Marcha pela redução da jornada de trabalho se encerra na AL

Foto: Jorge Nascimento
O presidente da Fetracom, Francisco Pereira, recebido pelo deputado Eduardo Costa, na Assembléia Legislativa

Da Redação,
matéria atualizada

Trabalhadores ganharam as ruas de Belém em manifestação para exigir redução de jornada de trabalho que já tem, inclusive, Projeto de Emenda Constitucional transcorrendo no Congresso Nacional. Mobilizados pela UGT (União Geral dos Trabalhadores), eles encerraram a manifestação na Assembléia Legislativa do Pará com o objetivo de convencer os parlamentares a apoiarem suas reivindicações trabalhistas.
O protesto fazia parte da Campanha Nacional pela Redução da Jornada de Trabalho, e acontecia em várias capitais brasileiras, sendo que na capital paraense, também foram mobilizados representantes de vários sindicatos e outras organizações da sociedade civil organizada.
De acordo com o presidente da UGT-PA e da Fetracom, José Francisco Pereira (na foto ao lado do deputado Eduardo Costa), “a luta dos trabalhadores não se resume apenas a esta passeata, como também a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado em favor da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 393, que reduz de 40 para 44 horas a jornada de trabalho para todas as categorias profissionais”. Ainda segundo o sindicalista, as assinaturas, num total de um milhão, serão entregues em mãos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Queremos que ele incentive a viabilização desta emenda. Isto representaria, segundo estudos do Dieese e IBGE, mais dois milhões de empregos (sendo 70 mil no Pará), inclusão da mulher ao mercado de trabalho, redução da criminalidade devido ao maior número de jovens empregados (70% da população carcerária paraense), poder de compra a mais pessoas”.

Barrados em casa
Apesar da conhecida frase de que a Assembléia Legislativa do Pará é a casa do povo, os manifestantes foram impedidos de entrar no prédio para tentarem convencer os deputados a abraçar as reivindicações. Isto causou um princípio de tumulto entre manifestantes e a polícia militar. Mas, segundo o deputado Eduardo Costa, que ajudou a acalmar os ânimos, existe um regulamento a ser seguido naquela Casa de Leis. “Depois de resolvidas estas questões, os trabalhadores podem entrar na AL como de direito, ainda mais na questão de redução de horas trabalhadas, o que é justo e tem o meu apoio”.

Falta só vontade política
Segundo dados de 2005, o custo da mão-de-obra brasileira é 5,8 vezes menor do que o norte-americano e seis vezes menor que o francês. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) aponta que a jornada de trabalho no Brasil é superior a países como a Alemanha, que é de 40,3 horas; a Espanha, de 35 horas; e o Japão, onde se trabalha 42 horas por semana. "Estes dados por si só desmentem a alegação dos empresários de que a redução de jornada traria prejuízo à competitividade dos nossos produtos no mercado internacional", aponta o panfleto distribuído pelo movimento.
Outra vantagem da redução da jornada seria a diminuição dos gastos da Previdência Social, onde o equivalente a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) é gasto com trabalhadores vítimas de doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho.

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