UGT repudia salário mínimo de R$ 540 e garante greve por todo o País
“Infelizmente, em relação ao salário mínimo, o nosso presidente da República, o nosso companheiro Lula está deixando o cargo pela porta dos fundos”. A declaração de decepção é do presidente estadual da União Geral dos Trabalhadores no Pará (UGT-Pa) e da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviço dos Estados do Pará e Amapá – Fetracom-PA/AP, sindicalista José Francisco Pereira em relação ao anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter mantido a previsão orçamentária do Salário Mínimo em R$ 540. Para o sindicalista esse valor “é muito pouco para o que se esperava de um presidente que surgiu do movimento sindical, das bases pobres dos trabalhadores, que veio do Nordeste onde são grandes os sofrimentos da população”.
De acordo com José Francisco, com esse aumento da ordem de 5.5%, o salário mínimo piso nacional não vai, de forma alguma, cobrir os índices da inflação que devem ficar em torno de 6%. “Vai ser muito fácil os empresários pagarem esse valor, porque as vendas no comércio aumentaram cerca de 40%”, detalhou.
José Francisco disse, ainda, que a decepção é grande “quando estamos vendo que o companheiro Lula deixa a presidência sem resolver uma série de questões importantes para a população que tanto depositou confiança em sua pessoa, como no caso da saúde pública que está lastimável na Região Norte, com pessoas morrendo por falta de atendimento e leitos nos hospitais; temos educação de terceiro mundo, onde muitas crianças nem recebem a merenda escolar; e um sistema de segurança pública falido, em que se observa o maior índice de violência com número de mortes que supera os observados na guerras do Vietinã e do Iraque”.
Lembrou ainda o sindicalista que a questão fechada do salário mínimo era um pacto formado entre o governo federal e as centrais sindicais, com apoio da UGT Brasil que agora se vê na obrigação de “repudiar esse salário mínimo de R$ 540, assim como a UGT Pará, especialmente, da Região Norte, uma das mais esquecidas por todos os governos que já passaram neste país”.
Por fim, José Francisco lembra que o valor da cesta básica subiu em média 20% e que, com esse salário, as despesas não vão ser cobertas pelo trabalhador brasileiro. Por isso, ele assegura que o ano de 2011 já começa sinalizando para grandes batalhas a serem travadas pelo sindicalismo brasileiro, em especial da UGT Brasil e UGT Pará. “Nós vamos para a luta, vamos paralisar este país, vamos fazer movimentos e gritar, porque os empresários vão querer se pautar pelo que foi dado pelo governo e nós já estamos com pisos salariais abaixo da média estabelecida em acordos e convenções coletivas de trabalho.”

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