Mais um poste derrubado por carro na Avenida João Paulo II, no Souza

O veículo acidentado não tinha seguro e ficou destruído por completo. Era conduzido por um militar. O poste ficou destruído, assim como aconteceu com o primeiro e com o último acidente, ocorrido no início da madrugada de ontem.




ROBERTO BARBOSA




Há cerca de um ano, foi um automóvel Audi, dirigido por um jovem de menor idade que se projetou contra um poste no canteiro central. Há duas semanas, foi um Palio Wekeend. No início da madrugada de hoje, foi um Ford K. Nos três casos, os motoristas saíram ilesos, isto é, salvos pelo "gongo", como se diz no velho dito popular, mas ficaram os postes destruídos e o medo constante dos moradores da Avenida João Paulo II que estão vendo, a cada dia, acidentes mais graves.


Ainda no sábado à noite, dois acidentes ocorreram na mesma artéria, perímetro compreendido entre a Avenida Dr. Freitas e a Rua do Utinga. Já os acidentes que derrubaram os postes ocorreu entre a Rua do Utinga e a Alameda Mariano Antunes, no bairro do Souza.


Em todos os casos houve o excesso de velocidade aliado à imperícia dos condutores e a fatores inerentes à vontade desses.


Não é a pista que está ficando perigosa. Não existe pista perigosa ou pista da morte, como alguns falam. O que existe são motoristas sem perícia para estarem no trânsito e que pisam no acelerador de forma irresponsável, sabendo que não tem experiência suficiente para correrem.


Ademais, nas cidades a velocidade permitida é de, no máximo, 60 quilômetros, mas ninguém quer circular com tal velocidade, acelerando a cem ou mais, o que é uma velocidade arriscada, que não dá tempo ao motorista de brecar em caso de algum imprevisto, o que acaba por provocar acidentes.




Moradores apreensivos

A pista da Avenida João Paulo II, trecho compreendido entre a Rua do Utinga e a Passagem Mariano Antunes, no bairro do Souza, está se transformando em local de grande risco para os moradores da área, assim como para o trânsito de um modo geral. Pelo menos uma pessoa já foi atropelada e morta, animais da reserva florestal Parque Ambiental de Belém já foram esmagados, assim como diversos acidentes já ocorreram, principalmente às proximidades do quartel do Batalhão de Polícia Ambiental. Um automóvel Fiat Palio Wekeend colidiu com um poste, capotou várias vezes e atingiu um Celta que trafegava em sentido contrário.
O acidente, que foi considerado grave, não é o primeiro que ocorre em função da alta velocidade empreendida pelos motoristas que trafegam pelo trecho.
De acordo com informações de moradores da área, no início do ano, um grupo de rapazes que saiu de um clube localizado às proximidades, envolveu-se em grave desastre no local. O carro em que seguiam, em alta velocidade, um Audi, colidiu com um poste, arrancando-o. Os ocupantes do veículo saíram ilesos, mas, por se tratar de filhos de famílias abastadas, nada foi divulgado e o carro foi levado sem maiores problemas. Até hoje, o equipamento destruído não voltou a funcionar, pois a rede de distribuição de energia elétrica colocou novo poste, porém, não instalou as luminárias.
No acidente com o Palio Wekeend, um novo poste foi posto ao chão e os moradores do trecho ficaram sem iluminação pública. “É um risco, porque, à noite, saem animais do parque, como cobras e a gente, que tem de andar por aqui, não tem como enxergar”, disse Manoel Cunha Silva, que observava a gravidade do acidente de sábado.

DESASTRE
Informações prestadas no local do acidente dão conta de que o Palio Wekeend trafegava em alta velocidade pela Avenida João Paulo II no sentido do centro da cidade. O seu condutor, por motivos ignorados, perdeu o controle da direção, subiu o canteiro central, derrubou um poste, capotou várias vezes e atingiu um automóvel Celta. O motorista do Palio escapou com pequenas escoriações, tendo sido salvo pelo airbarg do carro. Foi levado para uma unidade hospitalar.
O poste, até a segunda-feira passada, continuava no chão.
Há dois anos, uma senhora foi atropelada e morta, quase no mesmo local, por um automóvel branco, placa e marca jamais identificados, cujo motorista fugiu sem prestar socorros à vítima, que deixou marido, filhos e netos na saudade. O caso, até hoje, o caso transcorre pela Justiça sem possibilidade de um final, já que o motorista é desconhecido. Mesmo assim, a família clama por justiça.

VELOCIDADE
Houve muita polêmica quando a Prefeitura Municipal de Belém deu início às obras de extensão da Avenida João Paulo II. Casas foram desapropriadas, houve Estudo dos Impactos Ambientais em função de a pista passar por uma reserva ambiental do Parque Ambiental de Belém. As obras seguiram até à Passagem Mariano Antunes, quando foram entregues e a pista aberta ao trânsito, ainda precário, pois o certo é a avenida seguir até à Alameda Moça Bonita, na divisa do município de Belém com Ananindeua, na zona metropolitana.
Desde a inauguração do trecho, pista nova, a via passou a ser utilizada como alternativa de escoamento do trânsito da Avenida Almirante Barroso. Entretanto, a Ctbel ainda não regularizou o padrão de velocidade, o que deixa os motoristas à vontade para trafegarem em alta velocidade. Os carros trafegam rápido demais. Tem vezes que até acontecem “pegas”, denunciam moradores da João Paulo II, que se sentem inseguros e amedrontados que ocorra um acidente mais grave.
Conforme dizem, eles se sentem até mais tranqüilos quando é montada barreira da Ctbel para fiscalização de veículos perto do Batalhão de Polícia Ambiental, mas isso não ocorre sempre. Assim, ocorrem excessos de velocidade que, às vezes, culminam em acidentes como o ocorrido na manhã de sábado passado.

CURVAS
Outro agravante que se verifica na João Paulo II, além da falta de sinalização, são as muitas curvas existentes na pista.
Representantes comunitários afirmam que essas curvas decorrem de dois fatores: primeiro, desviar de certos trechos do Parque Ambiental, seguindo as determinações previstas em lei e, segundo, para preservar as propriedades de gente de muito dinheiro, inclusive um clube social da elite existente às proximidades e onde a pista faz uma curva sinuosa.
Até mesmo um microônibus que seguia para Mosqueiro já capotou na área deixando inúmeras pessoas feridas, fato registrado em um domingo de muita chuva. O acidente teria sido causado por imprudência do motorista, que dirigia em alta velocidade e não teria conseguido brecar o veículo ao se aproximar da perigosa curva.

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