O crime e a política nacional

ROBERTO BARBOSA

Na semana passada estourou mais um escândalo, entre os muitos que assustam a população, deixando-a perplexa cada vez mais, porém, não surpresa ante tantas coisas que se vê neste país verde-amarelo. Refiro-me ao fato de organizações criminosas apresentarem candidatos a cargos majoritários e proporcionais, o que acontece quase que de forma oficial, assim podendo os Tribunais Regionais Eleitorais, entrarem em ação no sentido de vetarem nomes de pessoas ligadas ao crime.
Pessoas dessa estirpe, claro, sempre procuraram se esconder atrás de mandatos políticos, a fim de ostentarem poder, se beneficiarem das imunidades parlamentares que os cargos facultam, poderem fazer uso desses cargos para fins escusos, enfim, para toda uma gama de coisas erradas que emperram a política brasileira ao longo de séculos.
Alguém tem alguma dúvida que criminosos estão infiltrados nas fileiras do poder brasileiro?
E não é apenas nos poderes legislativo e executivo não. Também há nomes perigosos infiltrados no Poder Judiciário, no Ministério Público. Como diria Jesus Cristo: quem não tem pecado, que atire a primeira pedra.
Não tem um desses poderes, seja estadual, municipal ou federal, que não tenha uma mácula, uma ovelha negra. No caso do Brasil, detecta-se não uma, mas sim, um rebanho inteiro de ovelhas negras em todos os pontos. São políticos, juízes, desembargadores, promotores, procuradores, prefeitos, governadores. Se for feita uma pesquisa séria, de campo, vamos detectar até um presidente da República que já se envolveu em episódios desconfortáveis, como Fernando Collor de Mello, que até teve o mandato cassado; tem senadores e deputados federais que foram cassados ou usaram do artifício da renúncia ao cargo para não ficarem inelegíveis por escândalos de corrupção, roubalheira, etc.; tem promotor assassino, promotor foragido; juízes e desembargadores que já responderam ou respondem por crimes dos mais diversos. Prefeitos, são as centenas que estão afastados dos cargos ou cassados por crimes de toda espécie.
Caso eu tivesse espaço para contar os podres de todos os setores da sociedade, certamente, não acabaria tão cedo de escrever esta crônica.
E tem jornalistas cruelmente sem ética; que são jornalistas apenas porque ostentam um diploma universitário e têm um registro profissional, mas, que mancham a profissão, mancham a classe, assim como há profissionais dessa espécie em todas as demais profissões.
Mas, na política, de um modo geral, já se convive há anos com criminosos, ditando regras, fazendo leis que os beneficiam e achacam a população cada vez mais. Estamos nos aproximando de mais um pleito. Está na hora de tentarmos, novamente, fazer mudanças e defenestrar esses facínoras do nosso convívio.

SALADA
° As férias já terminaram oficialmente no último domingo, mas, como o dia 1º será na sexta-feira, vão se prolongar até o próximo fim de semana. Todavia, a cidade já está movimentadíssima.
° Aliás, Belém nunca esteve vazia como acontecia em anos anteriores. Prova disso era o grande movimento nos shoppings da cidade. Um amigo meu me disse: quem curte a cidade nesta fase é um privilegiado.
° A partir do próximo dia 5 já estão liberadas propagandas eleitorais na mídia impressa.
° Corpos das vítimas da tragédia na Estrada de Salinas continuam sob perícia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Deve levar mais alguns dias para que as famílias enlutadas possam, ao menos, sepultar os entes perdidas tão brutalmente.
° Recrudescem os índices de violência na capital e zona metropolitana. Também, pudera, ontem, nem escrivães suficientes havia de plantão nas mais diversas unidades policiais da Grande Belém.
° Um delegado da Polícia Civil, bastante dedicado ao trabalho, estava fazendo dois papéis: delegado e escrivão.
° Em função disso, muitas vítimas de crimes na capital, preferem nem comunicar os fatos à Polícia. Dizem que não adianta nada, pois os criminosos continuam livres e impunes.
° Minha ausência por mais de uma semana neste espaço deveu-se a problemas de saúde, pelo que, peço desculpas a meus leitores e agradeço o acesso diário ao Bip-News.

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