A doença e a obra de Aleijadinho

ROBERTO BARBOSA

Combalido por uma crise renal aguda que me irá levar à faca no dia 13 de abril, no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, em Belém do Pará, procuro vencer a dor impelido pela vontade enorme de trabalhar, de passear, de tomar uma cerveja, de namorar, mas, sobretudo, de escrever neste meu espaço-tribuna que disponho diariamente. É assim que, às vezes, nós procuramos entender um pouco dos baixos da vida e para que isso serve, como alicerce, para a gente continuar a lutar em busca de melhoras.
Acho que era assim mesmo que se sentia o grande e célebre escultor Aleijadinho, artista por excelência que, mesmo no mais íngreme recanto de sua doença, a lepra, ainda teve forças para fazer tão monumentais obras retratando, ao mesmo tempo, os elementos de sua realidade mineira e a divindade cristológica.
Em janeiro, visitei ao lado de minha querida esposa Nazaré Barbosa, a cidade de Congonhas, no alto das montanhas, região metropolitana da Grande Belo Horizonte, onde fiquei fascinado com a aula prática sobre a obra de Aleijadinho, no interior e nas cercanias da igreja-matriz local.
Aquelas seriam as últimas obras de Aleijadinho, tanto que, já no auge de sua doença, não conseguiu mais esculpir os pés de alguns dos personagens que participaram da última Ceia do Senhor, tão bem retratada em uma das capelas que mostram o eu lírico do artista, o qual ainda deu um jeitinho de tentar esconder o que estava por acabar. Uma escultura com maestria, que faz parte da história não apenas de Congonhas, mas de Minas Gerais como um todo, e que ficará para o sempre, pois, essa, foi uma obra de vida e de morte. Vida, porque o artista não se deixou levar pela dor e pelo sofrimento, mas lutou até o fim, com todas as suas forças para continuar a fazer o que sempre gostou; morte, porque a doença acabou por vencê-lo, mas ele permanece vivo na sua obra, na sua arte, com uma alma imortalizada pelos séculos sem fim.

SALADA

° Registro, com carinho, o aniversário natalício de meu filho Erison Júnior, jornalista e empresário, casado com a senhora Lenir e pais do pequeno Erison Neto, outra bênção que faz a minha vida aflorar-se de alegrias.
° Acho acertada a decisão do governo de manter a redução nos impostos para produtos industrializados por mais três meses e que se estende, também, ao setor da Construção Civil, assim como, para motocicletas.
° Tudo é válido quando estamos na hora de enfrentar esta que é considerada como a maior crise econômica mundial.
° O mês de março está se encerrando hoje com o que de mais comum, ou seja, muita chuva.
° A temperatura prevista para Belém hoje, máxima, é de 30 graus e a mínima, de 24°, o que é considerado frio no Norte do Brasil.
° Choveu a noite inteira e o dia continua fechado.
° Em função das chuvas, muito trânsito engarrafado e o sumiço dos guardas municipais de trânsito que, em momentos desnecessários, se fazem presentes por toda parte para aplicarem multas, muitas vezes, injustas aos motoristas.
° Professores estiveram com suas atividades paralisadas em várias escolas públicas do Estado, na segunda-feira passada.
° Enquanto isso, na periferia de Belém, ainda há muitas crianças que ainda não começaram a assistir aulas por falta de estrutura nas suas escolas, a exemplo do que acontece no bairro Jardim Sideral.
° Hospitais públicos tem. O que não se entende, é por que eles não estão funcionando, por que não tem médicos, por que seus equipamentos estão se deteriorando.
° É numa hora dessas que valeria a pena o Ministério Público entrar em ação para exigir, de quem de direito, colocar esses estabelecimentos em pleno funcionamento, com o que, irá diminuir o caos que hoje se verifica nos principais nosocômios da capital paraense.

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