Tem muita gente encastelada

Lembrei de uma conversa que tive, há cerca de dois anos, alvo de artigo no Bip-News, com um ex-delegado geral de Polícia Civil do Pará, amigo meu. Ele, sobre tráfico de entorpecentes, principalmente nos morros do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, afirmava com propriedade que os ditos “grandes traficantes” derrubados a bala ou presos, seriam apenas fachadas, posto que – argumentava – “tu achas que um traficante de grande porte, cheio de dinheiro, irá morar em um buraco de favela, sem conforto, sem nada? Esses caras são apenas testas de ferro. Os grandes traficantes, que financiam toda a bandalheira, estão encastelados nas zonas nobres dessas cidades, em verdadeiros castelos, além dos castelos de imunidades parlamentares”.
Pronto! O policial falou tudo.
Só ainda não se teve um caso concreto de parlamentar, em qualquer casa legislativa federal, comprovadamente, envolvido com o narcotráfico. Mas, em corrupção, desvio de verbas públicas, mensalões e mensalinhos, assim como tráfico de influências, negociatas com verbas do orçamento público, etc, ah, isso tem muito.
Minha mulher, Nazaré Sarmento Barbosa, que já enfrentou duas eleições, ontem, dialogando comigo em casa, dizia uma coisa muito certa: “Sabe quem é o grande culpado por tudo isso? Nós mesmos, que votamos nesses ladrões, mesmo sabendo que são ladrões!”
Os grandes traficantes, aqueles que fazem todas as negociatas, inclusive com distribuição de armamentos de última geração para criminosos, estão morando em mansões, em castelos, onde também lavam seus dinheiros sujos através de empresas que, se sabe, não têm faturamento que possa justificar essas fortunas. Para melhor se firmarem, alguns acabam, com o aval da população, indo se encastelar melhor ainda, atrás de imunidades parlamentares, onde não apenas se escondem, mas ficam com mais poder ainda, para melhor trabalhar os negócios de seus interesses. O resultado é a população continuar mais no fundo, mais na miséria e o Brasil, mais no descaso.

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