Marina: uma questão de decência

ROBERTO BARBOSA

Quando a ministra Marina Silva, que entregou carta hoje a vários órgãos ambientais falando de seus planos para o futuro, - entregou o cargo ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, depois de cinco anos no Ministério do Meio Ambiente, seu ato abriu um leque para reflexões.
Me lembro que ela concedeu entrevista, em Brasília, há dois anos, para os jornalistas Waldir Silva e Carlos Magno, meus companheiros de pós-graduação em jornalismo ambiental, ocasião em que mostrou-se simpática com os jornalistas, como também, nos poucos minutos que dedicou a eles de sua agenda, os deixou maravilhados por sua inteligência e competência no trato com as questões ambientais.
Já vi muitas vezes, políticos em cargos executivos criticados pela oposição, em tom de desabafo, desafiar os desafetos a assumirem o lugar e fazerem aquilo que dizem que podem fazer. Agora mesmo, vejo o governo do PT um bocado perdido, sem saber o que fazer e a repetir o que governos anteriores fizeram, isto porque, o PT, ao que parece, é bom de oposição, mas não de fazer governo com competência, daí tantos desmandos, sobretudo nas questões de segurança, saúde e educação, fora os escândalos, corrupção reinante, etc.
Marina saiu, não por incompetência, mas, pelo desprestígio, pelo desgaste proporcionado com as reclamações do setor ruralista que acusa os órgãos ambientais de dificultarem as licenças ambientais para planos de manejo florestal sustentável.
Lula, ontem, mostrou-se aborrecido com os fatos, mas acatou sem comentários a decisão de Marina, que agora volta a ocupar uma cadeira no Senado Federal, onde pretende lutar por políticas ambientais mais claras. Na sua carta de ontem, ela exorta os companheiros de Ministério e de outros órgãos ambientais, a continuarem desenvolvendo seu trabalho nas próximas gestões.
Certo é que, se de um lado Marina sai enfraquecida, ela deixa o Ministério de cabeça erguida, sem nenhum problema maior que afete a sua conduta no Governo. Foi, ela, muito mulher para dizer “chega” quando sentiu que a estavam “fritando” em pouco óleo. Cinco anos não são cinco dias. Ela assumiu o cargo e nele permaneceu tanto tempo por competência, coerência e seriedade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri