Questão ambiental: dilúvio no Brasil

ROBERTO BARBOSA

Parece que está ocorrendo um dilúvio em boa parte do Brasil. Belém, São Paulo e Belo Horizonte mostram cenas de desespero com pontos alagados por toda parte, causando transtornos, aborrecimentos e muitos, mas muitos prejuízos mesmo.
É a revolta da natureza? Não me parece; apenas, as águas não tem para onde escolar, pois os bueiros estão entupidos com o lixo que a população joga nas ruas esperando apenas que o poder público faça a limpeza. O copinho descartável jogado por alguém na calçada, e que todos olham, criticam, mas não juntam nem procuram reeducar a pessoa, corre para as valas, para os bueiros e acaba por ajudar a entupir os canais e igarapés – muito comuns não apenas na capital paraense, em plena Amazônia, como em várias cidades do sudeste do País.
Por outro lado, não se pode esquecer que, áreas que eram para a fuga das águas, foram aterradas com lixo, terra e tudo o mais, e, em cima, construídas casas. A maioria dessas áreas comporta sobre si, hoje, favelas, conglomerados populacionais que sobrevivem com falta de água, luz, saneamento e muita doença disseminada. O governo, por sua vez, não limpa, porque gasta os recursos de que dispõe com coisas menos importantes e por aí vai.
O que o meio ambiente, o governo e a população tem a ver com tudo isso? Tudo!
Assistimos, no início da semana, cenas degradantes depois de um temporal que caiu em São Paulo. Pelo menos duas pessoas, do sexo masculino, pereceram afogadas dentro de seus carros, onde passaram mal e não puderam ser socorridas.
Tem muita gente na terra e nasce, a cada dia, mais e mais. Em 2050, a população terrestre será de doze bilhões de pessoas. A terra não terá condições de suportar tamanha população.
Não obstante os esforços de cientistas em criar mecanismos que possibilitem a melhoria de vida dos seres humanos, vislumbro, destarte, uma situação bastante incômoda em 2050, quando já não haverá mais água potável na mesma quantidade que hoje, nem alimentos e nem lugares para abrigar tantas pessoas, isso, levando-se em consideração os altos índices de natalidade e o aumento da longevidade, aí incluída a vida sexual ativa dos mais idosos.
Uma das soluções para conter este avanço da população, segundo os estudiosos em defesa ambiental, é o controle da natalidade, que não é aceito pelas igrejas cristãs, mas que se faz necessário a fim de se preservar o mundo para as gerações futuras. Segundo esses especialistas, falando-se em 2050, parece que está longe. Todavia, quando se trata de meio ambiente, de desenvolvimento da terra como um todo, esse ano é como se fosse amanhã. Muitas pessoas já adultas atualmente, ainda poderão ver a catástrofe que está sendo desenhada pela própria humanidade com o patamar de coisas erradas que estão sendo praticadas hoje.
Presencia-se, hoje, temporais que causam dor e sofrimento. Esse acúmulo de água na terra é fruto da expansão da população, que está ocupando todas as partes. A natureza não se revolta, apenas busca o seu espaço, que ocupa de qualquer forma, ainda que, para isso, provoque mortes a exemplo do que se viu no início da semana.
E, entendam, Belém, que não enfrenta alagamentos iguais aos vistos em São Paulo, Santa Catarina e Minas, não está fora da terra nem de sua órbita. Ela faz parte da terra, portanto, sujeita a todas as intempéries de acordo com a região onde se encontra.

SALADA
° Chegamos, nesta sexta-feira, a cumprir mais uma jornada semanal de trabalho em que presenciamos tantas coisas ocorrendo no Brasil e no mundo.
° O austríaco Josef Fritzl foi condenado à prisão perpétua, mas estará em liberdade dentro de quinze anos. Alguém entendeu esta sentença?
° Morreu Clodovil Hernandes, deputado federal, estilista e apresentador de TV que, segundo sua advogada, recebendo cerca de R$ 7 mil – porque o restante dos R$ 16,5 mil de seu salário, pagava empréstimos consignados, - estava praticamente na miséria e, às vezes, não tinha nem o que comer.
° Incrível, porque a maioria da população terá de sobreviver com os parcos R$ 465,00 de salário mínimo por todo este ano e até quando o governo achar que está na hora de aplicar um novo aumento (aumento?).
° Acho que qualquer um gostaria de estar na miséria com essa bagatela de R$ 7 mil.
° De qualquer maneira, Clodovil Hernandes não se meteu em nenhum ato de corrupção e, em sua homenagem, ainda teve aprovada uma lei de sua autoria, que permite aos enteados terem o sobrenome de seus padrastos.
° Vivemos uma semana de muitas chuvas e temperaturas baixas nas madrugadas na capital paraense.
° Mesmo falecida há mais de trinta anos, Agatha Christie ainda emociona quem lê suas obras.
° Parte do parlamento municipal está às turras com a Prefeitura Municipal de Belém, porque não conseguiu, depois de muitas manobras políticas, instalar a chamada CPI da Saúde, que está estrangulada e provocando mortes entre quem precisa de atendimento médico de emergência nos hospitais públicos da capital paraense.
° Até Dom Carlos Verzeletti, bispo diocesano de Castanhal, está se mobilizando com prefeitos da região Nordeste do Pará, no sentido de levar para aquela cidade, um hospital de referência. O objetivo é evitar que os munícipes da região tenham que vir para a capital em busca de atendimento médico já estrangulado.

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