Ninguém pensa no sofrimento das vítimas

ROBERTO BARBOSA

Quase a metade da população carcerária do País (43% ou 191 mil presos para ser exato) poderá ganhar liberdade sob o argumento da presunção de inocência alegado pelos advogados de defesa diante do novo entendimento do Supremo Tribunal Federal, que garante a regalia da liberdade a qualquer pessoa, condenada ou não, mas cuja sentença não tenha sido transitada e julgada por todas as instâncias da Justiça. É mais uma batalha jurídica e que redunda, em suma, em direitos mil para criminosos perversos, cujo Estado não tem uma política de ressocialização capaz de puni-los e ao mesmo tempo torná-los pessoas de bem. Esta é a verdade.
Reportei-me, poucos dias atrás, sobre um comentário da famosa escritora inglesa Agatha Christie, especializada no romance policial. Em sua autobiografia, que ainda estou lendo, muito religiosa e de pensamento crítico formidável, ela externa uma visão que ninguém abriu o verbo nos tribunais. Só se pensa no bem-estar dos criminosos, bandidos impiedosos que matam para roubar, que já tiveram coragem de matar crianças nos colos de mães e pais para mostrarem poder e força diante de quem não tem a menor chance de se defender; bandidos que estupram e que tiram a vida das pessoas com requintes de perversidade. Aqui, diz Agatha, ninguém pára para pensar no sofrimento da pobre vítima, ali, diante da morte em forma de gente, sem ter a quem recorrer, como se defender, apavorada, humilhada, vendo a sua vida a ser arrancada sem mais nem menos por alguém que não conhece e sem saber por que lhe foi dado tão trágico destino. Ali, antes mesmo dos tiros, das facadas, das pauladas e outras coisas mais, a tortura em si, nua e crua, já está se desenvolvendo, causando a dor moral...depois, a dor física.
Quem defende a liberdade de marginais, e aí incluo juristas, juízes, advogados, promotores, desembargadores, ministros, além, lógico, dos políticos engravatados e as mais diversas entidades, entre elas a Igreja, certamente não pára para pensar neste aspecto da relação criminoso X vítima, que é enterrada deixando saudades e o sentimento da impunidade diante de um poder injusto e de um sistema de segurança falho.

SALADA
° Há uma velha máxima na reportagem policial que diz: “A máfia não perdoa. A máfia mata”.
° Acho que o cilindro com drogas que explodiu quando era examinado na Superintendência da Polícia Federal em Manaus, explodiu e matou a pessoa errada.
° Acredito que esse cilindro, se chegasse ao destinatário sem interceptação da PF, teria cumprido com sua missão de explodir e matar alguém que o tráfico de drogas queria apagar.
° Seria mais um crime da máfia, que não perdoa e que mata.
° Por causa de drogas, até mesmo na periferia de Belém e zona metropolitana, quase todos os dias, traficantes se matam em acertos de contas que a Polícia, quase nunca, chega aos envolvidos, fazendo, apenas, a remoção dos corpos para exames de necropsia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
° Quem esteve em Marudá, durante o carnaval, percebeu o quanto a vila balneária e de pescadores está abandonada pelo poder público municipal.
° Mesmo assim, moradores locais dizem que a prefeitura já está começando a mostrar trabalho em setores menos vistos pelos turistas.
° Recebo e-mail do confrade e amigo Walrimar Santos lamentando a transferência de nosso arcebispo de Belém, Dom Orani João Tempesta.
° Deu a lógica: Paysandu campeão do primeiro turno do Campeonato Estadual.

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