Bruno já devia estar preso

ROBERTO BARBOSA

Somente agora, depois das evidências incontestáveis com o depoimento de um menor de 17 anos apreendido, que afirmou ter Eliza Samudio sido assassinada, desossada e enterrada sob concreto em algum lugar, é que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro viu cair a ficha do goleiro Bruno e pedir sua prisão preventiva à Justiça, o que não havia acontecido até às 8h da manhã desta quarta-feira. No mínimo, a prisão temporária do goleiro do Flamengo já deveria ter sido decretada até que as investigações avançassem. Se a Justiça e a Polícia houvessem sido mais céleres, agora, Bruno não era um foragido, já estava preso.
Comento este rumoroso caso envolvendo o atleta e a ex-namorada, por causa do recente caso ocorrido na cidade de Parauapebas, no sul do Pará, onde uma jovem grávida aos nove meses teria sido assassinada e jogada no Rio Itacaiúnas, em Marabá, por encomenda de seu ex-namorado, um fazendeiro e empresário local. O corpo da jovem, assim como de Eliza, até então, não foi encontrado, mas o empresário continua preso.
Meu Deus! Parece que alguns homens passaram por uma metamorfose e se transformaram em verdadeiros monstros. Da mesma metamorfose foram acometidos jovens como o apreendido pela Polícia do Rio de Janeiro ontem e que confirmou, em depoimento acompanhado pela Promotoria de Justiça, que a mulher fora mesmo assassinada com requintes de crueldade.
Bruno, que ainda tentava treinar no Flamengo, dizia estar tranqüilo e que ainda iria rir muito desta história, pois tinha certeza que Eliza reapareceria. Na manhã desta quarta-feira, a Polícia não mais o encontrou em seu apartamento.

Leis penais deveriam mudar

Está certo que toda pessoa acusada de algum crime tem todo direito de defender-se e não pode ser taxada de criminosa até que seja definitivamente provado, pela Justiça, seu crime, o que a levará fatalmente a uma condenação. Mas, em casos cujas evidências são patentes, os indiciados devem ser detidos imediatamente, o que não aconteceu até o momento com o goleiro Bruno.
Outro absurdo é esta história de se conceder liberdade condicional para assassino, para bandido que, se sabe, vai voltar a delinqüir.
Quem comete um crime como este supostamente praticado por vários homens sob o comando do goleiro Bruno, não pode nem merece benefício algum da Justiça, da Lei e do Estado. Deve ser condenado à prisão e cumprir integralmente sua condenação atrás das grades. Mas, essas coisas não acontecem no Brasil. Aqui, um bandido mata, esfola, faz o que bem entende, é condenado e, algum tempo depois, já está em liberdade, rindo daqueles que ficaram chorando a perda do ente querido.
É por causa disso que aumenta a violência, porque as leis brasileiras não impõem respeito. E a quem compete cuidar de mudar essas leis, está mais interessado em cuidar dos próprios interesses. Lugar de assassino é preso, já que aqui não há pena de morte – e eu sou favorável à pena de morte para quem comete crime hediondo, com tirar uma vida com requintes de crueldade em crime premeditado, esconde o corpo e depois pousa friamente como se nada tivesse a ver com o fato. Bruno e o empresário de Parauapebas estão nessa esfera; ou, pelo menos, deveriam sofrer castigo semelhante ao que fizeram, passar pelas mesmas dores, pelo mesmo pavor, sentir na pele o que sua vítima sentiu.
Não é questão de ser bárbaro, de ser cruel. Não! É questão de, pelo exemplo, fazer valer a presença do Estado de Direito, pois, essa história de Direitos Humanos, só existe para proteger bandido que está na cadeia. A população brasileira não aceita mais isso. É por isso que, quando pega um bandido, esfola, lincha.

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