Dona Marieta: exemplo de vida

Roberto Barbosa

Mês passado fui informado que dona Marietinha havia chegado de Brasília para passar uma temporada com o filho que mora na cidade de Salinópolis, 220 quilômetros de Belém, no Nordeste do Estado, também conhecida como região do Salgado Paraense.
Fiquei feliz de saber que aquela senhora de 86 anos ainda tem forças para fazer tão longa viagem e que está gozando de uma saúde de ferro, coisa difícil de se ver na atualidade brasileira.
Segui para Salinas com minha esposa, Nazaré Sarmento Barbosa, e a irmã de Marietinha, dona Margarida que, embora mais nova doze anos, parece muito mais baqueada pela idade.
Em lá chegando, encontrei uma senhora simpática, falante, que tem boa memória e vontade de viver e passear. Tanto assim que não se furtou em sair para dar uma volta de carro à noite. Fomos à Praia do Maçarico e, depois, a uma pastelaria, onde tomou refrigerante e contou muitas histórias.

- Ela não quer saber se estão lhe escutando. Ela quer falar, pois se sente muito sozinha.
Foi o que me disse, repetidas vezes, Dona Margarida.
Eu, porém, acredito que Marietinha fala e fala porque tem muito a contar e ainda a ensinar às pessoas que se dispõem a escutá-la, como eu, que fui com Nazaré até Salinas com esse objetivo.
Altas horas da noite, Marietinha está lá em sua suíte, lendo, de óculos, mas lendo, coisa que nossos jovens não querem fazer hoje em dia, daí a cultura estar muito longe do que seria o ideal. Por isso mesmo, às vezes, me pergunto se não é melhor o diálogo com um idoso culto como Marietinha, que com um jovem que não tem nada a me acrescentar além de gírias e um festival de conversas sem nexo, com palavras que o meu português ainda não conseguiu assimilar.
Vi que Marietinha, apesar do peso de sua idade, ainda fala um português correto, aquele que se aprendia nas escolas de antigamente e que se preocupavam com a língua. Hoje, quando converso com uma pessoa mais jovem pelo MSN, as palavras são todas truncadas, do tipo “vc”, para você; bjs, para beijos; xau, pra tchau; KD, para onde está?; ñ, para não; tá, para concordar ou dizer está; e por aí vai.
É uma linguagem nova, tenho certeza, porém, as pessoas não falam corretamente no português coloquial. Na gramática, então, a coisa fica preta.
Marietinha tem muitas histórias a contar, falando um português perfeito de alguém que não teve muito estudo, mas que fez a faculdade da vida. Alguém que na sua conversa não se deve pensar em monólogo, mas, em diálogo.

SALADA
° A vila de Marudanópolis, a 160 quilômetros de Belém, no município de Marapanim, Nordeste do Estado, há anos, se prepara para ter, um dia, sua paróquia, desmembrada da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias.

° Lá ocorrem todas as solenidades da igreja, tem Círio e a Semana Santa ocorre como se a comunidade já fosse uma paróquia independente.

° Só para se ter uma idéia, na comunidade marudanopolinense, ou, simplesmente, marudaense, existem quatro igrejas muito bem montadas, cada uma, comunidade diferente com todos os seus paramentos e equipamentos independentes.

° Existem duas festas religiosas no lugar. A primeira é a de São Pedro, padroeiro dos pescadores. A segunda, o Círio de Nossa Senhora das Graças, que ocorre sempre no segundo domingo de novembro.

° No dia do aniversário dos 381 anos do Ver-o-Peso, o jornalista Jorge Nascimento, que é repórter fotográfico, ia sendo roubado em sua máquina, exatamente quando fazia cobertura do evento.

° Agora, um paraense de Belém que está no estrito cumprimento do dever passar por uma situação dessas. Que dizer dos turistas, que são visados porque estão com o dinheiro no bolso?

° Precisamos reforçar o policiamento no centro histórico de Belém, para dar mais segurança ao turista, assim como ao cidadão comum do Brasil.

° Na manhã de hoje, cerca de trinta moradores do bairro do Tapanã, interditaram a rodovia de acesso ao bairro e que liga a Augusto Montenegro com a periferia de Belém, em protesto pela falta de segurança na área.

° Ali é um dos bairros mais violentos de Belém, com muitos assaltos e assassinatos.

° Agora, convenhamos, num bairro onde moram milhares de pessoas com os mesmos problemas e só trinta se dispõem a fazer um protesto, é brincadeira.

° Muita falta de união. Mesmo assim, os manifestantes tiveram contato com policiais militares e, não demorou muito, a importante e maltratada via foi liberada para o tráfego de veículos.

° “César é irresponsável no que faz”. Quem disse isso foi o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, mandando o prefeito do Rio, César Maia, cuidar dos mosquitos da dengue que estão provocando dezenas de mortes na capital carioca.
° Começa o mês de abril e a previsão do tempo é de muita chuva.

° Nós, amazônidas, estamos acostumados. Sem problemas...

Comentários

Unknown disse…
Eu conheço profundamente a Marietinha,tia Marieta, vida dura, uma guerreira,soube na dureza da vida repassar a minha mãe Margarida, uma outra guerreira Amazona, o valor da vida e a conquista de seus objetivos dia após dia.
Estamos aqui de passagem e devemos tirar sempre o melhor do que a vida nos revela.
Meu nome é Nelma, visite meu blog:
http://www.encontros.pt/blog/view/MEUS_PENSAMENTOSDESEJOS_E_AES/78

A PAZ de Cristo a todos...Devo muito agradecer à Deus, por ter ficado presente na vida da Marietinha e da Margaridinha.

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