São Raimundo... Que saudade!

ROBERTO BARBOSA

Nesta segunda-feira é celebrado o Dia de São Raimundo Nonato, religioso espanhol que serviu de escravos para os mouros na esperança de libertar pessoas. Nonato significa “não nascido”.
São Raimundo Nonato foi retirado do ventre de sua mãe que morreu de parto. Seu pai, alto fidalgo espanhol, queria que o filho seguisse carreira militar, mas ele preferiu ser religioso, seguindo seu próprio destino e ingressando na Congregação dos Mercedários de São Pedro Nolasco.
Por causa de seu martírio na terra dos mouros, Nonato acabou sendo promovido a cardeal, mas a história conta que ele não chegou a vestir a túnica do cardinalato, porque morreu antes da solenidade.
Pois bem. Eu nasci e me criei na comunidade da Paróquia de São Raimundo Nonato, no bairro do Telégrafo, em Belém. Ali eu aprendi a ser católico, a ser humano e solidário com as pessoas; aprendi a ler e escrever e a gostar das festas por causa do Arraial de São Raimundo Nonato, que viveu um apogeu nunca igualado na década de 1970, quando havia brinquedos a muque, isto é, sem propulsão de motores e energia. Havia a “ola giratória”, o “carrocel”, as “barquinhas”, o “aviãozinho” e a roda gigante, a beleza do arraial.
Na minha meninice, na minha pureza de criança, eu conseguia unir a fé religiosa com todo aquele encanto, aquela maravilha de festa, onde não se via certas coisas de hoje e que destoam qualquer promoção da igreja. Quem estava no arraial, certamente, que já havia participado da missa, da novena, e ali estava apenas para se divertir, uma diversão sadia, com boa comida, voltas nos brinquedos, tentativa de sorte na “pescaria”. Hoje em dia, já nem se tem segurança para sair à noite de casa, pois pode ter um bandido à espreita prestes a assaltar e roubar tudo... Até a vida da gente.
Foi ali, naquele clima de festa, mas de muita religiosidade, que consegui ter formação e poder, hoje, ajudar a escrever a história, a formar opinião e agir com justiça, com ética, sendo um jornalista cristão convicto, mas que sabe expor a sua revolta e denunciar as injustiças, daí muitas fezes escrever com dureza e atacar, se é que se pode dizer assim, aquelas pessoas ou órgãos que deveriam, isto sim, zelar pelo bem comum, mas, sob o manto da lei, acabam por privilegiar uns em detrimento de outros.
Que São Raimundo inflame os corações de todas as pessoas para o bem comum e para a Justiça, com o que, se trilha para a terra prometida que todos nós sonhamos e buscamos.

SALADA
° Está crítico o trecho da Rodovia BR-316, perímetro compreendido entre Benevides e início da Estrada de Mosqueiro, no sentido de Belém.
° Por que será que os guardas da Ctbel desaparecem dos locais onde o trânsito fica engarrafado e reaparecem apenas onde está tudo calmo?
° A julgar pelo que aconteceu com o capitão Emanuel Lopes – acusado de ter mandado matar o motorista Luís Isaac da Costa Nascimento, - que perdeu a patente e o emprego no Governo do Estado, devem botar as barbas de molho o major Oliveira e o coronel Mário Colares Pantoja, únicos condenados pelo Massacre de Eldorado dos Carajás.
° O STF, na semana passada, manteve a condenação dos dois oficiais, não obstante os esforços do competente criminalista Jânio Siqueira, que fez defesa oral em Brasília.
° Os demais indiciados no volumoso processo foram todos absolvidos pelo Tribunal Popular do Júri da capital paraense.
° Para Jânio, a condenação do major Oliveira, seu cliente, “foi mais política que propriamente jurídica, afinal, julgaram contra as provas dos altos”, disse o advogado.
° Aliás, Jânio, agora, irá batalhar, na Justiça, para reintegrar o ex-capitão Emanuel Lopes aos quadros da Polícia Militar.
° Jânio Siqueira vem atuando, ao longo de sua carreira, em casos dos mais complexos, como da morte do motorista de táxi Luís Isaac, Massacre de Eldorado dos Carajás, Caso Hélio Norman, Emasculados de Altamira, Caso Irmã Doroth Stang, entre outros.
° Talvez agora, com o assalto a um deputado federal em pleno Canal São Joaquim, no Barreiro, as autoridades despertem para o perigo que é aquela área e a necessidade de se fazer incursões sérias com vistas a proporcionar segurança aos pobres moradores daquele esquecido bairro.
° Município de Benevides está um bocado abandonado pelo poder público municipal. O mesmo se observa em relação a Marituba. Ambas as cidades estão localizadas na zona metropolitana.

COMENTÁRIO
Meu ilustre jornalista, isso é paliativo. Quando as polícias vão para as ruas, os bandidos dão um tempo e depois, quando encerra a "operação policial", com tempo determinado para não estourar, tudo volta como antes e até pior! A saída parece simples:
1- Aumentar o efetivo policial;
2- Reajustar condignamente o salários da categoria;
3- Qualificação dos policiais;
4- Condições de trabalho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá