Dom Carlos critica fome no mundo durante o círio de Macapazinho
Reportagem: OLDEMAR ALVES
Da revista Rota Amazônica
Texto: Roberto Barbosa
Aproximadamente cinco mil pessoas se reuniram para a celebração do 81º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Macapazinho, agrovila pertencente ao município de Castanhal, a 80 quilômetros de Belém, no nordeste do Pará. A romaria fluvial, a mais antiga do Estado segundo dados da Arquidiocese de Belém, abre o Círio a partir da agrovila de Boa Vista, onde moram cerca de trinta famílias e onde foi erguida uma ermida com o objetivo de dar suporte à festa que une as duas comunidades pelos laços da fé.
O círio teve início às 9h, depois de missa celebrada pelo Padre Napoleão Iubel, da Paróquia da Santa Cruz. Logo em seguida, a imagem foi posta na berlinda e levada para o barco, quando inúmeras embarcações partiram em cortejo pelo Rio Apeú com aproximadamente duas mil pessoas. No abre-alas estava o barco dos foguetes, que chamava atenção dos ribeirinhos para a passagem da Santa. A cada instante, o número de barcos ia aumentando.
Chegando a Macapazinho, a imagem foi novamente retirada e levada em procissão por várias ruas da agrovila. Por onde passava, havia grupos de pessoas emocionadas esperando a Santa para acompanhar a procissão até à pequena igreja, onde foi armado um palanque para a missa campal presidida por Dom Carlos Verzeleti, bispo diocesano de Castanhal, juntamente com o Padre Diogo Arroyo Silva, da Paróquia de Cristo Rei.
FOME
Aproveitando o evangelho que trata do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Dom Carlos Verzeletti ressaltou ser inadmissível que trinta por cento do alimento produzido no mundo seja jogado ao lixo, porquanto seus produtores querem manter preços altos, quando poderiam vender a preços mais acessíveis, diminuindo, deste modo, a fome da população. Acrescentou que Cristo, vendo a multidão cansada, mandou que se dividissem entre 50 a 100 pessoas para distribuir os alimentos e mostrando que, quando todos estão unidos em um mesmo objetivo, fica mais fácil vencer as mazelas que atravessam o mundo.
Para Dom Carlos, salvar a população da morte por inanição é um dom que todos deveríamos ter, mais importante do que as descobertas feitas pelo homem que foi à Lua, já descobriu água em Marte, porém, não consegue resolver os graves e danosos dramas que afetam a humanidade.
MEIO AMBIENTE
Durante o Círio Fluvial, houve comentários de que o Rio Apeú continua com seu processo de degradação, com o sumiço das matas ciliares, apesar de ter aumentado o volume d’água neste ano. No entendimento de Padre Diego Arroyo, nessa sua peregrinação pelo rio, Nossa Senhora de Nazaré não apenas pôde ver a situação que poderá levar fome a diversas comunidades ribeirinhas, como também e principalmente, denunciar para todos a situação caótica, onde mais um ponto amazônico, apesar de manter sua beleza natural, corre sérios riscos de desaparecimento.
A festividade do Círio de Macapazinho segue por duas semanas, com novenários e arraial todas as noites, devendo se encerrar com missa solene no domingo, 17.
Da revista Rota Amazônica
Texto: Roberto Barbosa
Aproximadamente cinco mil pessoas se reuniram para a celebração do 81º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Macapazinho, agrovila pertencente ao município de Castanhal, a 80 quilômetros de Belém, no nordeste do Pará. A romaria fluvial, a mais antiga do Estado segundo dados da Arquidiocese de Belém, abre o Círio a partir da agrovila de Boa Vista, onde moram cerca de trinta famílias e onde foi erguida uma ermida com o objetivo de dar suporte à festa que une as duas comunidades pelos laços da fé.
O círio teve início às 9h, depois de missa celebrada pelo Padre Napoleão Iubel, da Paróquia da Santa Cruz. Logo em seguida, a imagem foi posta na berlinda e levada para o barco, quando inúmeras embarcações partiram em cortejo pelo Rio Apeú com aproximadamente duas mil pessoas. No abre-alas estava o barco dos foguetes, que chamava atenção dos ribeirinhos para a passagem da Santa. A cada instante, o número de barcos ia aumentando.
Chegando a Macapazinho, a imagem foi novamente retirada e levada em procissão por várias ruas da agrovila. Por onde passava, havia grupos de pessoas emocionadas esperando a Santa para acompanhar a procissão até à pequena igreja, onde foi armado um palanque para a missa campal presidida por Dom Carlos Verzeleti, bispo diocesano de Castanhal, juntamente com o Padre Diogo Arroyo Silva, da Paróquia de Cristo Rei.
FOME
Aproveitando o evangelho que trata do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Dom Carlos Verzeletti ressaltou ser inadmissível que trinta por cento do alimento produzido no mundo seja jogado ao lixo, porquanto seus produtores querem manter preços altos, quando poderiam vender a preços mais acessíveis, diminuindo, deste modo, a fome da população. Acrescentou que Cristo, vendo a multidão cansada, mandou que se dividissem entre 50 a 100 pessoas para distribuir os alimentos e mostrando que, quando todos estão unidos em um mesmo objetivo, fica mais fácil vencer as mazelas que atravessam o mundo.
Para Dom Carlos, salvar a população da morte por inanição é um dom que todos deveríamos ter, mais importante do que as descobertas feitas pelo homem que foi à Lua, já descobriu água em Marte, porém, não consegue resolver os graves e danosos dramas que afetam a humanidade.
MEIO AMBIENTE
Durante o Círio Fluvial, houve comentários de que o Rio Apeú continua com seu processo de degradação, com o sumiço das matas ciliares, apesar de ter aumentado o volume d’água neste ano. No entendimento de Padre Diego Arroyo, nessa sua peregrinação pelo rio, Nossa Senhora de Nazaré não apenas pôde ver a situação que poderá levar fome a diversas comunidades ribeirinhas, como também e principalmente, denunciar para todos a situação caótica, onde mais um ponto amazônico, apesar de manter sua beleza natural, corre sérios riscos de desaparecimento.
A festividade do Círio de Macapazinho segue por duas semanas, com novenários e arraial todas as noites, devendo se encerrar com missa solene no domingo, 17.
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