Seria importante a mudança da Lei, mas, principalmente, do pensamento

Recentemente, num trabalho conjunto de inteligência das polícias Civil e Militar, foi preso, no município de Marituba, na Grande Belém, o marginal Ademilton Lourenço Padre, de 22 anos de idade, mais conhecido por “Loroko”. Autuado em flagrante delito por porte ilegal de arma de fogo, munição e por falsidade ideológica, o criminoso confessa ter assassinado em uma noite só, três pessoas identificadas por Renan, Cristiano e Vitor, pelo que afirma estar respondendo na Justiça.
“Loroko” vinha sendo procurado por ser parceiro do também assaltante à mão armada Thiago Adriano Santos, mais conhecido pela alcunha de “Thiaguinho”, preso no dia 4 deste mês. Ambos, em julho, participaram de um assalto que resultou na morte do estudante de 17 anos Gilberto Neto, assim como são suspeitos de um crime de latrocínio no bairro do Guamá, que resultou nas mortes de um comerciante e de um vigilante.
Falado-se bastante em reforma ou revisão do Código Penal Brasileiro - CPB. Denuncia-se a ação de policiais violentos, impiedosos, que matam e que torturam. Os órgãos de defesa dos direitos humanos são fomentadores dessas denúncias de violências praticadas contra criminosos presos e, o Estado, vem sempre sendo responsabilizado pelos abusos cometidos por homens violentos e vestidos de autoridades policiais.
Todavia, não se pode esquecer a revolta dos policiais que, fazendo um trabalho sério de investigações para prender bandidos, acabam se frustrando, quando vêem esses criminosos sendo postos em liberdade pela Justiça, com pareceres favoráveis dos chamados fiscais da Lei, que são os representantes do Ministério Público.
Ninguém quer jogar lenha na fogueira e, tampouco, lama nas instituições do aparato judicial e de segurança pública. Não!
O que se quer é abrir um debate sobre o que vem a ser ética, moral e cumprimento da lei. A lei é bem feita, planejada por homens engravatados que parecem estar acima do bem e do mal. Em geral, gente rica que nunca se viu em apuros financeiros e nem inseguras pelas ruas das cidades brasileiras. Assim, é fácil buscar a perfeição e ter sentimentos de piedade... Uma piedade discutível quando se fala em bandidos assassinos, frios e truculentos contra homens comuns e desarmados, que trabalham duramente para sustentarem-se e às suas famílias.
São esses homens, mulheres, crianças e adolescentes que estão à mercê da violência semeada por esses facínoras, esses insetos que infestam a sociedade e as cidades brasileiras com a insegurança, sentindo-se na liberdade para matarem, para esfolarem, para espoliarem e não serem castigados pelos atos vis que praticam. Eles, deste jeito, vivem crentes na impunidade, crentes de que, se capturados, poderão sair bem rápido para cometerem outros crimes, dado que terão sempre o aval da Justiça para responderem, em liberdade imerecida, por esses crimes e continuarem na sua sanha de sangue e de pilhagem dos bens alheios.
Foi por isso que a Polícia trabalhou para prender o “Loroka” novamente. Ele, que já tinha puxado cana várias vezes, inclusive por três homicídios de uma só vez, estava em liberdade, “respondendo” em liberdade e praticando novos crimes contando com as bênçãos, graças e a proteção indiretas das instituições que o tiveram nas mãos.
Preso, teria arrancado mais três vidas? Teria deixado mais três famílias na dor das perdas irreparáveis?
Necessário é que homens que têm o poder de decisão sobre esses trastes da sociedade, pensem muito na hora de colocá-los em liberdade novamente, ainda que a Lei dê todas as condições para tal. Afinal, a cada juiz, cada julgador, é garantida a faculdade de livre arbítrio em cada situação, que deve ser analisada no frio da consciência do julgador, de sua responsabilidade com a segurança de toda a sociedade, com a segurança e garantia de vida de cada cidadão. Cada julgador é obrigado a verificar o fator de perigo que representa cada um desses indivíduos e se esse fator de perigo estria sob o controle das autoridades responsáveis pela segurança pública de acordo com o que determina a Lei. Se não for assim, que o “pobre, infeliz e injustamente castigado assaltante, homicida, estuprador e outro exemplar qualquer da escória humana, continue sob a responsabilidade do Estado, para que cada um dos cidadãos livres, ordeiros e trabalhadores possa gozar do direito constitucional de poder ir e vir, para o trabalho e qualquer outro lugar, sem o temor da brutalidade desses vermes, caso estejam livres nas ruas para continuarem a espalhar os danos, prejuízos, violência, dor e luto entre nossos pobres cidadãos indefesos.
Quanto às autoridades representantes desses organismos que lutam pela defesa desses vermes que insistem em rotular de “pessoas humanas”, que os levem para suas entidades (ou até para suas casas!) se é que acreditam mesmo no que estão fazendo.(Editorial publicado na edição de hoje da "Folha do Povo")

Comentários

Anônimo disse…
Meu caro jornalista,

Por falar em PC e PM, aproveito para pedir que você faça uma análise da atual atuação das polícias, sob o comando do secretário de Segurança e da governadora Ana Júlia. Entre os policiais se comenta que se trata mais uma investida da conhecidíssima e manjada "Operação Capa", que para que não sabe, se trata de um faz-de-conta, para dizer que o Estado não se descuida da segurança. Mas, venhamos e convenhamos, uma operação divulgada com antecedência vai conseguir apanhar os meliantes? Respondo: é claro que não vai pegar ninguém, não vai apreender arma de fogo, não vai apreender entorpecentes e não vai apreender carro roubado, pois os infratores também lêem jornal e vêem TV. E a essa hora estão coçando o pé, deixando a poeira sentar. Quando a operação cansar, eles voltam mais afoitos e mais descansados. E o povo? O povo que se lixe, o povo que se exploda, como dizia aquela personagem do Chico.
Anônimo disse…
Passada a euforia vou cobrar do seu blog um balanço dessa "operação me engana que eu gosto", para saber quantos homens foram utilizados, quantos litros de combustível e demais despesas e qual o saldo de prisões e apreensões. Antecipo que será pífio, mas você tem o direito de obter as informações dos órgãos públicos e o dever de informar ao povo.

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