A crise está longe de acabar para muitos

ROBERTO BARBOSA

O secretário Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Singer, disse com propriedade acerca dos gritos de viva que estão sendo dados pelo que os “donos do mundo” dizem sobre o “fim da crise econômica internacional”, que é muito bizantina essa afirmação. Por quê? Exatamente porque a crise não está nem um pouco perto do fim para quem perdeu seu emprego, perdeu casa, carros e, alguns, até a família por conta da irresponsabilidade de um grupo que jamais vai saber o que é ser pobre. Para a grande maioria da população mundial, e, mais domesticamente falando, do Brasil, a crise sempre existiu, porque não há empregos, não há escolas públicas de qualidade, não há atendimento de saúde de qualidade e assim sucessivamente.
Na verdade, o que acontece no Brasil é vergonhoso. Os Estados, os municípios e o Governo Federal propalam o vocabulário dos milhões e bilhões para isso e aquilo acolá, todavia, na prática, isso não significa o fim das crises nos lares brasileiros, onde há carência de tantas coisas, onde se sabe que muitas pessoas passam fome.
Não se tem notícia de alguém tenha morrido de fome, porque as estatísticas não conseguiram chegar no verdadeiro interior brasileiro, mas que existe, fatalmente, existe.
Quem estuda a questão do meio ambiente sabe, e isso é bom para a senadora Marina Silva, pretensa candidata à Presidência da República, que não se mede a situação socioeconômica de uma nação apenas pelo Produto Interno Bruto (PIB), mas, principalmente, por seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDB). E o IDH brasileiro mostra apenas que as pessoas estão vivendo bem mais que nas décadas passadas. Entretanto, ter longa vida e continuar passando fome, vivendo em dificuldades extremas, sem saúde, cheio de preocupações, será mesmo que vale a pena?
Na política de juros, e isso eu já fiz um comentário aqui, a Selic está em 8,5, mas isso só vale com os negócios de Estado, porque, bancos particulares, cartão de crédito, lojas, hum! Não é nada disso. Os juros são pela hora da morte, o que deixa em crise maior, sobretudo, quem está apertado pelo desemprego, subemprego ou na informalidade.
Já os idosos – que impulsionam grande parte da economia por conta das aposentadorias e pensões, - estão bastante endividados com as negociações do crédito consignado. Quem comprou carro novo com IPI reduzido, será que terá condições mesmo de chegar até o fim do financiamento com pagamentos em dia?
Muito se gastou – seguindo o conselho do Presidente da República, - mas não foi feito nada para que os empresários mantivessem abertos os postos de trabalho. Pelo contrário, continuam ocorrendo muitas demissões, dinheiro temporário em circulação, mas certeza, também, de desprendimento de verbas oriundas do fundo especial que mantém o seguro-desemprego.
Há, sim, que tenha lucrado e muito com a crise, e que, agora, está respirando mais e mais tranqüilo, porém, quem se afogou, está cada vez mais no meio do redemoinho sem vislumbrar um lugar ao sol.

SALADA
° Comenta-se que Dom Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico no Brasil – espécie de embaixador do Vaticano em Brasília, - mais Dom Orani João Tempesta e Monsenhor Cid estão prestes a anunciar, no próximo dia 3 de setembro, data da reabertura da Catedral de Belém, o nome do novo arcebispo metropolitano que já viria para presidir o Círio de Nazaré e dar início a um novo episcopado nesta arquidiocese.
° Mas, à boca pequena, como diz o povo de Marabá, também fala-se que, se surgir um bispo até dezembro, o povo católico paraense estará com sorte, posto que não há previsão de escolha, para breve, do substituto de Dom Orani Tempesta, que foi transferido, em abril passado, para o Rio de Janeiro.
° Falar em Dom Orani, ele continua vindo a Belém para se deliciar do prazer de tomar uma dose de açaí com camarão rosa.
° O deputado federal Wladimir Costa voltou a apresentar programa de rádio diariamente, através das ondas sonoras da Metropolitana FM.
° Rádio é uma das paixões de Wlad que, agora, apresenta o Comando Geral.
° Será julgado, por Brasília, na próxima terça-feira, o recurso interposto no STF pelos advogados de defesa do Major Oliveira e do Coronel Pantoja, únicos militares da PM do Pará condenados pelo episódio que ficou conhecido como “Massacre de Eldorado dos Carajás”. A defesa que patrocina os dois oficiais espera que ambos sejam finalmente absolvidos, já que os demais militares, que participaram diretamente da ação, foram absolvidos e estão em liberdade.
° Cartões de crédito estão abusando demais na cobrança de juros exorbitantes.
° Cesta básica, em contrapartida, continua cada vez mais alta. Impossível de uma pessoa que recebe o salário mínimo sustentar-se com sua família dignamente. Mas, quem é o bendito deputado ou senador que se aventura a propor um aumento de verdade para o salário mínimo que deveria estar na casa dos R$ 1.700,00?

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