Outeiro: tão bela, tão desprezada

ROBERTO BARBOSA

A ilha de Caratateua, distrito de Outeiro, município de Belém, distante cerca de 36 quilômetros do centro de Belém, é um dos locais mais procurados pelos belenenses para curtir os fins de semana prolongados com feriados, a exemplo do que aconteceu ontem. Tudo, por causa de sua proximidade com a cidade, transportes coletivo com tarifas acessíveis, além de transportes alternativos e praias encantadoras, apesar de serem consideradas poluídas.
Essa praia, que concorre grandemente com Mosqueiro, Salinas, Marudá, Ajuruteua, entre outros balneários, está totalmente abandonada pela Prefeitura Municipal de Belém, assim como a vila sede do distrito. Ruas sujas, esburacadas, cheias de mato e lixo; insegurança por toda parte; transporte alternativo e convencional deficitários que colocam não apenas os banhistas, como também a população local em situação cruel na hora de vir para Belém.
Por causa disso, tem muita gente deixando Outeiro, colocando placas de vendas em seus imóveis a preços muito abaixo da realidade do mercado e que, mesmo assim, não despertam atenção das pessoas.
Moradores de Outeiro dizem que a ilha é encantadora, tranqüila para se viver. Contudo, falam que é melhor ainda, para quem não depende de transporte coletivo urbano ou não tem hora certa para chegar ao trabalho. Os ônibus que fazem linha para Outeiro não tem hora certa para passar nos pontos de paradas; polícia não é vista em parte alguma e, tratamento de saúde, é bastante falho, obrigando a que as pessoas procurem o Pronto Socorro de Icoaraci.
De ponta a ponta, os residentes de Outeiro tem reclamações. Quem mora no bairro da Brasília, já às proximidades do porto do Rio Maguari, prefere o transporte de barco a R$ 0,50 nos dias de semana, ou R$ 1,00 aos fins de semana, que é mais fácil e rápido para tomar um ônibus com destino ao centro da cidade, através de Icoaraci. Segundo os moradores, a travessia do Rio Maguari foi mantida e funciona 24 horas por dia, apesar de ter sido desativado há bastante tempo o serviço de balsa, antes tão comum na travessia Icoaraci/Outeiro. Todavia, os comerciantes da área já são bem poucos, pois não há quase movimento no local. Os que ficaram, teimam em continuar levando a vida financeiramente, vendendo para os usuários do transporte fluvial, mas dizem que mal dá para faturar o suficiente para a alimentação diária.
Já na Praia do Amor, o abandono é visível. Tem um campo imenso onde seria criado um terminal de integração das linhas urbanas, mas os moradores dizem que não sabem quando o projeto irá sair do papel. Mesmo assim, dizem que a ilha ainda é bastante freqüentada e que, certamente, as praias batem recorde de banhistas em relação aos balneários mais afastados. “Os preços são exorbitantes tanto nas barracas quanto nos transportes alternativos. Todo mundo pratica o que quer”, diz a professora Conceição Souza que, apesar das dificuldades, se radicou na ilha e gosta muito do local.

SEM LUZ, SEM NADA
No último domingo, quem pretendia fazer um churrasco ou tomar um açaí teve de mudar os planos. Na maior parte da ilha não havia energia elétrica. Assim, nos açougues, não era possível fazer corte de carnes e nem nas máquinas poderia ser feito o suco de açaí.
Visitantes da ilha lamentaram os transtornos causados com a falta de energia, pois também não havia nem água nas torneiras. Mesmo assim, o final de semana em Outeiro foi bastante movimentado, com faturamento garantido para quem vive da “indústria do turismo” na abandonada ilha do Outeiro.

SALADA
° Observadores militares perguntam por que o presidente Lula resolveu adquirir aviões da indústria francesa, quando a Embraer poderia, perfeitamente, fabricar os caças que a Força Aérea Brasileira necessita.
° O acordo bilionário com o governo francês é alvo de críticas acirradas da oposição, de analistas militares e industriários do setor aeronáutico.
° Políticos de todas as bandeiras e cores partidárias já iniciaram, faz tempo, a arrancada política com vistas ao pleito de 2010. Só quem não vê, ou finge que não vê, são as autoridades eleitorais, que só sabem impor regras para candidatos pobres que, sabemos, tem bastante.
° Para esses, todos os rigores da lei.
° Esses candidatos não tem dinheiro para começarem suas viagens. Estão fazendo suas campanhas de forma humilde, visitando eleitores em suas cidades residentes e esperando que a campanha seja aberta para correrem atrás de parcos recursos para verem o que é possível fazer.
° Tem um deputado sendo parabenizado por seu aniversário natalício em outdoors. Isso é campanha extemporânea deslavada e cínica.
° E falar em campanha, o que tem de representante partidário dizendo na televisão, descaradamente, que seu partido fez isso e faz aquilo, não está escrito em nenhum gibi.
° Quem manda fazer é o Poder Executivo. Os representantes partidários podem fazer os pedidos, mas isso não é nenhum favor, é obrigação mesmo, do contrário, pra que se quer partido e políticos?
° Celpa não explicou por que não havia energia elétrica na Ilha de Outeiro no domingo de manhã. Comerciantes e banhistas se diziam prejudicados, e estavam mesmo.
° Manhã de hoje a cidade já mostrava seu clima de normalidade. Nem parecia um “pós-feriadão”. O trânsito estava uma loucura. Quem não saiu cedo de casa, chegou atrasado no emprego.

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