Quatro anos sem “Zé Mário”

ROBERTO BARBOSA

O “Zé Mário” era uma pessoa simples, homem do povo e de Deus, cuja vida foi dedicada às missões, a pastorear o povo católico da bucólica e pacata vila pesqueira de Marudá, no município de Marapanim, distante 160 quilômetros de Belém. Como tenho vida profissional muito atarefada, minha mulher é que sempre viajava para esse aprazível recanto nosso, para participar das festividades e programações religiosas previamente agendadas.
E lá estava o Zé Mário, sempre solícito. Ele era como que um filho do saudoso Monsenhor Edmundo Igreja, fundador da congregação do Movimento Providentino, pertencente à Arquidiocese de Belém.
Quantas vezes o Zé Mário me deixou com a Nazaré na casa dele e veio embora cuidar de assuntos seus em Belém. Não tinha tempo ruim para aquele rapaz. Nas férias, a gente se divertia muito, mas, quando chegava a hora de pegar no batente para realizar o Círio de Nossa Senhora das Graças, o trabalho era incansável. O mesmo ocorria na festividade de São Pedro, que é muito especial em Marudá, porque prenuncia a chegada das férias, quando o povo local ganha fatura quase tudo o que necessita para passar o resto do ano. O próprio Zé Mário trabalhava muito também nessa fase.
Pois bem, lá se vão quatro anos e o moço foi chamado para o andar superior exatamente a 13 de julho. Ele, quando estava com as “beatas”, sempre brincava dizendo pra que ninguém morresse em julho “que não vai ninguém no enterro, pois todo mundo está trabalhando nessa fase”. E ele morreu exatamente no coração das férias, mas teve um enterro muito bem acompanhado, inclusive com direito a ter sua urna levada em um carro dos bombeiros, filmagem pela televisão e tudo o mais.
Hoje se pode dizer que, na igreja católica em Marudá, há dois tempos distintos: com e sem Zé Mário que, certamente, já está em outras missões. Pode-se dizer que Marudá também conheceu uma pessoa que é, ao seu modo, se não insubstituível, é inesquecível, digno de orações sempre, pois foi uma grande pessoa.

SALADA
° Este ano de 2009 está sendo um dos mais violentos no veraneio, no que diz respeito a acidentes com mortos e feridos, tanto nas estradas paraenses, como na capital.
° Motoristas experientes se dizem apreensivos quando precisam trabalhar nas manhãs de sábados, domingos e segundas, quando há o maior número de condutores dirigindo embriagados e praticando toda sorte de barbaridades no trânsito, muitas vezes trágicas, a exemplo do que se viu no domingo passado, final da madrugada, no bairro de São Braz.
° Quanto mais o senador José Sarney foge, mais baboseiras vão aparecendo em seu rastro.
° O presidente Lula, como sempre, mal assessorado, só faz e diz besteiras, passando por gozações as mais diversas.
° Nessa sua meta de salvar o mandato de Sarney e segurá-lo na presidência do Senado, Lula tem se superado.
° Não entendi a demissão da secretária da Receita Federal Lina Vieira. Ela queria escarafunchar as histórias da Petrobras que estão causando celeuma na abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal. No entanto, por causa disso, estava atrapalhando os planos do governo.
° Se eu não estou enganado, o governo quer que as irregularidades sejam mantidas sob sigilo, sem investigações, embora, neste momento, os parlamentares do Senado estejam desgastados ao ponto de não terem moral para investigar coisa alguma.
° Até mesmo a ministra Dilma Roussefe, que pretende se candidatar à vaga de Lula, estava fazendo reclamações contra Lina Vieira que, deste modo, foi despedida, semana passada, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
° A cidade está quase parando por conta das férias. Tem gente que diz não gostar do mês de julho, porque quase não circula moeda na capital nesta fase.
° Assim, julho é para seguir de férias para o agito ou para o sossego, conforme o que cada um gosta.

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