARÁ
É bem verdade que o PMDB e o PT conseguiram, juntos, fazer um grande número de prefeituras e a maioria de seus vereadores no Estado do Pará.
Como a governadora Ana Júlia Carepa (PT) e o deputado federal Jader Barbalho estão juntos, então, está tudo em casa. Parece?
Parece, mas não é assim que a coisa funciona. E eu explico. O deputado federal Jader Barbalho, embora venha dando apoio à governadora do Estado, tem sua própria liderança e sempre caminhou politicamente sozinho. E ele, sim, é um dos grandes vitoriosos, que fez o maior número de prefeitos, em prefeituras tidas como estratégicas e que, certamente, poderão apoiá-lo para uma futura candidatura ao Governo do Estado, em oposição a atual governadora, assim como ao Senado da República, de onde se afastou ao renunciar ao cargo.
Jader está super fortalecido, com poder para jogar e virar o jogo do jeito que bem entender, principalmente se levarmos em conta que o ex-governador Simão Jatene, que fez uma administração elogiada, é candidato nato do PSDB ao Governo do Estado nas eleições de 2010.
Quem pensava que Jader se acomodaria apenas como deputado federal em Brasília, já sabe que não é esse o plano dele, que pretende alçar vôos mais altos, mais longos, cujo ponto de partida, estão sendo as eleições deste ano, onde ele pretende usar de todas as suas forças e experiência, para fazer o prefeito de Belém. É só ver e conferir.

SALADA
° Não foi só em Belém que teve candidato que não recebeu nem o próprio voto.
° Em várias cidades do interior do Estado houve ocorrências semelhantes.
° Agora começa o desespero. Daqueles que não conseguiram se eleger mas gastaram fábulas em busca de comprar os eleitores.
° E houve investimentos faraônicos, segundo se observou pela riqueza de certos candidatos, alguns dos quais nem pontuaram.
° Mas, também, houve o caso dos aventureiros. Aqueles que apenas se lançaram para ver no que dava.
° Tiveram votação ridícula.
° No caso daqueles que tiveram votação zero, um amigo meu que vive inserido nos meandros da política, dizia, ontem, que se trata de funcionários públicos que se afastaram do cargo para concorrer às eleições, porém, sua intenção, era apenas ter o direito de ficar alguns meses recebendo sem trabalhar, por estarem, supostamente, em campanha.
° Se assim o for, é safadeza. Funcionário que faz isso, tem de ser afastado das funções a bem do serviço público.
° Lei seca nas eleições: “foi a lei da garrafa seca”, porque o que mais se viu foi venda de bebida alcoólica, assim como o consumo por toda parte.
° Até um deputado foi visto bebendo todas em um município do interior do Estado.

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