Pesquisas eleitorais prejudicam a todos

ROBERTO BARBOSA

Esta história de se estar divulgando pesquisas de opinião pública acerca de quem está na frente nas eleições é um saco. Acho que o Superior Tribunal Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral deveriam observar melhor a divulgação dessas pesquisas. Melhor seria acabar com isso, porque esses resultados podem induzir o eleitor a fazer escolhas muitas vezes erradas.

Eu gosto de apostar mais no debate político, quem tem o melhor debate, a melhor proposta de políticas públicas; quem tem segurança no que fala e apresenta um programa de trabalho coerente com a realidade nacional e estadual.

Não quero azedar meu relacionamento com os institutos de pesquisas, mas a gente ouve muita coisa e a história do Brasil já provou que muitas dessas coisas tem fundamento. É muito comum se ouvir falar que as pesquisas apontam como favoritos aqueles que encomendam o trabalho.

Por outro lado, a divulgação de pesquisas que podem induzir o eleitor, acabam por prejudicar aos próprios candidatos que concorrem aos cargos, e o eleitor por si só, como eu já disse. Tem gente que tem o hábito de votar pra ganhar, não importa se quem vai ganhar é o melhor candidato. Tem gente que só vota exatamente em quem está na frente.

Até sou simpático a se divulgar uma pesquisa de intenção de votos às vésperas das eleições para cargos majoritários, mas, passar a campanha toda divulgando pesquisas como está acontecendo neste ano em relação a Serra e Dilma, acho um verdadeiro disparata. E quem está se prejudicando com isso é Marina Silva, que, ao que parece, nunca pontua.

Graças a Deus que aqui no Estado do Pará ainda não começaram com essa história. Praticamente só temos dois candidatos ao governo do Estado com reais chances de disputarem um segundo turno. Para o Senado, as coisas terão se clarear até às 18h desta segunda-feira, último dia para o registro das candidaturas. O DEM está sozinho, ninguém o quer por perto.