Quando o crime impõe respeito

Roberto Barbosa

Mês passado, recordo de ter feito um artigo neste espaço falando acerca de haver guerrilha no Brasil, cujos militantes estão infiltrados nas esferas dos três poderes e que, pelo crime, de que seus integrantes são participantes, impõem à sociedade civil organizada, ao Estado, o toque de recolher, porque são inimputáveis, estão acima do bem e do mau, portanto, sob a cortina da impunidade.
Vendo nos jornais e telejornais dos últimos dias as ameaças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, de que vão interditar a Ferrovia Carajás, administrada pela Vale, convenço-me mais ainda desta assertiva.
Ora, interditar uma ferrovia, uma rodovia ou qualquer domínio público, é impedir o direito de ir e vir de um cidadão, portanto, contra a Constituição Federal. Contra a lei!
Quando esse interditar significa prejudicar todo o andamento de uma empresa que, de uma forma ou de outra, ajuda a impulsionar o desenvolvimento do País, idem. Afinal, se tentamos impedir esse desenvolvimento, é o mesmo que impedirmo-nos de progredir. Um crime contra a Nação, um crime contra nós mesmos. Contra a lei!
O MST, ontem, sitiou a cidade de Parauapebas, com cerca de mil pessoas, ameaçando interditar a ferrovia a qualquer momento. A cidade ficou ilhada, não obstante a providência da governadora Ana Júlia Carepa de reforçar o policiamento militar no município.
Se os integrantes do MST avisam que vão interditar a ferrovia, é o mesmo que dizer para uma pessoa que ela se prepare, pois vai morrer a qualquer instante, já que sua morte já foi determinada. É um crime! Contra a lei!
Nesta hora, me pergunto, como fica o Estado de Direito, as autoridades constituídas, Ministério Público.
Ah, mas é direto de todo cidadão protestar...
Ah, mas também esse protesto não pode prejudicar as pessoas, dado que a liberdade de cada um tem limites, isto é, até encostar à liberdade alheia. Ou não é mais assim?
Acho que as autoridades precisam tomar medidas mais fortes para evitar que os criminosos anunciem quando vão praticar o crime, na certeza de que ficarão impunes. Não pode praticar o crime. E se tiver o acinte de avisar, é melhor prevenir que remediar.

PS1: Me esqueci de comentar que os camelôs decidiram voltar, nessa sexta-feira, a ocuparem a Avenida Presidente Vargas, principal via do centro de Belém, em desagravo porque a Prefeitura Municipal de Belém ainda não entregou-lhes o lugar ideal para que possam trabalhar. Desobedecer uma ordem, a de ocupar uma via, tirando o direito dos pedestres, também é crime. Contra a lei.
Eles estão fazendo igual ao pessoal do MST, porque nada justifica se ocupar o meio de uma rua ou o chamado passeio ou calçamento, que é do trânsito de pedestres.

PS2: Supermercadistas e seus trabalhadores, através da boa atuação de seus sindicatos, começam a chegar a um denominador comum em relação aos dias de domingo e aos feriados. Pelo menos cinco feriados serão respeitados e, os trabalhadores, vão poder ficar com seus familiares. São eles: Dia de Ano Novo, Dia do Trabalho, Dia de Nossa Senhora de Aparecida, Dia de Natal e o Feriado dos Comerciários.
Eles vão trabalhar dois domingos e folgar no terceiro.
As negociações foram mediadas pela Delegacia Regional do Trabalho.


SALADA

° Está no blog do Ricardo Noblat, o repúdio da sociedade contra as indenizações milionárias que vão receber os cartunistas Ziraldo e Jaguar, pelos abusos que sofreram durante a ditadura militar.

° Além das indenizações, haverá pensões vitalícias para os dois fundadores de “O Pasquim”, jornal que combateu a ditadura militar com humor e coragem.

° Mostra Noblat que esse dinheiro irá sair do erário público, portanto, sendo compromisso da sociedade ressarcir os dois cartunistas pelos abusos que sofreram da parte do governo militar, isto levando em consideração que a própria população sofreu às pampas com aquele governo que impôs linha dura e uma inflação que chegou a patamares alarmantes na era Delfin Neto/João Baptista de Oliveira Figueiredo.

° Nada de corporativismo. A juíza Clarice Maria de Andrade, que foi absolvida pelo TJE do Pará, será investigada pelo Conselho Nacional de Justiça, que não aceita o fato de ela ter sido inocentada na questão de manter uma menina presa com homens na cadeia pública da DP de Abaetetuba.

° Esta história de corporativismo é extremamente prejudicial ao país.

° As águas da Baía do Guajará estavam altas quando caiu o temporal em Belém ontem à tarde. O resultado não foi agradável. O centro da cidade ficou paralisado em função de as ruas terem ficado submersas, dificultando o trânsito.

° Aliás, as enchentes em todo o Estado do Pará já causaram transtornos com milhares de desabrigados em vários municípios.

Comentários

Anônimo disse…
Meu caro jornalista, vamos por partes. Já falei que se o governo não tomar uma atitude de governo, breve se transformará numa FARC tupiniquim. Carlos Heitor Cony era quase unanimidade até conseguir também uma indenização milionária e a tal pensão. Perdeu muitos admiradores. Aliás o presidente Lula por ter passado umas noites no DOI/CODI também foi aquinhoado com uma polpuda pensão. Se Ziraldo e Jaguar, que não estão ganhando salário mínimo e nem sendo beneficiados pela "bolsa esmola", bem que poderiam doar esse dinheiro para fins sociais. Ficaria menos feio. Quando houve o julgamento do relatório com relação ao processamento administrativo da juiza Clarice, o desembargador Leonardo para protestar contra a fala da presidente da OAB/PA, Angela Sales, como dizia o Seu Boneco (aquele personagem do Chico Anísio) "virou de escostas", numa atitude no mínimo deselegante, demonstrando que não está nem aí pra essa coisa de Estado de Direito, de democracia, de liberdade de expressão, dialética, de educação ect, chutando para longe o cavalheirismo, usando de grosseria com uma senhora, não havendo nenhuma mulher naquele recinto que se opusesesse aquela atitude no mínimo infantil para alguém que já se aproxima da 3a. idade. Tudo isso coroou o orporaltivismo que prevaleceu no colegiado do TJE-PA.

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