Belém está em clima de Círio de Nazaré

ROBERTO BARBOSA

Tradicionalmente a Festividade em honra a Nossa Senhora de Nazaré começava na quinta-feira, mas, desde o episcopado de Dom Orani João Tempesta, isso mudou, para que a apresentação do manto sacro, que acontece amanhã e o traslado dos veículos da procissão do Círio para a Estação das Docas, passem a integrar a programação. Assim, agora, a festa começa na terça-feira antes do Círio, portanto, hoje.
A cidade toda respira ar de Círio. É o cheiro da maniçoba, do tucupi e os gritos de porcos, principalmente no interior do Estado, onde há casos em que vizinhos criam porcos até em sociedade (de meia, como se diz no linguajar paraense) para diminuir as despesas nesta época em que tudo fica absolutamente caro e todo mundo quer fazer o almoço especial para o segundo domingo de outubro, bastante sagrado nas casas de famílias católicas de Belém e do interior do Estado.
Muito entusiasmados, ontem à noite, nesse clima ciriano, estavam moradores da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, no bairro do Souza, em Belém. Residentes à Avenida João Paulo II, eles encerraram com chave de ouro a caminhada de 17 dias de peregrinações missionárias pelas casas com a imagem da santa. Uma missa foi celebrada pelo Padre Cristóvão Freitas, pároco da Paróquia de Santa Terezinha do Menino Jesus, do Tenoné, e membro da congregação arquidiocesana Movimento Providentino, que destacou a importância de Maria Santíssima na vida de Jesus Cristo e suas profecias na Bíblia Sagrada quando diz “Doravante todas as gerações me felicitarão”, ao ser saudada por sua prima idosa, Santa Isabel, que tinha no ventre João Batista, “O Precursor”.
Padre Cristóvão celebrou para uma assembleia de mais de 50 pessoas, representantes de todas as famílias visitadas pelo grupo de orações sob a coordenação de Nazaré Sarmento Barbosa, da Paróquia de Sant’Ana da Campina e da Pastoral Arquidiocesana da Comunicação. Nazaré disse que esta é a segunda vez que o sacerdote celebra na comunidade mas que, neste ano, o diferencial, foi atender casas que nunca tinham recebido a imagem peregrina para as evangelizações do Círio de Nazaré.
Segundo Nazaré, que é professora e empresária, desta feita, o grupo foi levado para as casas da João Paulo II, trecho compreendido entre o Batalhão de Polícia Ambiental – cujos integrantes também foram convidados a participar da celebração – e a Rua do Utinga, onde ocorreu a missa de ontem à noite, que teve, entre outras coisas, momento de ação de graças com testemunhos de milagres conseguidos pela intercessão de Nossa Senhora, assim como, ofertório com motivos da cultura paraense-amazônica, destacando o açaí que está ameaçado em função do corte da árvore para extração de palmito, muito apreciado pela culinária do sul do país.
- Nesses momentos a gente aproveita para rezar para Nosso Senhor e Sua mãe, que também tiveram uma passagem pela terra para denunciar as coisas erradas. A Amazônia está ameaçada pelo desmatamento, pelas queimadas, pelo aquecimento global e é função social da igreja denunciar estas coisas, - disse Nazaré Barbosa.

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