Todo mundo quer ser o chefe de Polícia

Com a escolha do delegado Luiz Fernandes Rocha (foto ao lado, do jornalista Antonio Melo-Diário do Pará) como secretário de Segurança Pública para o próximo governo que inicia no primeiro dia do ano de 2011, as atenções, disputas, cogitações etc. se voltam para os cargos de comandante geral da Polícia Militar e de delegado-geral da Polícia Civil. Na Polícia Civil é grande a concorrência, haja vista que qualquer um delegado dentre os mais de 600 podem ser nomeados para o cargo de delegado-geral, pois assim estabelece a lei orgânica da PC.
Na Polícia Militar a situação é mais rígida. Só pode ser nomeado para comandante geral quem é coronel, ou seja, está vedado a ocupação desse cargo por tenente-coronel, major, capitão e tenente. Se aqui no Brasil houvesse uma rede de apostas como na Europa, seria maior o grau de dificuldades na nomeação de delegado-geral. E assim, de repente, alguém que esteja trabalhando no mais longínquo e desprestigiado município, de repente, se for do agrado do governador ou tiver padrinho forte, pode ascender a esse cobiçado posto, o ápice da carreira policial civil.
Todavia, esse mesmo delegado, classe inicial, se tiver ainda que passar uns 20 anos na Polícia, poderá, depois de ocupar o mais alto cargo, acabar tirando plantão nas delegacias das grande Belém, incluindo Decouville, Aurá, Benguí, Santa Bárbara, Mosqueiro e ser alvo do assédio moral de seus colegas hierarquicamente superiores. Mas, nos dias que antecedem a escolha, desde a comprovação de quem vai governar o Estado, os bastidores começam a fervilhar.
Eis alguns nomes cogitados para sentar na cadeira atualmente ocupada por Raimundo Benassuly: Gilvandro Furtado, Láuriston Góes, estes ex-delegados gerais; Roberto Teixeira (ex-corregedor), Dilermano Tavares, ex-diretor-geral da Segup, e correndo por fora, se apresentam outros nomes como o de Waldir Freire, aquele do caso da irmã Doroty Stang, que foi sacado da direção da Seccional do Comércio e foi colocado na Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), onde está esquecido da mídia; Alessandro Bastos e Sérvulo Cabral. Mas, pode pintar como zebrão o delegado Alberto Teixeira, ex-oficial da PM e bastante articulado politicamente. O preferido do futuro secretário de Segurança é o delegado Nilton Atayde, ex-delegado-geral adjunto e ex-corregedor-geral e que atualmente faz parte do Sindicato dos Delegados de Polícia. Atayde já trabalhou com o futuro secretário em várias oportunidades. Mas, pode pintar qualquer um até quem esteja lotado em Periquitaquara.
Outro nome muito cogitado é o do atual Diretor de Polícia Especializada, Neyvaldo Silva, que já ocupou cargos diretivos em seccionais urbanas, em unidades policiais e foi superintendente regional da Polícia Civil na região do Tocantins. Silva é cunhado do deputado eleito Manoel Pioneiro, do PSDB, que tem bom trânsito no partido e grande poder de influência.
Alguns delegados, que já estão se preparando para aposentadoria, dizem que só aceitam permanecer na instituição, se pegarem cargos nas diretorias da Polícia Civil, do contrário, enrolam as bandeiras, porque não querem mais permanecer em unidades policiais. A bola da vez, entretanto, é o delegado Nilton Atayde. Assim, nos bastidores da Polícia Civil do Pará, está correndo uma lista de apostas.

NA BOA

O quase ex-delegado geral Raimundo Benassuly, que fez declarações desastradas na Comissão de Direitos Humanos do Senado (sobre e jovem presa em Abaetetuba na mesma cela com uma cambada de marmanjos), vai ter o beneplácito da Lei Orgânica da Polícia Civil, ou seja, tem o direito de ficar por dois anos no Conselho Superior da PC, uma espécie de "quarentena" para não sofrer retaliações. Mas é possível que o "bom baiano" Luiz Fernandes, homem com coração-de-mãe que vai assumir a Secretaria de Segurança Pública do Estado, irá lotá-lo num lugar de destaque. O ex-delegado geral Justiniano Alves, também é outro que vai se virar, sorrindo, fazendo gracinha, tapinhas nas costas e outras mesuras para obrer um lugar na cúpula da Polícia Civil, cujos corredores estão lotados, também, por ex-delegados gerais como Paulo Tamer e Rafael Bezerra Neto.

INCONSTITUCIONAL

Tramita na Assembleia Legislativa, sob a relatoria do deputado Carlos Bordalo (PT), um projeto de lei de emenda à Lei Orgânica da Polícia Civil, no qual foi incluída incorporação de representação (atualmente em nível de secretário de Estado) de Delegado-Geral em caso de ocupação do cargo por um período de seis meses, ou seja, alguém passa seis meses como chefe de Polícia e ao sair passa a receber a remuneração o resto da vida. Trata-se de um descompasso, posto que o direito a incorporação foi extinto no Estado em 2002, através da Lei Complementar 039, sendo portanto essa pretensão inconstitucional.

FRASE DO DIA
“Vamos trabalhar para a Dilma fazer um bom governo e, quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer.”
* Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em entrevista a um canal de TV, quando admitiu que poderá voltar a se candidatar à Presidência da República

SEGUNDA-FEIRA
Belém-Pará-Brasil, 20 de dezembro de 2010

Desde ontem já estamos vivendo as emoções da semana de Natal, com grande movimentação no centro comercial e shoppings de Belém.
- Dia da Bondade
- Dia do Mecânico
- Aniversário de Peter Criss (baterista do Kiss) (1947)
- Morte do astrônomo Carl Sagan (1996)
- Fundação da FGV - Fundação Getúlio Vargas (1944)
- Seca ocasiona saques em Campo Alegre (BA) (1982)
Santo do dia
- São Zeferino
- São Domingos de Silos

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