Os crimes da "máfia"

A propósito dos episódios que se registraram na noite de ontem e madrugada de hoje na capital paraense, que redundaram em 11 mortes, incluindo um cabo da Polícia Militar do Pará, passei o dia todo ouvindo os relatos e os comentários acerca do "bombardeio" de informações por meio das redes sociais.
A coisa gerou tanta polêmica que praticamente não se falou em outra coisa durante a sessão de hoje na Assembleia Legislativa do Estado.
A cúpula da Segurança Pública - secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, comandante geral da Polícia Militar e o chefe de Polícia - esteve em peso para uma reunião-almoço com os deputados, onde foram esclarecidos alguns fatos, como que as mortes registradas estariam relacionadas a um conflito envolvendo facções criminosas no bairro do Guamá e que a execução por pistoleiros do cabo PM teria sido o mote para o estouro do que foi chamado de "chacina".
A história toda acabou por provocar pânico entre segmentos da população, tanto assim que faculdades suspenderam as aulas, assim como aconteceu em escolas públicas de Belém. Onde houve funcionamento normal, ocorreu ausência de alunos, professores e demais servidores, não obstante o fato de o secretário de Segurança Luís Fernandez Rocha ter procurado tranquilizar a população.
Nas décadas de 80 e 90 foram registrados muitos casos misteriosos de execuções em Belém e Zona Metropolitana. Os mais emblemáticos foram atribuídos pela Polícia Civil, à máfia. Naqueles anos foram registradas as maiores apreensões de cocaína tanto em operações da Polícia Federal quanto da Polícia Civil.
Na grande maioria dos casos misteriosos, não se tem conhecimento de esclarecimento concreto de algumas dessas execuções e, tampouco, de prisões etc.
Na virada do século, os assassinatos passaram a ser classificados em sua maioria como acerto de contas entre traficantes de drogas; disputas por pontos de vendas de drogas. As vítimas são executadas por homens em motocicletas, usando capacetes e roupas escuras, no mesmo modo de ação. Também poucos são os casos concretos de identificação do assassino, motivação do crime e prisão dos criminosos.
Nas conversas de hoje, o que era mais ouvido, era sobre a necessidade de as autoridades darem uma reposta mais firme contra o crime. Mas algumas pessoas diziam temer que, neste momento, esteja sendo implantada uma nova "modalidade" de crime de morte, agora fomentado com este recurso maravilhoso que são as redes sociais por meio da internet.
Máfia, acerto de contas, tráfico, vingança, seja lá o que for, o Estado precisa agir, e agir rápido, antes que o "olho por olho, dente por dente" seja uma prática comum no Pará, a exemplo da iniquidade combatida pelos cristãos.

PS - O deputado Júnior Hage, da base do governo, que pediu para interromper a sessão ordinária da Alepa, ontem, para que os deputados pudessem receber logo a cúpula da Segurança Pública para dar explicações acerca da noite de sangue em Belém, não participou da reunião e foi embora mais cedo.

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