Viagem maravilhosa I

ROBERTO BARBOSA
Em novembro do ano passado, mais precisamente, no início do mês, arrumei as malas numa sexta-feira e, no sábado, por volta das 6h, já estava na estrada em minha caminhonhete Fia Palio Wekeend verde musgo. Saimos eu e minha mulher Nazaré Sarmento Barbosa. Para nós, um desafio, já que sairíamos, pela primeira vez, juntos em uma viagem interestadual. Estávamos partindo para a cidade de São Luís, no Maranhão, onde só tínhamos dois referenciais, porém, não conhecíamos absolutamente nada nem ninguém.
Era uma aventura, dessas que se faz quando se é jovem e não se tem medo de nada, porém, já estávamos bem adultos e maduros, mas, procurando fazer algo novo, onde, se perder, fazia parte do passeio, da diversão, da brincadeira.
Pois não é que tudo deu certo?
Foi uma beleza! Um passeio inesquecível.
Eu queria econommizar gasolina, viajar tranqüilo, sem pressa, se hora e curtir tudo o que pudesse ver na estrada, nas cidades por onde passaria. O mesmo pensava Nazaré, tanto assim que íamos conversando e ouvindo músicas, além de todo tempo nos refestelarmos com uma boa dose de café, que eu mesmo fiz em casa e enchi a garrafa térmica.
Lá pelas 8 ou 9 horas da manhã, já estávamos em Capanema. Às 12h e pouco, entrávamos no Estado do Maranhão, onde paramos para almoçar, quando eu soboreei uma panelada de beira de estrada, em um desses restaurantes populares.
Minha mulher não gostou muito da comida. Eu também não me agradei muito, mas, o que importava, é que estávamos passeando e que melhores coisas viriam.
Depois, corremos trecho, estrada e mais estrada. Parei em um posto da Polícia Rodoviária Federal para tomar informações: queria saber como é que eu chegaria ao porto de balsas para São Luís. O inspetor, bastante carrancudo, me disse que eu ainda viajaria cerca de cem quilômetros até o Incluso, ou Governador Nunes Freire e que, dali em diante, pegaria a estrada para o porto do Cujupe, diminuindo meu trajeto em aproximadamente 200 quilômetros.
Andei! Mas andei.
Passei por todos esses lugares. Parece que a estrada nunca tinha um fim. Vi pequenas aldeias, pessoas diferentes, bois no meio das pistas, pés de árvores lindas com folhas secando e flores de cores diversas; espetáculos que não se vê da natureza todos os dias quando se mora em uma cidade quente e movimentada como Belém do Pará, onde resido.
Detalhe interessante é que, por onde passava, sempre havia uma estação de rádio em alto e bom som no automóvel, de forma que sempre tinha a impressão de que estava perto de uma cidade, a menos que as emissoras maranhenses tenham um alcance muito grande em termos de distância.
Eram mais ou menos 5 da tarde e eu temia que a balsa fosse embora e não desse tempo de eu chegar, tendo que pernoitar no tal porto do Cujupe. Também já estava receoso que o combustível acabasse e eu não conseguisse chegar em um ponto onde pudesse abastecer, porque não chegava em cidade alguma.
Lá pelas cinco e meia, varei no tal porto, depois de subir e descer ladeiras em pista que parecia um tapete de tão bem conservada, chegar a curvas, dar banguelas para economizar petróleo já vasqueiro.
Ali, nova visão, tudo diferente, bonito, alto. A balsa estava atrasada e não sairia logo. Merendamos, ficamos por lá, fizemos fotos, até que nos mandaram guardar o carro na balsa, e fomos para a cabina, onde curtimos a saída do porto já escurecendo. Nazaré dizia que íamos chegar à noite e que as coisas ficariam bem mais difíceis, numa cidade onde não conhecíamos nada, mas, eu lhe confortava dizendo que seria tudo muito interessante e que daria certo. Afinal, saíramos de Belém sabendo que estávamos em uma aventura, uma empreitada diferente de uma simples viagem à paradisíaca praia de Marudá, no Nordeste do Pará, a 160 quilômetros de Belém.
Uma hora depois, estávamos em São Luís. Parecia tudo diferente. Ao sair do porto, sei que dei uma corrida na caminhonete até uma grande avenida, onde fui informado que estávamos no centro da cidade. Era uma realidade. Começávamos, então, uma jornada de férias de cerca de treze dias no Maranhão, onde fizemos muitas amizades, vimos muitas paisagens lindas, subimos e descemos viadutos e curtimos horas de grande prazer ante tanta beleza.

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