Trabalhadores da Saúde podem decidir por greve

ROBERTO BARBOSA

Trabalhadores do setor de saúde poderão paralisar as atividades por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira, caso o sindicato da categoria e o sindicato patronal não cheguem a um acordo quanto à manutenção da jornada de trabalho de 12X36 horas e a um aumento de 12% para reposição das perdas e ganho real, já que a data-base dos empregados em hospitais e clínicas transcorreu no dia 1º do mês em curso. Na manhã de ontem, dirigentes do Sinthosp realizaram manifestação em frente ao Hospital Metropolitano, que, apesar de pertencer ao Estado, é administrado pela iniciativa privada, portanto, com empregados contratados com base na Consolidação das Leis do Trabalho e que denunciam estar sendo ameaçados, pela administração, com uma jornada de trabalho fora dos padrões da categoria, além de serem submetidos a atrasos de salário e assédio moral por não aceitarem o que lhes está sendo imposto sem a interferência de seu sindicato.
José Francisco Pereira, presidente licenciado do Sinthosp, disse que estava marcada uma reunião entre representantes dos trabalhadores e a direção desse hospital. Todavia, a comissão não chegou a ser recebida, motivo pelo qual, técnicos em enfermagem e outros funcionários do hospital resolveram fazer a manifestação ali mesmo. Algumas pessoas chegaram a criticar o movimento e chamar a Polícia Militar que se fez presente com três guarnições ao comando do tenente Dyeison, que iniciou uma negociação com os manifestantes no sentido de que o portão de entrada do hospital fosse desbloqueado.
Os manifestantes ficaram revoltados quando souberam que uma médica – que não chegou a ser identificada, - os acusou de ter riscado seu carro quando ela saía do hospital e ameaçaram, inclusive, fechar uma das pistas da Rodovia BR-316. Todavia, José Francisco conseguiu contornar a situação e a manifestação prosseguiu, de forma pacífica, até 14h, quando o presidente em exercício do Sinthosp informou aos presentes que haverá, hoje, às 9h, uma reunião com o sindicato patronal e os trabalhadores, no sentido de que se chegue a um denominador comum, do contrário, será feita uma assembleia geral para votação do indicativo de greve que deverá ser imediatamente comunicado à Delegacia Regional do Trabalho, ao Ministério Público e a Polícia. “Nós vamos paralisar se não houver acordo. Se partirmos para a greve, vamos manter os 30% de trabalhadores, para não prejudicar ainda mais a caótica situação da saúde pública, mas vamos lutar por nossos direitos”, disse o sindicalista.

FATOS

José Francisco explicou que os trabalhadores vem negociando com as empresas hospitalares um aumento com reposição das perdas e ganho real que totalizam 12%. Todavia, os hospitais partiram para a mudança da jornada de trabalho que há mais de 50 anos é de 12X36 horas, com folga semanal e remunerada em todos os turnos. Segundo ele, não são todos os hospitais, mas, vários deles, estão querendo impor uma jornada de seis horas por dia, com uma folga semanal nos períodos diuturno e diurno, o que vai prejudicar a vida dos empregados, muitos dos quais moram longe, em Mosqueiro, Santa Bárbara, Outeiro, e não podem estar andando sem segurança de madrugada. No caso do Hospital Metropolitano, acrescentou, a situação chega a ser mais dramática, pois tem funcionários que estão escalados para entrarem ou largarem serviço durante a madrugada. Eles não tem direito a transporte fornecido pela administração do hospital que também nãos lhes permite que fiquem até que chegue o horário do primeiro ônibus. “O Hospital Metropolitano é do Estado, mantido pelo Estado, mas gerenciado pela iniciativa privada que está pagando os funcionários parceladamente e com muitos atrasos. A governadora Ana Júlia Carepa repassa as verbas para a empresa, mas essa não está fazendo a sua parte com o seu quadro funcional e não é só em relação aos técnicos em enfermagem, mas em todos os setores que tem queixas do que acontece no hospital”, disse José Francisco, o qual denunciou, ainda, que tem trabalhadores cuidando de pessoas doentes, as quais são oriundas do submundo do crime e que, por isso, ficam em enfermarias celas, colocando também em risco as vidas de trabalhadores do setor de saúde.

SALADA

° Lamento a morte do jornalista Raimundo José Pinto e estendo minhas condolências aos companheiros Elias e Lúcio Flávio Pinto.
° Fui editor das matérias especiais de “Pintão”, como Raimundo José era conhecido, quando de sua passagem como repórter especial do Diário do Pará.
° Ontem, na porta do Hospital Metropolitano, na Rodovia BR-316, até ambulâncias estavam sendo “barradas” na portaria. Eu não sei, sinceramente, qual é o critério para que os usuários tenham acesso ao hospital que é do Estado, mas administrado pela iniciativa privada.
° Desde ontem, a criançada e a juventude embelezam as ruas da cidade de Belém com os desfiles escolares em homenagem à Independência (?) do Brasil.
° As crianças são as mais empolgadas, por causa das roupas especiais e muito branquinhas adquiridas exclusivamente para esses eventos.
° No final dos eventos todos, tem o concurso de bandas escolares.
° Apesar do feriadão, nesta manhã o centro de Belém se encontra bastante congestionado, o que também aconteceu ontem, sobretudo ao longo da Avenida Almirante Barroso e Entroncamento, na saída da capital.
° Hoje os engarrafamentos devem acontecer também, por conta da saída para os balneários e interior, já que estamos iniciando um “feriadão”.
° Bom e abençoado fim de semana prolongado a todos.

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